Quem aqui escreve é uma avicultora, filha, neta, bisneta e tataraneta de agricultores. Faço parte da quinta geração de produtores rurais, que colocaram os pés pela primeira vez na nossa terra situada na região de Ribeirão Preto/SP por volta de 1850.
Trabalhei alguns anos em outras áreas, morei em cidades maiores, mas uma inquietude me trouxe de volta para o interior. Foi a chance que a vida me deu para conhecer melhor o negócio da nossa família (que o meu pai havia assumido há algumas décadas).
Uma fazenda de multiculturas, e que nos últimos 16 anos se dedicou grande parte a Avicultura, com construção ao longo do tempo de uma granja com 14 galpões (somos integrados e hoje alojamos 500.000 frangos/ciclo).
Quando entendi o tamanho e a complexidade desta cadeia eu decidi me dedicar a aprender e inovar. Isso aconteceu há 12 anos, e com o meu interesse (e com a abertura que meus pais me deram) resolvemos trilhar juntos uma estrada longa que é a sucessão familiar.
Na foto Luciana e o pai Paulo Portugal
No início da minha atuação na fazenda, foquei em ajudar a equipe a melhorar a produtividade e eficiência da nossa operação. Passados alguns anos, e com bons resultados atingidos, comecei a me dedicar ao que realmente passou a me motivar: tornar a nossa fazenda sustentável. Sustentável de verdade.
Este é um tema que tomou corpo e muita força nos últimos anos. E hoje se tornou um dos tópicos globalmente mais relevantes, representada pela sigla ESG, que pode ser resumida como a sustentabilidade em uma linguagem corporativa (que a propósito hoje compõe parte significativa das metas das empresas).
A sustentabilidade passou a estar presente na agenda de planejamento e execução de todos os gestores e líderes do agronegócio, e para nós produtores rurais, isso não será diferente.
Acredito que devemos enxergar nossas propriedades conectadas ao ecossistema que estão incluídas, algo que nos faz olhar muito além puramente da atividade financeira em questão. E quando há essa internalização da sustentabilidade como parte do negócio (tornando-se nossa cultura), começamos a perceber que todas as nossas decisões têm grande impacto no presente e que também são parte da construção do futuro.
Esse futuro precisa ser desenhado com:
Iniciativas de baixo carbono,
Regeneração da natureza e biodiversidade,
Responsabilidade/desenvolvimento social, e é claro,
Sustentação econômica para que tudo isso seja possível.
Com esse pensamento, comecei a trilhar um caminho de desenvo...