O cemani, encontrado na Indonésia, seria o exemplo mais extremo do que os cientistas chamam de hiperpigmentação dérmica, segundo a National Geographic. Outra raça, conhecida como sedosa por causa de suas penas macias e semelhantes a cabelos, também possui tecidos e pele hiperpigmentados, assim como as galinhas pretas H’Mong, do Vietnã, e a galinha preta, da Suécia.
Galinha de carne preta pode ser a criatura mais pigmentada da Terra
O galináceo ayam cemani é provavelmente a criatura mais pigmentada da Terra, segundo noticiado pela revista National Geographic. Não apenas […]
O galináceo ayam cemani é provavelmente a criatura mais pigmentada da Terra, segundo noticiado pela revista National Geographic. Não apenas o bico, as penas, a crista, a língua e os dedos dos pés da ave são de cor preto azulado impressionante, mas também os seus ossos e a própria carne do animal.
Os cientistas chamam a condição de fibromelanose. “Temos evidências de que é um rearranjo complexo do genoma”, disse à National Geographic, Leif Andersson, geneticista da Universidade de Uppsala, na Suécia, que estuda a genética de animais domésticos.
Andersson também explicou à NG que a mutação encontrada em todas essas galinhas pode ser rastreada até uma única ave que pode ter vivido centenas ou mesmo milhares de anos atrás.
“A mutação subjacente à fibromelanose é muito peculiar, por isso temos certeza de que ocorreu só uma vez“, diz Andersson (NG).
Carne escura
Embora a internet mostre vários tipos diferentes de animais exibindo melanismo, de panteras e servais negros, passando pelo flamingo melanístico até lagartixas e cobras com escamas negras, as galinhas que Andersson estuda possuem um outro nível de pigmentação.
A maioria dos vertebrados possui um gene conhecido como endotelina 3, ou EDN3, que, entre outras coisas, controla a cor da pele. E, quando uma galinha normal está se desenvolvendo, certas células, como as dos folículos da pele e penas, emitem EDN3, que desencadeia a migração de melanoblastos, ou seja, células que criam cor.
No entanto, nas galinhas hiperpigmentadas, praticamente todas as células do corpo emitem EDN3, gerando até 10 vezes mais melanoblastos e assim surgem ossos e entranhas que parecem ter sido mergulhados em alcatrão.
“É uma migração incorreta”, disse Andersson à NG. “Se você emite muita endotelina 3 nos lugares errados, as células pigmentares migram para o lugar errado”.
Conteúdo adaptado da revista National Geographic