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Os prejuízos relacionados à inflamação intestinal

Escrito por: Luiz Felipe Caron , Prof. Dr. Breno Beirão Castello , Vitor Fascina , Vitor Fascina e Ana Paula Assef - Vitor Fascina, Gerente de Especialidades para Eubióticos da Royal DSM para a América Latina, e Ana Paula Assef, chefe do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar, do Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ.
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Conteúdo disponível em: Español (Espanhol)

A produção de frangos de corte atualmente tem passado por grandes desafios de rentabilidade devido a:

Os prejuízos relacionados à inflamação intestinal

Estes fatores impulsionam as indústrias a focarem cada vez mais em eficiência produtiva com menor custo de produção do frango. Dentre as ações de redução de custo de produção, os cuidados com a saúde intestinal é parte primordial.
A compreensão é que a qualidade intestinal deve, além de permitir a digestão e consequente absorção ótimas, também bloquear com eficiência a entrada de patógenos mantendo o equilíbrio fisiológico do intestino ao longo da vida da ave.

Inflamação

A inflamação é uma fase de qualquer resposta imune e necessária para a eliminação ou controle do desafio. A grande pergunta é:

¿Como condicionar todos estes sistemas envolvidos pós desafio para que a inflamação seja adequada para a ave e inadequada ao patógeno??

Os prejuízos relacionados à inflamação intestinal

É muito comum se observar que o resultado de uma inflamação, ou resposta, desequilibrada favorece apenas o patógeno desencadeador como outros secundários. No centro deste autocontrole está a expressão de receptores nas células intra-epiteliais que reconhecem diferentes sinais deste desequilíbrio.
Entre estes receptores os TLRs e os NODs são grandes responsáveis pelo reconhecimento específico de diferentes PAMPs (padrões moleculares associados a patógenos).

 

Normalmente a expressão dos TLRs são baixas em situações ideais, mas durante a inflamação crônica esta expressão aumenta e traz consigo diferentes efeitos, alguns necessários para o retorno à normalidade, mas outros indesejáveis, buscando um balanço constante entre:

  • A força de ligação das tight-junctions,
  • Produção de defensinas
  • Inmunoglobulina A (IgA)

Portanto, a permeabilidade intestinal é fortemente afetada pelo balanço de diferentes gatilhos inflamatórios, de formas distintas, entre estes a presença de lipopolissacarídeos (LPS), de peptídeoglicanos (PGNs) de parede celular bacteriana, ou proteínas flagelares.

Os prejuízos relacionados à inflamação intestinal

A necessidade destas cascatas inflamatórias, hora beneficia o hospedeiro hora beneficia o patógeno, como
resultado de uma construção prévia equilibrada entre:
  • A microbiota residente,
  • A viabilidade das células intra-epiteliais no intestino.
  • A quantidade de PAMP e DAMP (padrões moleculares associados a danos) durante a vida da ave.

A inflamação na mucosa intestinal

recebe mais atenção do que em outros sítios do organismo devido a dois fatores:

  • Presença da maior quantidade células imunes resultante de uma magnitude da inflamação é proporcional a população de leucócitos;
  • Sistema imune nas mucosas está em constante contato com antígenos externos.

No caso do intestino, há entrada constante de ingesta e, as células imunes têm contato direto e indireto com tudo que a ave ingere.. Ao contrário do que ocorre em outros sítios corporais, as células imunes intestinais não podem reagir ao contato constante com esses novos antígenos, como por exemplo, a resposta imune contra proteínas dietéticas seria desastrosa para o hospedeiro.
A partir do tipo de gatilho envolvido no processo de homeostase intestinal, é caracterizada a presença dos PAMPs e DAMPs.

Após a entrada do patógeno, muitas alterações estruturais ocorrem no intestino, relacionadas a permeabilidade, infiltração celular, aumento das criptas, da produção de muco e enzimas, além das respostas específicas.

O aumento da produção de muco é uma das primeiras resposta a agentes desencadeadores de resposta inflamatória (Figura 1).

Figura 1. Espessura de muco no intestino de ratos germ-free inoculados com LPS e PGN (Adaptado de: Petersson et al., 2010)

Os prejuízos relacionados à inflamação intestinal

Uso antibióticos

Desta forma, uso antibióticos melhoradores de desempenho e/ou eubióticos tem, dentre os diferentes mecanismos de ação o que determina a redução do nível de estímulo inflamatório para o animal. De uma maneira alterando a microbiota intestinal de maneira benéfica e, por isto mesmo, minimizando o processo inflamatório continuo, deslocando a energia do nutriente e o tempo para a conversão alimentar. Os mediadores inflamatórios, como a citocina interferon gama , induzem uma cascata de eventos intestinais modificando a secreção de muco.


Muco intestinal

O muco mantém uma população bacteriana estável no intestino e, são poucas as bactérias capazes de adentrar nas camadas mais espessas do muco e ainda mais restritas são as bactérias capazes de sobreviver nesse ambiente. Assim, o objetivo intrínseco do manejo nutricional adequado e Sanitária visa gerar a produção e a presença:

  • Do muco ideal,
  • Da microbiota idea
  • Estímulos inflamatórios em quantidade adequada.

Como resultado se pode observar o melhor desempenho e o controle de desafios com o melhor custo benefício.

Aditivos eubióticos

Na hierarquia de processos avaliados para escolha de aditivos eubióticos, há uma relevância muito grande associada as características da matéria prima e fontes nutricionais.

Isso significa que as avaliações e expectativas de resultados será customizada, visto que em cada situação de manejo haverão impactos prévios às medidas realizadas. O que se deve ponderar são as características que podem ser comuns em diferentes situações, ou seja, benefícios conhecidos experimentalmente que podem refletir ganhos na prática.

Um exemplo disto é o efeito de enzimas de saúde intestinal, como a Muramidasa 007, que terá como substrato resíduos de bactéria mortas, especificamente os PGN oriundo da parede celular. E pode-se inferir que resultados são comuns visto que se conhece o mecanismo de ação e ao mesmo tempo é relevante as condições das granjas para explicar e justificar resultados. Como a Muramidase 007 hidrolisa os PGNs no intestino (Figura 2), o gatilho inflamatório será menos intenso e a qualidade absortiva do epitélio intestinal incrementada resultando em benefícios de desempenho (Figura 3) e trazendo maior rentabilidade e sustentabilidade para a produção de frangos de corte.
Figura 2. Degradação de PGN por Muramidase 007 expressada pela atividade ligantes de proteína 2 (NOD2). Duas concentrações de PGN (25 ou 250 µg / mL) de isolados de S. aureus (SA) ou M. luteus (ML). Barras em branco refere- se ao grupo controle e, barras em Cinza ao grupo tratado com Muramidase (Balancius™) (Adaptado de Wang et al., 2020).
Figura 3.Melhoria no desempenho de frangos de corte alimentados com dietas contendo Muramidase 007 (Balancius™) (Adaptado de: Bittencourt et al., 2018).
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