Impactos dos polifenóis na produtividade e qualidade dos ovos de galinhas poedeiras
Recentemente, aditivos, plantas e produtos naturais para rações têm se tornado cada vez mais populares nas indústrias avícola e pecuária para manter e melhorar sua saúde e produção.
Impactos dos polifenóis na produtividade e qualidade dos ovos de galinhas poedeiras
A atenção do público para as normas de qualidade dos produtos avícolas e a proibição da União Europeia do uso de antibióticos melhoradores de desempenho têm encorajado os fabricantes a considerar aditivos alimentares naturais como alternativas eficazes aos antibióticos (Abd El-Hack, El-Saadon, Salem et al., 2022; El-Saadony, Saad, et al., 2022).
Os polifenóis são micronutrientes naturais valiosos encontrados em diferentes plantas. Devido aos valiosos impactos dos polifenóis sobre os animais, as aves e a saúde humana, muita pesquisa foi expandida recentemente para extrair e produzir alimentos comerciais ricos em polifenol.
Devido à grande importância dos polifenóis, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) desenvolveu um banco de dados que inclui apenas informações sobre flavonoides e os polifenóis mais comuns (Holden et al., 2005).
A crescente base de conhecimento sobre polifenóis tem necessitado a quantificação de polifenóis. Pesquisadores têm encontrado uma variedade de soluções para esse problema. Portanto, alguns deles testaram os padrões gerais de dieta associados à ingestão de polifenóis (Pham et al., 2019). Outros têm utilizado a base de dados Phenol-Explorer (Castro-Barquero et al., 2020; Wisnuwardani et al., 2020; Zamora-Ros et al., 2020).
Uma meta-análise avaliou a ingestão de polifenóis com base em intervalos registrados (Rienks et al., 2018). Um estudo estabeleceu uma base de dados usando o Phenol-Explorer e as bases de dados do USDA (Castro-Acosta et al., 2019). Outro estudo usou uma base de dados original de polifenóis em que os teores totais de polifenóis foram calculados como equivalentes de catequina (Taguchi et al., 2020).
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Impactos dos polifenóis na produtividade e qualidade dos ovos de galinhas poedeiras
Vários fatores influenciam a quantidade de polifenóis encontrados em vários alimentos. Variações na exposição solar, métodos de cultivo, uso de fertilizantes e outros fatores levaram a teores inconsistentes de polifenóis (Faller & Fialho, 2009).
Assim, os métodos de processamento de alimentos podem afetar a quantidade de conteúdo de polifenóis por um instante. O vapor pode melhorar o conteúdo de polifenóis dos alimentos (Dolinsky et al., 2016) e a secagem dos grãos de café em um forno, em vez de ao ar livre, leva a uma quantidade significativamente maior de ácidos fenólicos e flavonóides no produto final do café (Alkaltham et al., 2020).
Além disso, os constituintes vegetais desempenham um papel particular nos níveis de polifenóis, uma vez que a camada exterior das uvas contém um elevado nível de antocianinas e um elevado nível de antocianinas. Estes polifenóis parecem ter maior bioatividade do que as antocianinas em outras porções da fruta (Tamura & Yamagami, 1994).
Portanto, sugere-se que alguns dos benefícios associados à ingestão de frutas e vegetais inteiros possam ser devidos ao consumo de uma maior quantidade e variedade de polifenóis (Williamson, 2017). O metabolismo e a absorção dos polifenóis ocorrem no intestino delgado, cólon e fígado, embora alguma absorção rápida possa ocorrer na mucosa gástrica (Hostetler et al., 2017).
Impactos dos polifenóis na produtividade e qualidade dos ovos de galinhas poedeiras
Polifenóis são compostos naturais abundantes em muitas fontes diferentes, como:
Frutas e vegetais: Os polifenóis são abundantes em frutas e são mais ativos fisiologicamente do que aqueles encontrados em vegetais (Vinson et al., 2001). Ervas e especiarias: especiarias e temperos têm os maiores teores de compostos polifenólicos por peso (Pérez-Jiménez et al., 2010); e também chás e café.
Os polifenóis podem ser classificados em dois grupos principais: flavonoides e não flavonoides (Singla et al., 2019 ), que podem ser categorizados em flavonas, flavanonas, isoflavonas, flavanóis, ácidos fenólicos, lignanas, estilbenos e antocianidinas (Manach et al., 2004).
