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Para ler mais conteúdo de aviNews Brasil Outubro 2021
As demandas pelo bem-estar dos animais e aves de produção continuam a crescer em todo o mundo. O bem-estar das aves de produção recebe a atenção de grupos de interesse, empresas avícolas multinacionais, consumidores locais, comerciantes varejistas, empresas da cadeia alimentar, restaurantes e governos.
Nos últimos dois anos, os países da América do Sul e Ásia, ou implementaram regulações, ou estabeleceram planos para adotar padrões internacionais de bem-estar animal.
A produção de poedeiras recebe muita consideração por parte dos grupos interessados no bem-estar animal devido aos sistemas de gaiolas, a alta produtividade destas aves e outras práticas de manejo que, por não serem bem compreendidas, não são aceitas.
INÍCIO NO INCUBATÓRIO
A produção de poedeiras está sob fiscalização desde o incubatório até o final do ciclo de vida. O sacrifício de machos de um dia por parte das empresas de produção de poedeiras foi um dos temas mais controversos.
As soluções já estão em implementação:
Várias empresas estão desenvolvendo tecnologias de sexagem in ovo em todo o mundo. Os enfoques variam na metodologia para obter os dados necessários para classificar os ovos por sexo.
Com base nesta precisão, rendimento, tamanho aceitável dos protótipos e muitas empresas oferecendo inovações, poderia-se esperar que este problema de bem-estar estivesse resolvido. |
Porém, existe a preocupação de que nem todos os mercados adotarão a tecnologia de sexagem in ovo, já que alguns podem enfrentar grupos de ativistas do bem-estar que consideram que a vida ainda está alterada. No entanto, a seleção por sexo será realizada em um invertebrado que, provavelmente, poderia ser mais aceitável ao público.
SISTEMAS DE ALOJAMENTO
Existe uma tendência significativa e, às vezes, até o compromisso dos produtores de ovos de mesa de por fim a qualquer sistema de gaiolas em quase todos os países.
O problema comum a ser resolvido na transformação dos sistemas de produção é como fazê-lo para realmente melhorar o bem-estar das aves e, consequentemente, a sustentabilidade da indústria. Passar de gaiolas convencionais ou enriquecidas para qualquer sistema livre de gaiolas pode levar vários anos, ou décadas em toda a indústria.
A pressão social é tão intensa que forçará algumas modificações no alojamento. Muito em breve, todos os sistemas de gaiolas convencionais deverão permitir mais espaço por galinha.
A maioria dos estudos demonstram que os amplos sistemas de alojamento das galinhas não superam as gaiolas enriquecidas em todos os aspectos possíveis avaliados. Os sistemas de produção de ovos livres de gaiolas, ou em galinheiros também têm um impacto ambiental mais considerável.
No entanto, os promotores dos sistemas livres de gaiolas focam em proporcionar o que percebem como condições de alojamento que permitam a expressão dos comportamentos esperados e proporcionem ausência de desconforto, medo, angústia, dor, lesões e enfermidades. Vem-se promovendo que o uso livre de gaiolas é a solução para estes possíveis problemas. |
Apesar da evidência, a maioria das pesquisas e avaliações comerciais do bem-estar das poedeiras continua focando em medir o comportamento, bicagem de penas, canibalismo, uma multiplicidade de indicadores de saúde e mortalidade.
As principais prioridades do comportamento são aninhar, empoleirar, banhar-se na areia e buscar alimentos. Em consequência, os sistemas de alojamento que não proporcionam material, espaço ou equipamento para realizar estes comportamentos não são bem aceitos.
Os ninhos e poleiros geralmente não são um problema, já que tanto os sistemas de gaiolas enriquecidas como os de funcionamento livre oferecem os equipamentos e espaço necessários. Porém, o banho de areia e a busca por alimentos se tornam um desafio contínuo, porque as galinhas esgotam rapidamente os materiais necessários em qualquer sistema.
Tabela 1. Sistema de alojamneto e bem-estar das galinhas poedeiras. Percentual médio de lotes com danos nas penas em 4 sistemas de alojamneto, gaiola convencional (CC), gaiola enriquecida (FE), galpão (B) e pastoreio (FR).
A razão é que uma vez que se aprende o comportamento de bicagem, se transmite mais rápido e permanece durante um tempo mais prolongado quando os lotes são grandes.
Os sistemas livres de gaiolas têm alguns benefícios como a melhoria da força esquelética, especialmente nos ossos das patas, principalmente devido ao aumento da atividade na maioria do lote. Porém, como consequência das constantes quedas e colisões, as galinhas em sistemas livres de gaiolas também apresentam fraturas.
As galinhas em sistema livre como aviários e galpões têm mais contato com as fezes. |
Nos galpões, a poeira é pelo menos seis vezes maior que nas gaiolas.
Tabela 2. Sistema de alojamento e bem-estar das galinhas poedeiras. Surgimento de enfermidades (divididas em categprias principais) em lotes de galinhas poedeiras no Instituto Nacional Veterinário Sueco em 2001-2004
Concluindo, apesar de os que promovem o bem-estar das poedeiras preferirem os sistemas livres de gaiolas, os desafios para manter a saúde e evitar a mortalidade são maiores.
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Entre as ferramentas exploradas, a corticosterona nas fezes ou a polpa das penas tiveram um grande potencial porque são consideradas não invasivas e não disruptivas.
Ainda existe a preocupação de que a corticosterona nas penas, ou nas fezes, não esteja bem correlacionada com os transtornos do comportamento das galinhas.
Consequentemente, técnicas moleculares baseadas em PCR também estão sendo desenvolvidas para medir o bem-estar.
As aplicações comerciais podem demorar mais, a menos que técnicas inovadoras resolvam as dificuldades com contaminantes, equipamentos e tempo de processamento. No entanto, existem biomarcadores que poderiam ser usados mais em relação aos mecanismos de estresse e dor.
O monitoramento do comportamento é uma metodologia crescente nas avaliações de bem-estar das aves de produção.
Existe um software especializado para filtrar o som compilado e eliminar os ruídos de fundo.
A direção do bem-estar das poedeiras nos leva a aplicar mais tecnologia nas condições das instalações antigas. O movimento de bem-estar animal está criando novos desafios para os produtores de ovos de mesa em matéria de alojamento, genética, nutrição, medicina veterinária e manejo. |