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Embora o número de machos em uma operação avícola represente apenas um número relativamente pequeno de animais, eles representarão 50% da contribuição genética de um lote de reprodutores, visto que 50% do comportamento reprodutivo do lote depende dos machos.
O objetivo do manejo de machos é: desenvolvê-los com capacidade de produzir espermatozoides viáveis para a fertilização, em um macho em condições de cumprir seu trabalho de reprodutor, com peso e conformação corporal adequados para a tarefa de copular e fertilizar as fêmeas de sua “família”.
A conformação do macho é extremamente importante para isso: ela deverá ser “Atlética”, com uma conformação de peito “fina” proporcionando um macho esbelto e ativo.
Para lograrmos isto, devemos ter o desenvolvimento do macho na recria em nossas mãos para podermos conduzí-lo onde desejamos.
A seguir, apresentarei algumas recomendações gerais para melhorar o desempenho reprodutivo e a eficiência no processo de crescimento e reprodução dentro de um lote de
reprodutores.
A melhor performance dos machos pode ser alcançada quando os técnicos seguem os princípios básicos de criação, juntamente com um pouco de bom senso.
Estes incluem:
Seleção: É importante fazermos as seleções com descarte com a intenção de deixarmos todas as categorias com as mesmas condições de espaço de comedouro e densidade.
Espaço de Comedouro e Densidade: Estes números de espaço e densidade serão mais importantes a partir das 12 semanas, quando os machos entram na “puberdade”. A tabela mais a frente mostra como isso pode ser feito.
Formação da Carcaça: A estrutura esquelética do macho é um dos pontos mais importantes a ser levado em consideração para as características fenotípicas.
1ª Fase: 0 a 12 Semanas: Estrutura Óssea.
2ª Fase: 13 a 15 Semanas: Puberdade e desenvolvimento aparelho reprodutivo.
Quantidade de ração: A quantidade de ração deve ser sempre baseada no ganho de peso semanal e na avaliação semanal dos machos.
Uniformidade: Ponto muito importante a ser levado em consideração, porque será muito importante para a formação do lote e desempenho produtivo na produção.
CRIA (0 A 4 SEMANAS)
Os machos têm o mesmo crescimento rápido e características de eficiência alimentar presentes nos frangos de corte.
Como estes, os machos devem desenvolver-se conforme a curva de crescimento, permitindo que a ave atinja o pico de desempenho ao longo de sua vida.
Um crescimento sólido e consistente deve ser alcançado nos primeiros 28 dias da vida.
Para tal, os machos devem:
Ser criados separadamente das fêmeas.
Receber a quantidade de ração apropriada sugerida pela casa genética.
Receber ótimas condições de alojamento (temperatura, espaço, comedouros e bebedouros).
Ter o peso monitorado de forma consistente e o comportamento avaliado.
CLASSIFICAÇÃO
Com quatro semanas, os técnicos devem realizar uma seleção de machos para eliminar aqueles que apresentem deficiência de peso (25% abaixo peso guia da linha genética), deficiências físicas (como problemas de tarsos, dedos, bico, dorso ou plumagem) e comportamento inadequado.
Retirar as aves que não são qualificadas como machos reprodutores permite realizar seleções genotípicas através do fenótipo e ajuda a garantir o comportamento da progênie.
Isto também garante que os machos remanescentes tenham espaços adequados de piso e de comedouro. Busque manter aproximadamente 13% de machos em relação ao número total de fêmeas.
Ao final da quarta semana, os machos devem estar comendo em torno de 200 a 220 gramas de proteína.
RECRIA (5 A 13 SEMANAS)
Nesta fase de crescimento corporal controlado, buscamos “ADORMECER” o frango.
Devemos restringir o alimento do macho, ter o controle do peso e peito – incrementos baixos de alimento.
Qualquer deficiência nutricional durante estes períodos poderá causar problemas de mobilidade espermática e afetará negativamente o futuro reprodutivo das aves.
Antes da semana 13, medidas corretivas podem ser adotadas para ajustar as metas de peso dos machos. Porém, depois deste período, qualquer mudança nos ganhos de peso deve ser evitada. Se o lote estiver acima da meta de peso corporal, você deve traçar uma linha paralela de crescimento padrão e não tentar baixar o peso das aves.
DENSIDADE DO GALPÃO E EQUIPAMENTOS
Naturalmente, os machos são mais agressivos do que as fêmeas, especialmente quando estão no mesmo galpão. O espaço da ave abaixo da exigência mínima aumenta a competição, limita os recursos, prejudica o comportamento social da ave e estimula a agressividade e desuniformidade.
O espaço de piso, equipamentos, densidade de luz e movimento do ar devem ser aumentados à medida que as aves crescem.
Exigências de espaço e equipamentos para machos:
Comprometer qualquer dos padrões anteriores, aumentará a competitividade entre os machos e prejudicará o desenvolvimento uniforme, ocasionando sérios problemas de desuniformidade na produção.
PROGRAMA DE LUZ – CRIA
Oito horas de penumbra (2-4 lux) e 16 horas de escuro durante 19 semanas são ideais para a sincronização sexual.
Cada linhagem genética de macho pode ter uma recomendação específica para a duração do tempo da fotoestimulação. Para isso, devemos estar presentes no galpão para determinar o tempo ideal para iniciar a fotoestimulação e o percentual de acasalamento com as fêmeas.
Outro fator durante este período é a ventilação, pois isso pode ser um fator relevante no desenvolvimento corporal e testicular dos machos.
SELEÇÃO
Ao final da fase de recria, uma nova seleção fenotípica de machos deve ser realizada antes de transferi-los para os galpões de produção.