Flavonóides
Muitas das características da planta, como cor, odor e robustez, são determinadas pelos flavonoides (Samanta et al., 2011). Os humanos podem lucrar com os benefícios biológicos dessas substâncias consumindo-as regularmente. Os flavonoides podem afetar vários processos metabólicos em humanos regulando as ações de inúmeras enzimas celulares (Panche et al., 2016). Os flavonoides também funcionam como eliminadores de radicais livres no corpo (Kaurinovic & Vastag, 2019).
Não flavonóides
Os lignanos não flavonoides, ácidos fenólicos e estilbenos fornecem uma gama de benefícios à saúde quando ingeridos rotineiramente. Os compostos não flavonoides mais comuns são ácido fenólico, estilbenos e lignina.
Os compostos fenólicos são considerados antioxidantes potentes ao prevenir a oxidação da lipoproteína LDL, danos aos glóbulos vermelhos e agregação plaquetária, o que minimiza o risco de diferentes distúrbios crônicos, incluindo tumores, inflamação crônica, distúrbios cardiovasculares e diferentes condições degenerativas (Abdel-Moneim et al., 2022). As características antioxidantes dos polifenóis estão relacionadas às suas estruturas químicas, especialmente na contagem e localização dos grupos hidroxila. Ainda assim, os fenólicos podem geralmente atuar como antimutágenos metálicos, quelantes, antimicrobianos, agentes clarificantes e anticarcinógenos (El Gharras, 2009; Saad, El-Saadony, Mohamed et al., 2021). Geralmente atuam como eliminadores diretos de radicais das reações em cadeia de peroxidação lipídica (quebradores de cadeia) por meio dos quebradores de cadeia doando um elétron ao radical livre, neutralizando os radicais e eles próprios se tornando radicais estáveis (pouco reativos), inibindo assim as reações em cadeia (Tsao, 2010). Além disso, os polifenóis também podem quelar metais como Fe2+, o que pode diminuir diretamente a taxa da reação de Fenton, evitando assim a oxidação causada por radicais hidroxila altamente reativos (Tsao, 2010).
IMPACTO DOS POLIFENÓIS NA INDÚSTRIA AVÍCOLA
Os polifenóis são considerados suplementos alimentares promissores quando incorporados à dieta das aves em certos níveis. Yang et al. (2020) adicionaram quercetina a 0,02%, 0,04% e 0,06% a partir do primeiro dia de idade por 6 semanas em frangos de corte e concluíram que a quercetina não tem impacto significativo no desempenho do crescimento dos frangos de corte. Ainda assim, melhora a resposta imunológica dos frangos por meio da estimulação da via de sinalização NF-κB. HN Liu et al. (2014) aplicaram 0,2, 0,4 ou 0,6 g de resveratrol/kg de ração para frangos de osso preto e observaram melhora dos parâmetros de crescimento, redução do estresse oxidativo ao aumentar os níveis séricos do hormônio do crescimento e modulação da expressão dos genes de choque térmico em tecidos imunológicos.
Os ovos são a principal fonte de proteína animal na dieta humana e são caracterizados por alto valor nutritivo (Wang et al., 2020). Os ovos contêm diferentes agentes antioxidantes, como lisozima, ovoalbumina, peptídeos ovotransferrina, aminoácidos na clara do ovo, carotenoides, fosvitina, vitamina E e aminoácidos aromáticos livres na gema do ovo; portanto, os ovos têm muitas propriedades biológicas valiosas e são considerados um potente antioxidante, antiviral, antibacteriano, antimicótico, anti-inflamatório, anticâncer, antimutagênico e anti-hipertensivo (Nimalaratne & Wu, 2015; Wang et al., 2020).
Adicionar polifenóis em doses adequadas a uma dieta de poedeiras pode melhorar a produção de ovos, a qualidade externa e interna dos ovos e prolongar o tempo de armazenamento dos ovos. No entanto, níveis excessivos de polifenóis podem revelar uma cessação temporária da produção de ovos e diminuir a qualidade dos ovos.
Mohamed E. Abd El-Hack, Heba M. Salem, Asmaa F. Khafaga, Soliman M. Soliman, Mohamed T. El-Saadony (2022). Impactos dos polifenóis na produtividade e qualidade dos ovos de galinhas poedeiras: uma revisão. Journal of Animal Physiology and Animal Nutrition, 107 (1), 928-947. https://doi.org/10.1111/jpn.13758
