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Influenza Aviária: Uma Ameaça para a Avicultura Brasileira?

Escrito por: Ariel Mendes - Pesquisador e Articulador da avicultura brasileira e latino-americana, atualmente atua como Presidente da FACTA (Fundação Apinco de Ciência e Tecnologia Avícolas) ariel.mendes@unesp.br
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Influenza Aviária

A Influenza Aviária é uma enfermidade das aves causada por vírus Influenza do tipo A, que está coberto com duas proteínas principais chamadas Hemaglutininas (H16) e Neuramidases (N9), permitindo 144 combinações.

 

SUBTIPOS

Os subtipos mais patogênicos são H5 e H7, considerados pela OIE como de alta patogenicidade, sendo que os de baixa patogenicidade mais prevalentes são do tipo H4, H6 e H9.

AVES SUSCETÍVEIS

As aves domésticas susceptíveis são perus, galinhas, patos, codornas, faisões e gansos, enquanto que as aves silvestres afetadas são patos e gansos selvagens, maçaricos, cisnes, gaivotas, garças, pardelas e outras.

Já foram isolados vírus de Influenza em aves de cativeiro como falcões, periquitos, papagaios, tecelões, tentilhões, cacatuas e outras. Geralmente as aves aquáticas são reservatórios naturais do vírus.

SOBREVIVÊNCIA DO VÍRUS

O vírus é relativamente instável no ambiente seco, mas tem uma sobrevivência viável por longo tempo quando presente em tecidos, fezes, secreção nasal e na água.

A sobrevivência é favorecida pelo frio e umidade.

SINAIS E SINTOMAS

Num período de 72 horas, os vírus de alta patogenicidade causam:

Também podem ocorrer:

Depressão severa,

Apatia,

Diminuição ou parada no consumo de ração.

A transmissão se dá por meio de:

Aves migratórias

Vetores: roupas, calçados, veículos, materiais, secreções de aves (fezes e muco nasal).

Mesmo animais silvestres como: aves silvestres e roedores, que podem levar o vírus para dentro das granjas.

CONSEQUÊNCIAS ECONÔMICAS

Por se tratar de uma enfermidade impeditiva do comercio internacional, as consequências econômicas da ocorrência de surtos em nosso país seriam enormes, pois o Brasil deixaria de exportar carne in natura e outros produtos, como ovos e material genético.

Além disso, teríamos custos elevados com a mortalidade das aves afetadas e com o sacrifício de aves para a erradicação dos focos.

Ao deixar de exportar carne de frango, o excedente ficaria no mercado interno levando a queda no preço e mesmo a falência de empresas afetadas, direta ou indiretamente.

Gestão do Controle de Enfermidades e de Emergências

MEDIDAS DE PREVENÇÃO

A prevenção é feita através de severas medidas de biosseguridade, começando pelo controle de material genético importado que deve ser:
Proveniente de país ou zona livre da enfermidade;

Com atestado negativo fornecido pela autoridade veterinária oficial;

Com exames feitos na origem e na chegada ao país importador, como é feito no Brasil atualmente.

Outras medidas são:

Monitoria nos sítios de entrada de aves migratórias, principalmente das aves caipiras do entorno.

Controle nos aeroportos que recebem voos internacionais, com exame de bagagens para impedir a entrada de material avícola e alimentos que possam conter o vírus.

Reforço na biosseguridade das granjas com a utilização de telas a prova de pássaros e banhos e troca de roupas para os trabalhadores e prestadores de serviços.

Proibição de visitas.

Implementação de um programa robusto de monitoria ativa e passiva com laboratórios de diagnóstico equipados e pessoal treinado para realizar o diagnóstico precoce.

Ter um plano de contingência detalhado com medidas claras de prevenção, monitoria e de ações para a contenção e erradicação de focos.

Disponibilidade de EPIs para coleta de material e para envio para laboratório, bem como para o sacrifício e descarte das aves.

Realização de simulados de escritório e de campo para treinamento dos médicos veterinários oficiais e privados.

Plano de comunicação com detalhamento de ações a serem realizadas pelas autoridades oficiais e privadas para comunicar a existência de eventuais focos no país para a OIE, para os países importadores e para a população em geral.

Implementação de programas de compartimentação para continuar exportando mesmo na eventual ocorrência de focos no país ou em um determinado Estado.

ESTAMOS PREPARADOS PARA EVITAR A ENTRADA DA DOENÇA E PARA ERRADICAR FOCOS?

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