Patologia e Saúde Animal

O inexorável avanço da Influenza Aviária na América do Norte e no mundo

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Definição

avanço da influenza aviária
A Influenza Aviária é uma enfermidade viral infecciosa muito severa que afeta uma variedade grande de aves nas quais produz quadros respiratórios, intestinais e neurológicos. Se apresenta na forma de Baixa ou Alta Patogenicidade. São hospedeiros comuns o frango e as galinhas (Gallus gallus domesticus), nos quais pode causar até 100 % de mortalidade.

A primeira epizootia de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) que se tem conhecimento, ocorreu nas colinas do Piemonte italiano, no noroeste da península da Itália em 1878, e foi chamada Peste Aviária ou Peste Lombarda, tendo sido documentada clínica e cientificamente pelo sábio veterinário italiano Edoardo Bellarmino Perroncito. A Peste Aviária cruzou a Áustria e dali se estendeu ao norte da Europa, assim como o vírus se disseminou pela França até chegar à Inglaterra, devastando a avicultura familiar e de fundo de quintal de toda a Europa.

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A IA tem grande importância sanitária e econômica nos países onde se apresenta devido à elevada morbi-mortalidade que provoca e pela enorme dificuldade de controle epidemiológico através de vacinação.

Sua erradicação por meio de medidas:

higiênicas,

avanço da influenza aviáriadesinfecção,

biosseguridade,

controle de movimentação,

Sua distribuição geográfica é global, afetando hoje, sobretudo a avicultura industrial, tanto de frangos de corte, como de poedeiras e reprodutoras leves e pesadas da América do Norte, Europa e Ásia.

Etiología

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O agente causador da IA é um orthomyxovirus e como tal, possui glicoproteínas de superfície como a Hemoaglutinina (HA) e a Neuroaminidasa (NA) em seu envoltório. Existem três tipos de vírus de influenza: A, B e C.

Foram isolados apenas vírus Tipo A em animais, sendo que os tipos B e C foram isolados em patologia humana. O Tipo A pode infectar as aves domésticas como:

avanço da influenza aviáriaa galinha,

o peru,

o pato,

aves silvestres migratórias e endêmicas,

suínos,

cavalos,

seres humanos e outros mamíferos.

Epidemiología e transmissão

avanço da influenza aviáriaOs vírus da IA são transmitidos por:

contato direto entre as aves do lote,

por aerossóis, bebedouros e comedouros contaminados e,

de maneira indireta, por fômites.

Sua difusão é muito rápida, com um período de incubação de sete a vinte um dias, com morbidade de 100% e mortalidade em aves suscetíveis de até 90-100%.

Existe uma abundante presença de receptores específicos alfa 2, 3 ácido siálico-galactose para vírus IA com altos níveis de replicação viral em células epiteliais e endoteliais vasculares no aparato respiratório, gastrointestinal e reprodutor de aves infectadas.

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As aves aquáticas migratórias são o principal ator na ecologia dos Orthomyxovirus da Influenza Aviária
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Estudos epidemiológicos realizados pelo USDA’s Wildlife Services durante os últimos cinco anos com mais de 250.000 aves aquáticas migratórias amostradas, demonstraram uma prevalência de 2,4 % de isolamentos do vírus da IA de Baixa Patogenicidade (IABP) em aves silvestres positivas.

A panzootia intercontinental da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade de 2014

No início de 2014 ocorreram surtos de Influenza Aviária por vírus H5N8 de Alta Patogenicidade em aves domésticas na Coreia do Sul e Japão, introduzidos na primavera daquele ano por aves silvestres migratórias na Sibéria e no oeste do Alaska. No outono de 2014 foram reportados casos de IA na Europa, específicamente na Alemanha, Países Baixos e Grã Bretanha, com grandes perdas econômicas em granjas industriais, dando lugar a uma recombinação do vírus H5N2 e H5N1 na Colúmbia Britânica, Canadá e Washington, além de Oregon nos Estados Unidos da América.

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Recente:

avanço da influenza aviáriaSurtos de H5N8 HPAI em aves de capoeira e aves selvagens — S. Coreia e Japão, inverno 2014;

Vírus da primavera de 2014 mudou-se para a Sibéria e oeste do Alasca;

Outono de 2014: H5N8 apareceu na Europa (IcAl), América do Norte (IcA2);

Outono de 2014: Reassortant H5N2 e HSNJ na América do Norte.

A expansão e dispersão de diversos subtipos do vírus da IA ocorreu cronologicamente da seguinte maneira:

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A epizootia causada pelo subtipo H5N1 da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade na América do Norte, de dezembro de 2021 a abril de 2022

O Animal and Plant Health Inspection Service (APHIS) do United States Department of Agricultura (USDA), reportou inúmeros surtos em lotes comerciais e de fundo de quintal, em 26 estados dos EUA, afetados pela Influenza Aviária H5N1 de Alta Patogenicidade, entre eles Indiana, Kentucky, Delaware, Missouri, Maryland, Maine, South Dakota, North Dakota, Iowa, Wisconsin, North Carolina, Nebraska, New York, Minnesota e Texas, Pennsylvania, Colorado, Idaho e Kansas, que provocaram graves perdas devido às altas mortalidades e abate sanitário de mais de 40 milhões de aves enfermas em granjas de galinhas de postura, frangos de corte e perus.

Na América do Norte, os países afetados pela IA são:

Canadá,

EUA,

México e República Dominicana.

O restante do continente e América do Sul estão atualmente livres da IA.

EUROPA

Espanha

avanço da influenza aviáriaA avicultura espanhola teve sorte até o início de 2022 havendo contornado a gripe aviária sem grandes impactos, enquanto o vírus dizimava as granjas de meia Europa nos últimos anos. Porém, a IAAP se apresentou em março deste ano em granjas de galinhas e perus de Castela e León e Andaluzia, obrigando, em pouco mais de quatro semanas, a sacrificar mais de 665 mil animais em 16 granjas do país.
Primeiro, se detectou a enfermidade em aves silvestres mortas e dali saltou para as granjas avícolas, tanto as de céu aberto, como as intensivas que têm as aves alojadas em gaiolas, em galpões.

França

avanço da influenza aviáriaA França sacrificou milhões de animais a noroeste do território para deter uma nova epizootia da IA, que afetou os avicultores. Desde o final de fevereiro, os contágios aumentaram de maneira drástica no oeste do território, em particular no Departamento de Vendée. No começo de março, o Ministério da Agricultura registrou 58 focos, porém apenas alguns dias depois, o último balanço contabilizou 187.
Em março último, foram sacrificadas 4,2 milhões de aves. Enormes perdas econômicas serão arcadas, total ou parcialmente, pelo Estado. Não obstante, haverá custos por danos colaterais pela falta de produção avícola na região de País do Loire.

avanço da influenza aviáriaO alcance desta crise já supera a do ano passado, localizada especialmente no sudoeste francês, região onde se produz foie gras. Nesse período, foram identificados cerca de 500 focos de Influenza Aviária em granjas e sacrificadas 3,5 milhões de animais, principalmente patos, pelo vírus da IAAP subtipo H5N1.

A Influenza Aviária foi, durante os últimos anos e é atualmente, a enfermidade viral animal mais reportada junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), com sede em Paris, na França.

 

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