Os preços dos grãos utilizados na nutrição animal subiram fortemente no Brasil em 2020, atingindo patamares recordes. Os principais motivos dessa mudança de patamar devem permanecer, ao menos, no primeiro semestre de 2021, o que deve manter os preços dos grãos elevados no mercado brasileiro.
Entre os principais fatores que impulsionaram os preços da soja e do milho no Brasil em 2020, destaca-se a desvalorização do real em relação ao dólar. A pressão cambial mais do que compensou as quedas nas cotações internacionais no primeiro semestre do ano – que ocorreram, principalmente, como consequência da crise causada pelo Coronavírus globalmente.
Já no segundo semestre, além do impacto da moeda, foi observada uma forte recuperação dos preços em Chicago, acompanhando o aumento da demanda chinesa pela soja americana e também as, tanto no hemisfério norte, quanto no hemisfério sul.
Esses fatores, entre outros, continuam influenciando as cotações de soja e milho no início de 2021.
EXPECTATIVA DE REDUÇÃO DO ESTOQUE GLOBAL DE SOJA EM 2020/21
A produção mundial de soja em 2020/21 é estimada em 361 milhões de toneladas, de acordo com o relatório de janeiro de 2021 da USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Apesar de representar um crescimento de 7,2% em relação à safra anterior, o volume não acompanha o aumento da demanda mundial, puxada principalmente pela recuperação da produção de suínos na China. Com isso, o estoque final de soja na safra 2020/21 deve cair 11,6% em relação à safra 2019/20, pressionando as cotações internacionais (veja figura 1).
No mercado nacional, as exportações de soja – impulsionadas pela desvalorização do real – também contribuíram para a redução de disponibilidade da oleaginosa no Brasil, contribuindo com o aumento dos preços.
PREÇOS DO MILHO NO BRASIL TENDEM A SEGUIR FIRMES ATÉ A SAFRINHA
Em relação ao milho, a produção global em 2020/21 é estimada em 1.133,9 milhões de toneladas, de acordo com a USDA (relatório de janeiro de 2021). Apesar de representar um crescimento de 1,5% em relação à safra anterior, o volume também não acompanha o aumento da demanda mundial.
No Brasil, apesar de não ter ocorrido escassez de milho em 2020, os preços seguiram a tendência da soja, refletindo a paridade internacional e a desvalorização da moeda (veja figura 2).
As negociações de contratos no mercado futuro de soja em Chicago e de milho no Brasil apontam para uma queda nos preços nos próximos meses, conforme informações disponíveis na tabela 1.
Porém, é importante observar que uma redução mais acentuada das cotações é esperada apenas para o segundo semestre. Além disso, os preços das commodities no mercado local serão diretamente influenciados pelo câmbio, o que pode trazer alterações significativas nos cenários refletidos nesse momento.
IMPACTOS NA INDÚSTRIA DE PROTEÍNA ANIMAL
Enquanto o setor de grãos colhe resultados surpreendentes, o setor de proteína animal no Brasil entra em 2021 ainda em estado de alerta, já que o farelo de soja e o milho representam a maior parte dos custos de produção do setor.
A figura 3 demonstra a queda do poder de compra do produtor de suínos e aves em relação ao milho para exemplificar a atual situação do setor em janeiro de 2021 – média dos preços até o dia 21/01.
É importante mencionar que as análises de relação de troca estão focadas nos preços domésticos das carnes (mercado São Paulo).
ALTERNATIVAS PARA MELHOR APROVEITAMENTO DA ALIMENTAÇÃO NA PRODUÇÃO ANIMAL
Como a base das dietas brasileiras para frango de corte e suínos é basicamente composta por milho e farelo de soja, não temos muitas alternativas em quantidade suficiente no Brasil para substituir totalmente estes ingredientes na ração, mas temos que ficar atentos as oportunidades do mercado para compra e consumo de ingredientes não convencionais.
Para se ter sucesso nesta substituição, é necessário que o controle de qualidade de rações atue fortemente para minimizar eventuais oscilações nutricionais destes produtos não convencionais.
No caso do farelo de soja, há alguns ingredientes que podem substituir parcialmente esta fonte proteica, sendo importante também a utilização de todos os aminoácidos sintéticos disponíveis e viáveis na formulação.
Uma estratégia importante é a utilização de enzimas exógenas:
Além do fator custo, as enzimas melhoram de forma geral a eficiência nutricional e o desempenho zootécnico dos animais, impactando diretamente no custo de produção
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