17 jul 2017

Avicultores exigem que governo fixe o preço do frango na Bolívia

Após a crise do setor avícola pela sobreoferta de frango, produtores asseguram que as perdas ultrapassam US$20 milhões e 30% das granjas fecharam.

A Associação de Avicultores de Frangos Parrilleros (Avipar) da Bolívia, propôs que o governo fixe o preço mínimo de venda à carne de frango. O pedido foi feito devido às consideráveis perdas econômicas da avicultura do país, provocadas pela sobreoferta de frango, que tem provocado a queda do preço do produto.

Da mesma forma, a entidade solicitou ao Serviço Nacional de Sanidade Agropecuária e Segurança Alimentar (SENASAG) que inicie uma pausa administrativa na outorga de permissão para a construção de novas granjas.

O presidente da Avipar, Winston Ortiz, convocou as autoridades a assumirem ações urgentes para evitar maior perda econômica no setor pela sobreprodução de frango.

"Nós pedimos às autoridades que fixem um preço mínimo para que o produto possa ser vendido, só um pouco acima do custo de produção, assim todos estaríamos tranquilos”, destacou o líder da associação.

De acordo com sua declaração no ANF, Wilson Ortiz explicou que a população, ao menos em Santa Cruz, tem condições de pagar entre Bs13 e Bs14 (US$1,88 e US$2,03) por cada quilo de frango porque o custo de produção é de Bs8,2 (US$1,18). Não obstante, a raiz da sobreprodução, inclusive a carne de frango se está comercializando a Bs5,2 (US$ 0,75).

“Outra proposta que temos é que se proíba ou faça uma pausa administrativa nas construções de novas granjas até pelo menos não existirem outros canais de escoamento para o setor”, acrescentou.

No mesmo sentido, o presidente da Associação Nacional de Avicultores (ANA) e da Associação Departamental de Avicultores (ADA) de Santa Cruz, Ricardo Alandia, indicou -no Bolivisión- que a situação partiu como uma emergência, logo se converteu em uma crise e agora se transformou em um desastre. Sendo enfático de que os produtores estão tocando fundo, pela queda do preço e a sobreoferta atual de frangos no mercado nacional. Além disso, destacou que existe uma produção mensal de 20 milhões de frangos e o consumo nacional é de 14 milhões.

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O representante dos empresários revelou a situação que ocorre em Santa Cruz, com as condições atuais pelo baixo preço recebido de Bs 5,20 (US$0,75) por quilo de frango vivo, que está gerando a perdas devido ao fato de o produtor investir BS 8,20 (US$1,18).

Segundo Alandia, com o valor que recebe, o produtor está perdendo ao menos US$1 por frango produzido. Estima-se que no último mês o setor avícola acumulou um prejuízo econômico de US$ 20 milhões.

Além do mais, comunicou que a crise de preços começou a refletir nos avicultores pequenos, médio e grandes. Assegura que das 1.500 granjas que funcionam no país, 30% - a maioria pequenas - saíram do negócio porque não aguentaram a descapitalização pela baixa do preço e as dívidas com fornecedores de grãos.

Se aponta que das 1.500 granjas que funcionam na Bolívia, 30% das pequenas tiveram que abandonar o negócio já que se descapitalizaram pela baixa do preço e as dívidas com fornecedores de grãos.

O presidente da ANA destacou que as empresas avícolas grandes também atravessam os mesmos problemas, porém não suspendem suas atividades para não afetar e deixar sem emprego as 70.000 pessoas que dependem da cadeia produtiva avícola.

A solução para Ricardo Alandia é a exportação a médio prazo, no entanto, o setor necessita medidas iminentes. Neste contexto, asseverou que há uma reunião programada com o governo, em 15 de julho de 2017, para debater a problemática setorial.

No encontro, a Associação Nacional de Avicultores espera debater, entre outras temáticas: o veto da importação de subprodutos derivados da carne de frango, para garantir as operações nas indústrias e assegurar mercados para os avicultores nacionais; uma pausa administrativa na construção de novos galpões avícolas; e a implementação de um guia de transporte de frangos, para controlar a venda de pintinhos em granjas e abatedouros ilegais.

Finalmente, os pequenos, médios e grandes produtores avícolas bolivianos estão de acordo em alguns pontos na pauta de pedidos que farão ao governo boliviano para poder enfrentar a crise que atravessa o setor de forma urgente.

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