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Relação entre os níveis de Proteína Bruta em dietas de Aves, Saúde Plantar e Bem-estar Animal

Escrito por: A. y Velarde A - Programa de Bem-Estar Animal, IRTA , Contreras-Jodar , G. Cebollero , J. Varvaró-Porter , M. Farré , Verdú
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pododermatite

proteína bruta 2A pododermatite, ou dermatite de contato lesão de etiologia multifatorial e, no tarso e peito, é uma muito comum na indústria de frango de corte.

A presença de camas úmidas e viscosas, junto com nitrogênio e amoníaco procedentes das fezes podem provocar irritação nas patas, jarrete e/ou peito dos animais. Se estas queimaduras se agravam, não só podem corroer a pele, como também favorecer a entrada de infecções e produzir claudicação.

Por isso, o bem-estar animal se vê comprometido, além das consequências negativas diretas sobre os índices produtivos e econômicos da produção.

No âmbito da nutrição, vários trabalhos científicos evidenciaram uma relação diretamente proporcional entre o nível de proteína bruta (PB) da dieta e a incidência de pododermatites.

Estes estudos sugerem que um menor conteúdo em proteína dietética promove redução do consumo de água e excreção de excedente de nitrogênio consequentemente diminuindo a umidade da cama e seu conteúdo em nitrogênio, principais fatores desencadeantes da dermatite de contato.

OBJETIVO

Avaliar o efeito da redução do nível de proteína bruta em dietas suplementadas com aminoácidos sobre os resultados produtivos, a qualidade da cama e a incidência de pododermatite em frangos de corte.

MATERIAIS E MÉTODOS

ANIMAIS
3.360 pintinhos Ross mistos de 1 dia de idade e 44,2 ± 1,04 g de peso vivo inicial

MATERIAL DA CAMA
Casca de arroz (4 kg/m2)

DIETAS
3 tratamentos experimentais:

T1: dieta controle com conteúdo de PB conforme a fase da ração de 22,0 (pré-iniciação), 20,4 (iniciação), 19,4 (crescimento) e 17,5 % (acabado).

T2: dieta com redução de 0,5% de PB suplementada com aminoácidos sintéticos (Lisina, Treonina, Metionina, Arginina e Isoleucina).

T3: dieta com redução de 1,2 ou 1,5% de PB segundo a fase de produção suplementada com aminoácidos sintéticos (Lisina, Treonina, Metionina, Arginina e Isoleucina)

DURAÇÃO DOS TRATAMENTOS

42 dias de engorda.

Os pintinhos foram distribuídos aleatoriamente em 24 currais (superfície de 10,1 m2) de 140 pintinhos por curral (8 currais por tratamento).

Primordialmente, a ração foi composta conforme a fase de produção (pré-iniciação, 0 a 7 dias; iniciação, 8 a 21 dias; crescimento, 22 a 29 dias; terminação, 30 a 42 dias) a base de milho, soja, trigo, sorgo e girassol, além do coccidiostato correspondente.

MEDIDAS POR CURRAL

Peso vivo e consumo de ração
0, 7, 21, 29 e 42 dias de estudo, coincidindo com cada fase do programa nutricional.

Mortalidade
Diariamente.

Qualidade da cama

Umidade e nitrogênio do solo: coleta de 3 amostras nos dias 0, 28 e 42 de estudo.

Avaliação segundo o protocolo Welfare Quality (2009), com uma pontuação de 0 a 4 (0 = completamente seco e escamada, se move facilmente com o pé, e 4 = gruda nas botas, assim que a primeira camada, ou crosta se rompe).

Parâmetros de bem-estar segundo o protocolo Welfare Quality (2009) www.welfarequalitynetwork.net/media/1019/poultry_protocol.pdf em 18 frangos por curral, selecionados aleatoriamente

Dermatite plantar com uma pontuaçãode 0 a 4
(0 = ausência, e 4 = presença severa).

Jarretes com pontuação de 0 a 4
(0 = ausência, e 4 = presença severa).

Sujidade das penas no peito, com pontuação de 0 a 3
(0 = limpa, 3 = muito suja).

Claudicação com pontuação de 0 a 5
(0 = deslocamento normal, 5 = quando o animal é incapaz de andar).

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados produtivos, de umidade da cama e nitrogênio das fezes foram analisados a partir de um modelo de efeitos mistos, com medidas repetidas. Os dados de pontuação da qualidade da cama e parâmetros de bem-estar animal foram analisados a partir de um teste Qui-quadrado.

RESULTADOS

Consumo de ração
0,107 ± 0,0007 kg/dia

Ganho médio diário
0,066 ± 0,0004 kg/dia

Índice de conversão
1,617 ± 0,0100 kg/kg

Mortalidade
5,617 ± 0,7526 %

Nos resultados parciais aos 21 e 29 dias

T2 e T3 melhoraram significativamente o peso vivo, comparados a T1 nos dias 21 e 29 do estudo.

T2 vs T1
1,013 vs. 0,990 ± 0,0066 kg

T3 vs T1
1,693 vs. 1,665 ± 0,0086 kg

Efeito na umidade e qualidade da cama

O tratamento nutricional não teve efeito na umidade (25,80+- 0,657%), nem qualidade da cama (completamente seca). No entanto, T3 diminuiu em 7% o conteúdo de nitrogênio total nas fezes em comparação aos outros tratamentos (3,63 vs. 3,91 ± 0,079 %).

89% dos animais observados não apresentaram claudicação e não foram observadas diferenças entre tratamentos

Pododermatite

Pododermatite

Observou-se menor proporção de animais com podermatite de grau 1 no T3, comparado ao restante dos tratamentos (2,8 vs. 9,7 %).

Plumagem

Foi registrada redução significativa na proporção de frangos com sujeira nas penas do peito no T3, T2 e T1 (3,7, 9,0 e 15,3 %, respectivamente).

CONCLUSÕES

Este estudo evidenciou que a estratégia nutricional de reduzir a PB da dieta em torno de 1,2 ou 1,5%, conforme a fase produção, permitiu diminuir a incidência de pododermatite e sujidade da plumagem no peito ao diminuir a excreção de nitrogênio procedente das fezes. Tudo isso, sem prejudicar o desempenho produtivo e inclusive, melhorando, na primeira metade da engorda.

Portanto, a redução da PB em uma dieta suplementada com aminoácidos sintéticos pode ser uma ferramenta eficaz para melhorar o bem-estar animal, minimizar o impacto ambiental e aumentar a produtividade na engorda de frangos.

 

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