Esta seleção deve incluir:
Sem dedos torcidos.
Sem quilha desviada e/ou dividida.
Sem defeitos esqueléticos.
Sem lesões nas almofadas plantares, ou bicos defeituosos
Após esta seleção, a proporção entre machos e fêmeas deve ser de aproximadamente 10,5%.
ACASALAMENTO
O principal objetivo do manejo do acasalamento é atingir maior sincronização no desenvolvimento sexual entre machos e fêmeas, minimizando o grau de atraso ou adiantamento que possa existir entre ambos os sexos.
O acasalamento ocorre, geralmente, entre 21 e 22 semanas de vida.
Durantes esta fase, dois problemas podem ocorrer:
Macho claramente adiantado no desenvolvimento sexual
Neste caso, as poucas fêmeas que se encontram maduras e receptivas para o acasalamento podem ser assediadas pelos machos até um ponto que pode levá-las à morte.
Um sinal claro desta atividade é grupos de machos seguindo uma fêmea e/ou alta mortalidade de fêmeas com dorso lesionado, um problema ainda mais grave em granjas com slats. A fertilidade é fortemente afetada neste caso.
Esta situação pode ser resolvida através da prevenção e acasalamento com baixo percentual de machos (6%), incorporando mais machos gradualmente, até alcançar o número desejado de machos (9,5-9,75%) na medida em que as fêmeas amadureçam sexualmente.
Maturidade sexual dos machos atrasada
Neste caso não há razão para monitorar a mortalidade de fêmeas.
Porém, se percebemos que a fertilidade do lote está progredindo lentamente, alcançar os picos ideais de fertilidade e de nascimento será um desafio. Isso pode ser prevenido ao incorporar machos sexualmente ativos com peso ideal e aqueles que apresentam pés, cristas e barbelas vermelho vivo.
FASE DE PRODUÇÃO
Equipamento de ração para machos
O êxito no arraçoamento separado por sexo (SSF) na fase de produção depende do manejo adequado dos equipamentos de ração e da distribuição uniforme de ração.
Os quatro tipos de arraçoamento comumente utilizados para machos incluem:
Independentemente do tipo adotado, garanta o espaço mínimo de comedouro de 18 cm e a distribuição uniforme da ração.
Na fase de produção, o controle do peso dos machos é essencial para atingir o comportamento produtivo. Os machos devem ganhar peso de forma consistente (um macho deve ganhar de 25 a 30 gramas por semana).
*Nota: Machos com sobrepeso podem apresentar deficiências de fertilidade, problemas de pés, além de outros problemas. Porém, os machos que perdem peso, tanto por um processo alimentar deficiente, quanto por baixo consumo de ração, apresentarão fertilidade menor devido aos danos radicais ao tecido testicular.
MONITORAMENTO DAS CONDIÇÕES DO MACHO
A dispersão dos machos no lote faz com que o uso de boas práticas de manejo seja mais difícil para eles do que para as fêmeas. Por isso, é essencial implementar e manter a rotina para identificar possíveis mudanças na condição corporal do macho. As principais características a serem monitoradas são:
Atividade: É essencial observar o lote várias vezes ao dia para supervisionar a atividade de acasalamento, o consumo de ração, o acesso a área de descanso e a distribuição das aves, tanto durante o dia quanto imediatamente após apaga.
Condições físicas: A cor da crista e barbelas pode indicar a presença de uma condição física. O tônus muscular, o grau de deposição de massa muscular no peito (fleshing) e a proeminência da quilha também devem ser bem analisados para determinar a deterioração da condição do macho. Atenção especial deve ser dada a pernas, articulações e pés.
Plumagem: É importante observar as condições de plumagem e procurar por perda parcial de penas e queda na região do pescoço.
Tempo de consumo de ração: É necessário observar e registrar o comportamento individual e em grupo de machos, assim como o tempo gasto no consumo de ração em diferentes áreas do galpão.
Neste aspecto (consumo e ganho de peso) é necessário agir com rapidez ante qualquer novidade, pois os machos ativos gastam suas reservas corporais rapidamente, causando perda de fertilidade.
Cloaca: A intensidade da cor vermelha da cloaca auxilia no manejo da atividade dos machos dentro do lote. Os machos que trabalham em nível ideal apresentam cor rosa na cloaca, com escassa plumagem ao redor. Os machos com problemas de acasalamento apresentam cloaca branca com excesso de plumagem e aparência seca.
Peso: É importante registrar e reavaliar o peso médio corporal e a uniformidade para determinar se o aumento semanal é aceitável. Compare estes com os dados das semanas anteriores para determinar se o fornecimento de ração deve ser aumentado ou não.
SPIKING
É a adição de machos jovens a um lote de matrizes mais velhas (40-45 semanas de vida) para compensar quedas de fertilidade. Como regra geral, um número de machos é adicionado para compensar a mortalidade e restabelecer o percentual inicial de machos. Geralmente, os machos jovens têm 25 a 28 semanas de vida.
Existem duas razões para spiking:
Necessidade: Lotes onde a fertilidade atribuível ao macho segue com menos de 90%.
Como uma prática de rotina: Alguns produtores a utilizam como uma medida preventiva, independente dos níveis de fertilidade.
Desvantagens desta prática incluem:
É necessário ter galpões especiais disponíveis para a criação de machos, levando a custos adicionais.
Promove a agressividade (machos jovens são alojados em seus próprios lotes até 25 semanas de vida, o que pode levar ao aumento da agressão).
Forçar machos mais jovens, que não alcançaram tamanho e peso adequados, a competir com os mais velhos, pode afetar negativamente a sua fertilidade.