
A forma física da ração e sua influência no desempenho das aves
Para que o frango de corte desenvolva todo o seu potencial genético de produção é necessário que ele tenha um consumo adequado de alimento. Neste sentido, a forma física da ração tem impacto significativo sobre o consumo de ração e consequentemente sobre o desempenho dos frangos de corte, conforme relatam vários trabalhos. O tamanho das partículas do alimento e sua forma física também influenciam na velocidade da digestão no trato gastrintestinal, sendo a velocidade de partículas maiores, mais lenta do que a de partículas menores, e a das dietas peletizadas, mais rápida do que a das fareladas.
Para os frangos de corte, temos três opções de forma física da ração: farelada, peletizada e peletizada-triturada.
No Brasil, o uso da ração farelada ainda é muito comum, pois nem todos os produtores de rações conseguiram investir em peletizadoras, no entanto, é possível obter ótimos índices de desempenho para frangos de corte quando a ração é uniforme e de granulometria mais grossa. Diferente do que encontramos nos trabalhos científicos, em que a ração peletizada-triturada e peletizada proporcionam um desempenho superior das aves quando comparadas a ração farelada, na prática, não são raras as situações em que encontramos resultados de campo melhores com o uso da ração farelada. Isso acontece devido à baixa qualidade do pellet.
A maior concentração de finos (partículas finas derivadas da degradação física dos pellets) na ração é muito mais prejudicial quando comparados ao fornecimento de uma ração farelada (uniforme e mais grossa) às aves. As rações fareladas mais grossas promovem o desenvolvimento e crescimento da moela, o que torna a digestão mais eficiente. É importante salientar que da mesma maneira que a baixa qualidade do pellet proporciona alta quantidade de finos na ração peletizada, tornando-se prejudicial ao consumo das aves, o mesmo ocorre quando temos uma ração farelada com partículas muito finas.
Como mencionado, a forma física da ração tem um impacto significativo no consumo do animal e a qualidade do pellet é muito importante para garantir os ganhos da peletização. A baixa qualidade do pellet resulta na ocorrência de finos, causando efeito negativo no consumo de ração. De acordo com o gráfico abaixo, verifica-se que quanto maior a incidência de finos na ração, menor o peso vivo e maior a conversão alimentar.
Gráfico: Efeito da qualidade do pellet sobre o desempenho de frangos de corte
A peletização melhora o ganho de peso e a conversão alimentar das aves, pois dentre os seus benefícios, exige menor esforço físico das aves para o consumo da ração, ocasionando em menor gasto energético e resultando em maior disponibilidade de energia destinada para a produção de carne.
A qualidade do pellet é influenciada por diversos fatores, sendo os mais significativos: a formulação, o condicionamento e a moagem dos ingredientes. Além disso, esses processos podem ser ajustados de acordo com a realidade de cada processo da fábrica de ração.
Em muitos trabalhos, a ração peletizada-triturada possui desempenho superior ao da ração peletizada, o que nos faz refletir sobre a importância da moela em triturar os alimentos. Independente da forma física da ração utilizada para frangos de corte, o importante é que a ração fornecida seja de qualidade e uniforme.
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