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A higiene é um conjunto de medidas de limpeza e desinfecção que permitem a redução da população microbiana, para a garantia da saúde pública e animal. A sala de incubação reúne características específicas que a diferenciam das outras instalações do setor avícola.
Nas salas de incubação a atividade é constante, sem interrupção, que não tem o vazio sanitário como ocorre em granjas ou salas de processamento. Esta situação é mais patente em incubadoras de carga múltipla.
A atividade constante das salas de incubação requer que a higiene seja um objetivo prioritário em sua atividade cotidiana. A distribuição das diferentes áreas da sala é fundamental para projetar um plano de higiene.
Nestes pontos de transição, as mãos, como veículos de transmissão, devem ser lavadas com sabão e depois de secas, desinfetadas com alguma solução adequada. Algumas outras áreas têm uma atividade similar e, por isso, sua higienização pode ser igual.
DESINFECÇÃO DE OVOS
Os ovos colocados na sala de recepção podem ser desinfetados por diferentes métodos.
SALA DE RECEPÇÃO DOS OVOS – CORREDORES
Pode-se limpar com uma máquina de lavar chão com um limpador alcalino (neutros e clorados), ou ainda aplicando um detergente alcalino espumante.
Depois aplicar desinfetante de amplo espectro (DAE). O detergente e o desinfectante devem atuar por, no mínimo, 15 minutos em todas suas aplicações.
INCUBADORAS – DOCA DE CARREGAMENTO – CAMINHÕES
Detergente alcalino espumante:
A secagem das incubadoras pode ser acelerada com seus sistemas de ventilação. Em incubadoras de carga múltipla, convém planejar uma rotação de vazio de todas elas para que periodicamente se possa limpar e desinfetar.
CARROS DE INCUBAÇÃO – SALA DE TRANSFERÊNCIA
Durante a eclosão dos embriões e de uma maneira progressiva aumenta a carga microbiana dentro dos nascedouros. Tradicionalmente tem-se controlado esta contaminação com a evaporação de formalina no interior das mesmas. Devido às características adversas deste produto, se pode substituir por outro composto de peróxido de hidrogênio, ácido acético e ácido peracético. Uma vez retirados os pintinhos se deve limpar os nascedouros seguindo os seguintes passos:
Os alvéolos para ovos, bandejas de nascedouros e caixas para transportar as aves precisam ser lavados em uma máquina específica com água a 50-60°C, aplicando um limpador alcalino clorado não espumante. Todo este material deve estar completamente seco antes de sua reutilização.
Desinfetante de amplo espectro (DAE). O pessoal que realiza qualquer destas tarefas de limpeza e desinfecção deve ser formado e equipado para executá-las com total segurança. É necessária a redação de um protocolo com instruções específicas para as diferentes limpezas, detalhando a execução, para assegurar a realização das tarefas da maneira desejada. É importante ainda complementar esse programa com um calendário específico para a realização das tarefas mais especiais. Equipamentos auxiliares como vacinadoras por spray, carrossel de sexagem, cintas transportadoras, devem ser incluídos no programa de limpeza-desinfecção.
Paralelo ao programa de limpeza e desinfecção há que se considerar outros aspectos básicos.
A qualidade da água utilizada na planta de incubação é de vital importância, já que seu uso é massivo tanto nos protocolos de limpeza-desinfecção, como para manter a umidade adequada em todo o processo de incubação. É recomendável dispor de um potabilizador no qual se garanta as características da água utilizada, tanto físico-químicas, básicas para evitar sedimentações nas diferentes conduções, como microbiológicas, imprescindíveis para possíveis contaminações. Uma alternativa válida para a higienização da água é seu tratamento com um biocida estável composto por monopersulfato de potássio. Uma análise mensal nos assegura o controle de seu bom funcionamento. É imprescindível considerar a possível contaminação ambiental, o que requer uma depuradora que acondicione o grande volume de água residual antes de despejá-la no ducto correspondente.
No que diz respeito à contaminação ambiental se deve considerar que na planta se produz uma considerável quantidade de resíduos em forma de plumas, cascas, embriões não nascidos. Tudo isso deve ser recolhido em um contêiner fechado, que deverá ser destinado a uma planta de resíduos autorizada.
A entrada e saída do ar da planta, estarão em lados opostos para evitar sua recirculação. Na planta deve se projetar um sistema de ventilação que permita fluir o ar da área limpa com pressão maior, até a área suja a uma pressão mais baixa. As salas de incubação e nascedouros terão uma pressão constante para que o ar que entre nas máquinas seja o necessário conforme as condições interiores, determinado pela abertura das entradas de ar.
É imprescindível estabelecer um programa de controle de roedores e insetos já que são vetores perigosos de micro-organismos. Uma boa alternativa é contratar uma empresa especializada.
Devido às características comentadas no começo desse artigo, é imprescindível estabelecer um programa para avaliar a higiene da planta em seus diferentes pontos e etapas. É conveniente que este programa, o aplique de maneira periódica, uma empresa alheia à planta. Na literatura científica há várias referências a padrões microbiológicos, porém, é conveniente que o técnico responsável estabeleça o padrão próprio da planta e avalie sua evolução, missão para a qual é importante colher amostras na mesma hora e nos mesmos pontos. Os meios de cultivo mais adequados são agar dextrose Sabouraud, específico para fungos. Agar com soja tríptico ( TSA ), adequado para detecção de gram-positivos. Agar MacConkey indicado para detecção de enterobactérias. As amostras devem ser coletadas em diferentes pontos: