Influência do GalliPro® MS no Bem-estar das aves e qualidade de ovos

O ovo é um alimento completo para o consumo humano, excelente fonte de vitaminas, minerais, ácidos graxos e proteína de alto valor biológico, também é considerado um alimento funcional, pois possui em sua composição substâncias capazes de prevenir doenças bem como promover a saúde (MOTA et al.,2017; NOVELLO et al., 2006).

O consumo de ovos per capita no Brasil em 2020 foi de 251 e está acima da média mundial, que fica em torno de 230. Há 10 anos este consumo era de 148 ovos por habitante por ano.

Este aumento de consumo está relacionado às características nutricionais deste alimento e sua mudança na posição da gôndola dos supermercados, ou seja, passou para o setor de alimentos saudáveis.

Este crescente aumento no consumo de ovos impulsionou a avicultura de postura comercial, que impressiona com seus números.

Em 2020, a produção de ovos atingiu o impressionante número de 1697 ovos produzidos a cada segundo. De fato, temos aumento no número de aves alojadas/ano, mas também houve melhoria sanitária e nutricional dos planteis, aliado à evolução das linhagens.

Estas melhorias trouxeram importantes características econômicas, como aumento do:

número de ovos produzidos por ave,

peso médio de ovos e

coloração de casca (CARVALHO, 2012; OLIVEIRA, OLIVEIRA, 2013).

 

Quanto aos produtores de ovos, estes estão cada vez mais engajados em criar um padrão de identidade de sua granja e produzir ovos de máxima qualidade. Certamente nestes parâmetros de qualidade, o tamanho de ovos, qualidade de casca e bem-estar das aves estão relacionados nos diferenciais a serem buscados.

PROBIÓTICOS

Nesta constante busca por melhor produtividade e qualidade de produto, os probióticos suplementados na dieta das aves ganham fundamental destaque por:

melhorar o desempenho produtivo,

reduzir mortalidade, inclusive em condições de estresse térmico (FATHI et al., 2018).

Estudos demonstram ainda que o uso de probióticos em postura comercial tem influência no metabolismo de lipídeos das aves, o que pode resultar na redução dos níveis de colesterol no conteúdo da gema dos ovos (LI et al. 2006; MIKULSKI et al. 2012).

Também são atribuídos ao uso de probióticos a melhora na resposta imune e estado de saúde das aves (FATHI et al., 2018).

Outro ponto de extrema relevância no que diz respeito à produção de ovos e à saúde das aves é, em particular, a integridade do trato reprodutivo.

Afinal o oviduto, onde ocorre a formação do ovo, precisa estar íntegro. Sua integridade é essencial, não só para a saúde das aves, mas também à qualidade do produto final (SHINI; SHINI; BLACKALL, 2013).

Além disso, a maioria das bactérias associadas à infecções do trato reprodutivo pode migrar do trato gastrointestinal, o que expõe o ovo a contaminação bacteriana (KELLER et al., 1995; SHINI; SHINI; BLACKALL, 2013).

Portanto, manter o trato gastrointestinal saudável, com microbiota equilibrada, é uma medida adequada.

Consequentemente o trato reprodutivo que está em comunicação direta com o trato gastrintestinal, também será favorecido pela manutenção desta microbiota equilibrada e capaz de prevenir o crescimento de bactérias patogênicas.

A figura 1 ilustra a relação direta entre o trato gastrointestinal e o trato reprodutivo e os efeitos negativos da perda da integridade intestinal.

Figura 1: Comunicação direta entre trato reprodutivo e Trato gastrointestinal

De acordo com Shini; Shini; Blackall (2013) a suplementação com probióticos:

melhorou significativamente a saúde do trato reprodutivo,

reduziu mortalidade e

aumentou a produtividade de aves de postura comercial.

 

Srinivasan et al. (2013) concluíram, em estudo, que a peritonite pode ser causada por E. coli intestinal, que translocou para a cavidade peritoneal, ou pelo movimento de E. coli cloacal para o oviduto, seguindo pelo infundíbulo até a cavidade peritoneal.

As aves em pico são mais susceptíveis devido ao estresse de produção. No entanto, a microbiota equilibrada mantém a barreira mucosa íntegra, dificultando a translocação da bactéria, conclui a autora.

