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Influenza Aviária no Brasil: “Não é mais previsão de tempestade, estamos embaixo da chuva”

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Influenza Aviária no Brasil: “Não é mais previsão de tempestade, estamos embaixo da chuva”

Influenza Aviária no Brasil: “Não é mais previsão de tempestade, estamos embaixo da chuva”

Influenza Aviária no Brasil: “Não é mais previsão de tempestade, estamos embaixo da chuva”

O Brasil já não pode mais tratar a Influenza Aviária como um risco hipotético. A doença entrou no país, e com ela vieram mudanças profundas na forma como o setor avícola precisa se planejar, responder e se comunicar. Em uma mesa redonda promovida pela agriNews Play durante o evento O Avicultor Mais, três especialistas com atuação decisiva nos planos de contingência: Denise Viegas (MAPA), Izabella Hergot (IMA) e Bruno Pessamilio (consultor)  foram unânimes: o vírus chegou para ficar e a resposta precisa ser permanente, integrada e detalhada.

Influenza Aviária no Brasil: “Não é mais previsão de tempestade, estamos embaixo da chuva”

“Durante muito tempo o Brasil declarou a Influenza como exótica. Agora, precisamos entender que a responsabilidade começa dentro de casa”, afirmou Denise Viegas, auditora fiscal do MAPA. Para ela, o papel do Serviço Veterinário Oficial continua sendo essencial, mas é cada granja, cada empresa, que deve estruturar planos realistas e eficientes. “Não adianta mais tratar de defender todo um território se você não faz o seu dever de casa”, reforçou.

Já a Izabella Hergot, gerente de Defesa Sanitária Animal do IMA, destacou a mudança de paradigma:

“A mãe não tá mais falando pra levar o guarda-chuva que vai chover. Tá chovendo. A gente já tá embaixo da chuva”, disse.

A frase, que virou o símbolo da entrevista, resume a necessidade de encarar a Influenza não como uma ameaça futura, mas como um risco instalado. “Os produtores têm que entender que agora as medidas de biosseguridade são fundamentais. É rotina desinfetar o veículo, trocar o sapato, instalar tela. É tolerância zero”, completou.

Para Bruno Pessamilio, o maior desafio está na transição cultural dentro das empresas.

“Durante muito tempo falamos só de prevenção. Agora é hora de trabalhar o segundo pilar: reação. E reação se faz com plano de contingência detalhado, testado, específico por unidade, com a equipe treinada e todos os setores da empresa envolvidos, inclusive o jurídico, o RH, a logística”, explicou.

Segundo ele, “não basta dizer ‘vou usar CO₂’. É preciso saber qual fornecedor, concentração, equipamento, logística. Plano sem isso é só papel”.

Além da biosseguridade, a comunicação de crise também foi apontada como um ponto sensível. “Cada frase mal formulada pode causar um efeito cascata de fake news, pânico e desinformação”, alertou Denise. A solução? Profissionais treinados, comunicação coordenada e foco na transparência técnica, tanto com a mídia quanto com a população.

Em resumo, a Influenza Aviária não é mais uma ameaça futura — é um fator presente. A cadeia produtiva brasileira, reconhecida mundialmente, precisa agora mostrar sua capacidade de adaptação, planejamento e resposta. O plano de contingência que não saiu do papel já está atrasado.

Assista a entrevista completa no canal agriNews Play Brasil:

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