ALTERNATIVOS NUTRICIONAIS
Especialistas debatem mercado e nutrição no primeiro dia do 25º SBSA
Especialistas debatem mercado e nutrição no primeiro dia do 25º SBSA. Custos, competitividade, desafios geopolíticos e alternativas nutricionais para a […]
Especialistas debatem mercado e nutrição no primeiro dia do 25º SBSA. Custos, competitividade, desafios geopolíticos e alternativas nutricionais para a cadeia avícola integraram a programação de terça-feira (8)
O setor de grãos exerce impacto em toda a cadeia produtiva avícola, uma vez que o custo desses insumos, sua qualidade e disponibilidade estão diretamente ligados com os resultados da avicultura. Há ainda as crescentes tensões geopolíticas, que trazem novos desafios para a atividade. O especialista em Economia e Mercados Financeiros, Pedro Hugo Dejneka, debateu sobre o tema na última terça-feira (8), primeiro dia do 25º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA) e 16ª Poultry Fair. Os eventos acontecem no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes até esta quinta-feira (10). Organizados pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), o SBSA estima reunir mais de 2,5 mil participantes.
Pedro Dejneka abriu sua palestra ao destacar o projeto de reindustrialização dos Estados Unidos, os efeitos para o Brasil nas negociações com o mercado externo, além dos impactos da guerra comercial entre China e Estados Unidos da América (EUA). “Temos que estar cientes dos desafios. O Brasil terá que saber navegar no relacionamento entre Estados Unidos e China, pois o atrito entre os dois países exigirá que o Brasil assuma um viés”.
O administrador discorreu sobre a situação fiscal no Brasil e o mercado de soja. “Claramente estamos em um ciclo de baixa, que dura mais do que os de alta, mas sabemos que o ciclo de alta vem, só não sabemos precisar o quanto isso irá demorar”. Ele ainda alertou sobre a queda da natalidade pelo mundo e o problema de demanda por alimentos que esse fenômeno causará.
Sobre as perspectivas do setor, Pedro afirmou que a demanda está positiva e deve continuar crescendo num certo ritmo. “No agro brasileiro enfrentamos tantos problemas ao longo do caminho e sempre achamos uma solução, às vezes não é uma solução ideal, talvez teremos que nos acostumar com dois, três anos de margens mais apertadas para então ter anos de bonança. Faz parte, são ciclos”, salientou.
O doutor em Zootecnia, Alex Maiorka, discutiu sobre a qualidade dos ingredientes e os impactos na produção de frangos de corte, ao propor o uso de alternativos (DDGs) nas formulações. O especialista pontuou critérios de atenção no uso de milho, farelo de soja e sorgo na nutrição das aves, suas lacunas e apresentou uma proposta de classificação técnica para fibras e grãos de destilaria de milho e outros cereais. “Tenho que entender quais parâmetros usar e quais são as melhores ferramentas para otimizar a utilização de cada componente”.
Os DDGs já provaram seu potencial na alimentação de frangos de corte, além de ser uma fonte nutricional interessante, otimiza custos de produção. Para Maiorka, o controle de qualidade deve ser considerado um custo estratégico. O alcance de uma melhor resposta financeira dependerá de um plano de análises eficiente. “Tenho que saber o que analisar e para isso preciso de um plano de análises internas e externas, homologar e estabelecer quem serão meus fornecedores. Preciso saber de quem estou comprando”.
A padronização de amostragens e parâmetros analíticos é outro fator crucial em termos de qualidade. “É necessário saber quais são esses parâmetros, seguir um passo a passo e implementá-los. E saber que isso não acontecerá de uma hora para outra, até porque a oferta desses ingredientes não será tão imediata”. Maiorka ressaltou ainda que é imprescindível entender a dinâmica de oferta desses ingredientes. “São alimentos de oportunidade, não apenas ingredientes alternativos. Podem propiciar uma melhor resposta financeira, mantendo bons resultados na avicultura”.
Fonte: Assessoria de Imprensa Nucleovet