Em relação aos indicadores de produtividade, a suplementação com bacilos também é uma alternativa interessante para melhorar o desempenho das aves e qualidade dos ovos produzidos.

Os benefícios relacionados à suplementação da bacilos vão além de manter a microbiota em equilíbrio, pois favorecem a digestão e absorção de nutrientes, o que resulta em melhor desempenho e qualidade de casca do ovo (ABDELQADER et al., 2013).

ESTUDO

Em estudo realizado na Unesp – Botucatu, Almeida e colaboradores testaram o efeito do GalliPro^® MS em galinhas de postura, tanto em linhagens brancas quanto vermelhas.

As aves da linhagem H&N Nick Chick estavam com 71 semanas de idade e foram suplementadas com GalliPro^® MS durante 8 semanas e os resultados foram comparados com grupo de aves de mesma linhagem e idade alimentadas apenas com a dieta padrão, sem o probiótico.

O objetivo deste estudo foi avaliar:

os indicadores de produtividade,

qualidade de ovos e

bem-estar das aves.

 

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Ao final do período de experimento, o percentual de ovos produzidos foi significativamente maior para o grupo que recebeu GalliPro^® MS, conforme demostrado no gráfico 1.

Gráfico 1: Percentual de produtividade para o grupo suplementado com GalliPro® MS e grupo controle.

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (p<0,05).

Outro parâmetro influenciado pelo efeito do GalliPro® MS foi o percentual de ovos sujos.

O grupo de aves que recebeu GalliPro^® MS na dieta apresentou redução de 4,1% de ovos sujos nas aves da linhagem branca e 3,1% para aves da linhagem vermelha, conforme gráfico 2.

Gráfico 2: Percentual de ovos sujos para o grupo suplementado com GalliPro® MS e grupo controle.

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (p<0,05).

Também foi significativa a diferença em relação ao percentual de ovos trincados.

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As poedeiras brancas, suplementadas com GalliPro^® MS, apresentaram 4,5% a menos de ovos trincados, quando comparadas ao grupo controle. Em poedeiras vermelhas, a diferença foi de 4,9% para o grupo suplementado com GalliPro^® MS, conforme gráfico 3.

Gráfico 3: Percentual de ovos trincados para o grupo suplementado com GalliPro® MS e grupo controle.

Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (p<0,05).

Com relação aos indicadores de Bem-estar Animal, houve melhoria significativa na redução do comportamento agonístico, de acordo com os parâmetros descritos na tabela 1.

Tabela 1: Parâmetros de bem estar animal

Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

De modo geral, os indicadores de Bem-estar Animal demonstraram que as aves suplementadas com GalliPro^® MS estavam mais calmas.

Este comportamento está relacionado à produção de serotonina, “hormônio da felicidade”.

Em torno de 90% deste neurotransmissor é produzido no trato gastrointestinal. Portanto, a integridade do trato gastrointestinal é de fundamental importância para a liberação deste hormônio, o que em grande parte é atribuído ao efeito do GalliPro® MS.

O estudo concluiu que as galinhas que consumiram GALLIPRO^® MS apresentaram melhorias nos indicadores relacionados ao Bem-estar.

Tanto galinhas brancas como vermelhas apresentaram:

melhoria na produtividade e qualidade de ovos,

redução de ovos sujos com fezes e trincados.

A figura 1 resume os benefícios da suplementação com GalliPro® MS na dieta das aves de postura comercial.

ABDELQADER, A., Al-FATAFTAH, A., Das, G. Effects of dietary Bacillus subtilis and inulin supplementation on performance, eggshell quality, intestinal morphology and microflora composition of laying hens in the late phase of production. Anim. Feed Sci. Technol. 179, 103–111, 2013.

CARVALHO, L. S. S. Nutrição de poedeiras em clima quente. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, n° 18, Janeiro 2012. Disponível em: . Acesso em 25/09/2022.

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NOVELLO, D.; FRANCESCHINI, P.; QUINTILIANO, D.A.; OST, P.R. Ovo: Conceitos, análises e controvérsias na saúde humana. ALAN v.56, n.4, Caracas dic.2006.

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