06 mar 2023

Gripe aviária pegou a Argentina e ronda o Brasil

O H5N1 (vírus da gripe aviária) desembarcou em vizinhos bem mais próximos do que Chile, Equador e Peru. No último […]

O H5N1 (vírus da gripe aviária) desembarcou em vizinhos bem mais próximos do que Chile, Equador e Peru. No último dia 15, Argentina e Uruguai decretaram emergência nacional de saúde após a confirmação de casos da doença em aves silvestres e de criações domésticas. Desde então, a situação piorou na Argentina, que já contabiliza 25 focos e na semana passada confirmou a presença do vírus numa granja comercial no município de Mainque, na província de Rio Negro.

De imediato, a Argentina perdeu temporariamente o status de área livre da gripe aviária e suspendeu de forma voluntária as exportações de produtos avícolas. A luta, agora, é para extirpar rapidamente o foco – com sacrifício de todas as aves do lote e de 10 km de distância. Em paralelo, uma corrida para negociar a reabertura das exportações e recuperar a condição de área livre.

Ainda que os protocolos de enfrentamento da doença sejam os mesmos, o impacto econômico da gripe aviária na Argentina não se compara ao dano potencial ao Brasil. Enquanto os argentinos exportam 190 mil toneladas de frango por ano, o Brasil embarca o dobro disso por mês. É o maior exportador global, com 33% de todo o comércio entre países, alcançando receita de US$ 9,76 bilhões. Somadas as exportações de ovos, os valores sobem para US$ 13 bilhões. São 4 milhões de empregos diretos e indiretos.

“O governo brasileiro está atuando, mas o risco de se ter casos da gripe aviária está em todo o território. Há uma suspeita todo dia. Por isso, não dá pra dizer se seria em um lugar ou no outro. O risco deve persistir para além dos meses de passagem das aves migratórias, até abril, que eram considerados os períodos de risco mais elevados por causa dos casos nos países vizinhos. Então ele permanece”, destaca Ricardo Santin, presidente da ABPA.

Uma vantagem relativa do Brasil em relação à doença é que ela chegou primeiro aos principais competidores, no hemisfério Norte. Os EUA, segundo maior exportador global, conseguiu controlar os focos e “convive” com o vírus, sem perder os clientes internacionais. É o que o Brasil também espera fazer.

“Estamos trabalhando há mais de três anos nos mercados que são nossos clientes. De 150 países, podemos ter problema em dez ou quinze, caso haja um foco da doença em granja comercial. Mas a maioria, como a China e os países da Europa, já impõem restrições apenas num raio de 10 quilômetros de um foco. No restante, quando ocorre em aves silvestres ou de fundo de quintal, não para o comércio. Prova disso é que o Japão continua importando da Europa e dos Estados Unidos, que registram vários focos da doença”, afirma Ricardo Santin.

Pelas regras da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), teoricamente, um país que nunca teve influenza aviária pode recuperar o status de área livre em 28 dias, caso adote todas as medidas para eliminar o vírus:

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As negociações de comércio, contudo, ocorrem de forma bilateral.

Ovos e carne podem ser consumidos com segurança

Seja em relação ao novo vírus, ou uma velha ameaça, como a salmonella, os mecanismos de controle de biossegurança na cadeia avícola brasileira asseguram baixíssimo risco de alimentos contaminados chegarem à mesa dos consumidores. Mesmo que isso ocorra, a manipulação correta e o cozimento de ovos e da carne são efetivos para eliminar os vírus e bactérias.

Cadeia do frango intensificou testagens e segurança

O Ministério da Agricultura coordenou com as defesas sanitárias estaduais um plano de contingência para reagir a uma eventual chegada do vírus ao Brasil. A primeira medida será bloquear a área do foco, para, em seguida, tomar uma série de ações saneadoras num raio de 10 quilômetros da detecção. No momento, a ordem é intensificar a prevenção ativa, dos órgãos fiscalizadores, e passiva, que envolve a comunicação da doença por qualquer cidadão que perceba sintomas em aves comerciais, caseiras ou silvestres. Dentre os sintomas mais típicos, está:

Ainda que a chegada do vírus seja cada vez mais uma questão de “quando” e não de “se”, os efeitos mais graves para a avicultura industrial, como ocorreu nos Estados Unidos e Europa, não devem se repetir por aqui. É a avaliação da analista do mercado de frangos do Cepea-Esalq/USP, Juliana Ferraz.

“Somos o maior player do mercado internacional de frango. A gente chegou a esse nível pela questão sanitária, temos um status sanitário muito bom. Pode gerar um crise de imagem pontual. Mas o mundo depende da proteína brasileira e não tem para onde correr. Um terço do que o mundo consome de carne de frango vem do Brasil. É muita carne”, diz a analista.

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