05 abr 2023

Influenza Aviária e Salmonella em debate no segundo dia do 23º SBSA

O Brasil é referência mundial na avicultura e o principal exportador de carne de frango, sendo o estado de Santa […]

O Brasil é referência mundial na avicultura e o principal exportador de carne de frango, sendo o estado de Santa Catarina o segundo maior produtor e exportador de aves do país. Porém, os recentes casos de Influenza Aviária em países vizinhos do Brasil têm preocupado o setor. As ações realizadas para prevenir a entrada da doença no País foram abordadas na palestra “Influenza Aviária – vigilância epidemiológica ativa” nesta quarta-feira (5), no 23º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), pela médica veterinária, mestre e doutora em Ciência Animal, Auditora Fiscal Federal Agropecuária (AFFA) e coordenadora de Assuntos Estratégicos (CAE/DSA) do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Anderlise Borsoi.

A Influenza Aviária (IA) é uma doença provocada por um vírus, muito contagiosa, que pode afetar a saúde de aves domésticas e silvestres. Os vírus apresentam diferentes subtipos (H5N1, H5N2, H5N3, H5N6, H5N8, etc) e têm a capacidade genética de se modificar com grande rapidez. O principal fator de risco de transmissão é a exposição de aves silvestres migratórias infectadas com o vírus às aves domésticas (produção, estimação e silvestres nativas) e, depois, para a avicultura comercial. Nas aves, a doença afeta grande quantidade de animais e provoca mortalidade elevada. Os principais sinais clínicos observados são: falta de coordenação motora, torcicolo, dificuldade em respirar e diarreia.

Anderlise trouxe uma visão geral do que o MAPA está fazendo dentro da Secretaria de Defesa Agropecuária (DAS) e o que os profissionais envolvidos na cadeia produtiva de aves precisam fazer tanto para detecção precoce da IA quanto para conter, em caso de haver contaminação no Brasil. A palestrante também falou sobre como notificar casos de doenças ao Serviço Veterinário Oficial (SVO), apresentou dados de vigilância passiva e de vigilância ativa, sobre os planos de contingência, tanto de campo quanto de laboratório, e as ações que o Ministério acompanha.

Existem dois planos: o de vigilância, para detectar a influenza, e outro de contenção, que aborda ações que devem ser feitas caso a doença entre no Brasil. “Existem dois grandes grupos de vigilância: a passiva que é aquela na qual o produtor notifica que uma ave está doente e o serviço de vigilância oficial vai ao local e coleta uma amostra; e a vigilância ativa, ou seja, o que já está sendo feito, são ações como as coletas de amostras feitas frequentemente pelo serviço de vigilância em todo o país”, descreveu Anderlise.

Desde julho de 2022, já foram coletadas mais de 40 mil amostras pelo MAPA. “As ações visam detectar precocemente casos de influenza, demonstrar a ausência da doença na avicultura comercial e monitorar a ocorrência de cepas com importância para a saúde pública”, explicou Anderlise, ao acrescentar que no site do Ministério (https://www.gov.br/agricultura/pt-br), clicando no banner sobre Influenza Aviária, abre uma página com informações sobre a doença, planos de vigilância, notas técnicas, vídeos educativos, entre outros conteúdos.

“A detecção precoce de um caso de Influenza Aviária é o objetivo da vigilância estabelecida pelo MAPA, sendo que as medidas de contingência somente serão eficientes se houver detecção precoce. Toda suspeita de Síndrome Neurológica e Respiratória deve ser notificada para o pronto atendimento pelo SVO”, concluiu Anderlise, ao acrescentar que o setor avícola é mais forte se trabalhar junto ao MAPA.

SALMONELLA

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“Salmonelas – contaminação em alimentos” foi o tema abordado pela médica veterinária, consultora na empresa Vitalis Saúde Integrada, Nelva Grando. Ela explicou que a Salmonella está dispersa no meio ambiente e pode ser ingerida por meio de alimentos contaminados com fezes de animais, o que acontece, por exemplo, ao se comer carnes e ovos crus ou malpassados ou quando não se lava as mãos antes de cozinhar ou manipular alimentos.

Os alimentos que mais merecem atenção são carnes bovina, suína, de aves e ovos crus. Porém, produtos não processados como hortaliças, frutas e leite também são veículos frequentes das Salmonella. “A bactéria pode estar presente também no solo e na água contaminados com fezes”, frisou Nelva.

No Brasil, a verificação oficial do controle de Salmonella spp. nos abatedouros é realizada por ciclos de amostragem. “Os programas desenvolvidos pelo MAPA e executados pelas empresas mostram que o número de contaminação é baixo. Os resultados dos ciclos oficiais do governo no frango foi zero no último ano e tudo isso com certeza é resultado do programa bem elaborado e da ação do setor que toma todos os cuidados necessários”, destacou Nelva.

A palestrante enfatizou que o cozimento adequado elimina a Salmonella e outras bactérias e que os programas nacionais incentivaram a mitigação do risco das Salmonellas mais relevantes para a saúde pública.

“O incremento das medidas de biosseguridade pelas empresas, focando no controle de cadeia, também reduziu o risco no Brasil. Porém, sabemos que a carne de aves, por ser um produto com pele e amplamente manipulado, tem mais chances de induzir contaminação. Já os ovos por suas características de substrato, armazenagem e modo de consumo também são os mais comprometidos”, comentou, ao concluir dizendo que Salmonella é um indicador de qualidade e de higiene de processos.

SOBRE O SBSA

O Simpósio ocorre até esta quinta-feira (6), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC). Promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), o evento é realizado em formato híbrido. Concomitantemente, acontecem a 14ª Brasil Sul Poultry Fair e a Granja do Futuro.

Saiba mais acessando o site!!

Fonte: Assessoria de Imprensa


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