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Quais os desafios da indústria avícola, em termos de manejo e nutrição, para garantir a eficácia dos excepcionais avanços conquistados nos últimos 40 anos?
Há 40 anos, quando me formei na Universidade de Pretória, a indústria estava voltada para o uso de métodos científicos para melhorar o bem-estar, o rendimento e a rentabilidade da produção animal.
Como indústria, devemos ficar muito orgulhosos dos excepcionais avanços que conquistamos, os quais vão muito além do que qualquer um de nós poderia ter imaginado.
A era da ciência e os avanços no rendimento
Do ponto de vista nutricional, o desenvolvimento de aminoácidos cristalinos e suplementos vitamínicos para as rações provavelmente tiveram o maior efeito nutricional sobre o rendimento e os custos da produção animal.
Não podemos ignorar o grande impacto das vacinas, que reduziram drasticamente a mortalidade e a morbilidade, diminuindo a necessidade de utilizar medicamentos.
Provavelmente, foi uma das principais contribuições para alcançar os maiores avanços em rendimento. As melhoras em saúde, bem-estar, eficiência no uso de nutrientes (eficiência alimentar) e rendimento cárnico são notáveis.
Avanços em controladores eletrônicos, painéis de refrigeração, ventilação de túnel, sistemas de alimentação e bebedouros de tetina.
A melhora no uso dos ingredientes e a redução da superfície cultivável necessária para alimentar as aves são verdadeiramente espetaculares — poderia arriscar-me a dizer que estes tiveram um impacto real na sustentabilidade.
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AMINOÁCIDOS CRISTALINOS:
Excluindo a metionina, sem a qual é muito difícil alimentar os frangos, o uso de L-lisina e L-treonina permite economizar até 11,50 dólares por tonelada em custos atuais de ingredientes e reduzir as emissões de nitrogênio em 10-15%.
A ERA DO BENCHMARKING:
Os gerentes de produção não compreenderam a “ciência” nem as práticas deste novo sistema de produção. Com isso, um “simples” relatório tabulado que mostrava seu rendimento em relação aos outros produtores se tornava a ferramenta de manejo da empresa, entrando na era do benchmarking.
Acredito que este sistema causou importantes danos à indústria:
Em minha opinião, o benchmarking levou à mediocridade, em lugar de promover a excelência.
A era da regulamentação governamental, os ativistas a favor dos direitos animais, as resistências antimicrobianas, os alarmistas sobre o meio ambiente, a sustentabilidade e o aquecimento global, o movimento ecológico e o marketing ativista.
Os governos, que “nunca desperdiçam uma crise”, começaram a impor regulamentações adicionais à produção animal. “A doença da vaca louca” foi a escusa perfeita, os cidadãos exigiam que se tomassem medidas e, consequentemente, os governos agiram.
Posteriormente chegaram as resistências antimicrobianas; acredito que os grupos a favor dos direitos dos animais realmente acreditaram que este seria o último prego no “caixão” da indústria da carne. No entanto, há muitos cientistas envolvidos nesta indústria e eles não demoraram muito para encontrar uma forma de criar os frangos sem o uso de antibióticos promotores do crescimento. Presumo que os consideráveis avanços em matéria de tecnologia vacinal, aditivos alimentares e nutrição tenham permitido que isso fosse possível.
Os ativistas (ecologistas e defensores dos direitos dos animais) se encorajaram durante essa época e conseguiram influenciar a mídia e os legisladores para aumentar as regulamentações sobre a produção animal.
As empresas de serviços alimentícios — restaurantes e supermercados — têm sido o alvo desses grupos de ativistas, que exigem o apoio dessas empresas às práticas que eles promovem. As empresas que não se aliam a suas exigências são humilhadas e submetidas a assédio através da mídia.
Isso nos traz à atualidade e aos desafios da nutrição avícola.
Conforme se mencionou anteriormente, as casas de genética de reprodutoras conquistaram um enorme progresso no que diz respeito ao rendimento. As reprodutoras de alto rendimento trouxeram consigo alguns desafios para a produção de pintos.
Devido aos altos custos associados à mão de obra nos Estados Unidos, optamos por:
Não classificar as frangas por peso (“granding”).
Também nos orientamos pelos números do benchmarking em lugar das melhores práticas científicas. Estas ações têm dificultado o manejo dessas aves.
A ingestão de alimento tem um impacto muito maior na “ingestão diária de nutrientes”, do que a formulação do alimento.
No comedouro (a restrição de espaço leva a empurrões para fora deste).
Durante a cópula, um número excessivo de machos agrava a situação.
No acesso aos ninhos.
Provavelmente, o mais importante é compreender as bases de uma boa nutrição. Isso implica garantir uma parede intestinal saudável e uma população microbiana saudável no trato gastrointestinal:
O controle da coccidiose é, sem dúvida, o maior desafio. A restrição do uso dos ionóforos, permitindo somente o uso contínuo de coccidiostáticos químicos, é talvez uma das práticas mais incompreensíveis que temos permitido em nossa indústria.
Temos observado um grande aumento na disponibilidade e no uso de aditivos no alimento e na água a fim de “substituir” os antibióticos.
CONCLUSÃO:
A melhor coisa que podemos fazer é fazer as coisas da maneira correta, conhecendo as necessidades das aves relacionadas a luz, espaço, ar, temperatura, água, saúde e exigências nutricionais. Do contrário, simplesmente não deveríamos fazer nada.
Devemos ficar orgulhosos de nossas conquistas nos últimos 50 anos, melhorando continuamente o rendimento e o bem-estar das aves na produção avícola. Não permitamos que nosso árduo trabalho e compromisso sejam ofuscados. Como indústria, realizamos um trabalho notável para prover proteína segura, nutritiva, econômica e saudável para os cidadãos do mundo.