A osteomilite vertebral ou “kinky back” – espondilolistese – se encontra entre as dez principais enfermidades dos frangos de corte em países como EUA e Brasil, tendo sido registrada em muitos outros países. |
Ainda que muitas bactérias possam causar infecções vertebrais em aves, o Enterococcus cecorum causa surtos que afetam lotes inteiros.
As cepas patógenas de E. cecorum foram identificadas como uma das principais causas de claudicação e mortalidade nos lotes de frangos de corte e reprodutoras. Além disso, esta bactéria provoca uma enfermidade séptica nos patos de Pekin e nas pombas de competição. |
A manifestação mais comum da doença nos frangos de corte e matrizes é a osteoartrite vertebral, kinky back, ou mais tecnicamente, a espondilite enterocócica (ES).
Nesta forma, os frangos afetados apresentam uma posição típica de “sentados”. Um sinal clínico similar é observado em uma anomalia do desenvolvimento da coluna vertebral conhecida como espondilolistese, que provoca a compressão da medula espinhal.
É importante indicar que também detectou-se mais de uma espécie de Enterococcus e outros microorganismos nestas lesões vertebrais em vários estudos realizados em outros países.
Foram isolados Enterococcus faecalis, Enterococcus hirae, Escherichia coli e Staphylococcus aureus. Vários autores indicaram que a espondilite enterocócica causada por um único agente tem frequência menor que as infecções multiespecíficas.
Os sinais clínicos das enfermidades que afetam a quarta vértebra torácica são muito similares.
A paraparesia e a paralisia simétrica das extremidades traseiras são observadas nos frangos de corte entre as quatro e oito semanas de idade.
A paralisia na ES se deve à compressão da medula espinhal toracolombar por uma inflamação crônica iniciada na cartilagem e osso da quarta vértebra torácica, também chamada vértebra torácica livre. |
PATOGÊNESE
As cepas de E. cecorum causadoras de ES são mais virulentas em comparação com as cepas comensais. Utilizando métodos moleculares de DNA, as cepas patógenas de E. cecorum eram muito similares, porém compartilhavam apenas 70% de similaridade com as cepas comensais.
Tanto as cepas patógenas como as comensais de E. cecorum tendem a apresentar resistência a múltiplos fármacos. Em geral, cada cepa apresentou resistência a mais de dois antibióticos, sendo que as cepas patógenas apresentam maior resistência à gentamicina e à tilosina.
ORIGEM E DISSEMINAÇÃO
A origem e a disseminação destas cepas no mundo não são bem conhecidas.
A transmissão vertical não foi completamente testada, porém suspeita-se que:
Especula-se que as enfermidades intestinais causam, ou aumentam a infecção por E. cecorum.
OSTEOCONDROSE DISSECANTE
A chave da formação das lesões de ES é a presença de uma lesão cartilaginosa comum, denominada osteocondrose dissecante (OCD).
Estas lesões de OCD são o resultado da necrose da cartilagem, com partes da cartilagem em risco de afrouxar-se, ou desprender-se da articulação.
CONTROLE
Manter uma boa saúde intestinal, imunidade e modulação microbiana é, neste momento, a melhor maneira de evitar a patogenicidade de E. cecorum. Hoje não existe nenhum controle, ou tratamento eficaz para esta enfermidade.
A E. cecorum patógena tem longevidade prolongada no ambiente dos galpões.
Nosso grupo desenvolveu uma bacterina polivalente que representa os genótipos mais comuns de E. cecorum observados nos Estados Unidos nos últimos anos. |
Trata-se de uma enfermidade preocupante e é necessário saber mais sobre o início da infecção e os métodos de controle da patogenicidade para evitar futuros surtos. |