As declarações feitas pelo advogado do STIA, Juan Manuel Pusineri, adiantaram esta manhã que os trabalhadores farão uma denúncia já que a empresa Ovoprot não respeitou a conciliação obrigatória ao tentar retirar maquinário da sede. Atualmente, os empregados se encontram em assembleia na porta da empresa, em defesa de sua fonte de trabalho, diante da falta de pagamento de salários atrasados.
Ovoprot e trabalhadores não chegam a conciliação na Argentina
A empresa Ovoprot está fechada e seus trabalhadores se encontram em assembleia na porta da empresa, protegendo sua fonte de trabalho
A planta da Ovoprot International S.A., produtora de ovo líquido e em pó - situada no Parque Industrial de Sauce Viejo, a 17 km de Santa Fé, Argentina - está fechada e seus trabalhadores protegem as instalações, após ima tentativa da empresa de retirar equipamentos e maquinários.
a informação foi passada ao meio de comunicação argentino El Litoral, pelo advogado encarregado do Sindicato de Trabalhadores da Alimentação (STIA) da capital, Juan Manuel Pusineri. “A questão poderia gerar alguma decisão apenas na quinta-feira, quando chegaria à capital o presidente da empresa, Sebastián Perea Amadeo, que também preside a Cresta Roja, empresa avícola com sede em Esteban Echeverría, em Buenos Aires, que se encontrava à beira do fechamento”, afirmou.
Hoje, no Ministério do Trabalho da província de Santa Fé, foi realizada uma nova audiência de negociação, que não chegou a nenhum resultado, segundo admitiram representantes dos trabalhadores e da empresas. No entanto, foi confirmada a nova citação para quinta-feira.
“Sexta-feira passada, a empresa tentou retirar maquinário de sua planta. Levou um caminhão de grande porte de Buenos Aires para realizar essa tarefa”, assegurou o advogado dos trabalhadores, que evitaram a manobra.
“A empresa não está cumprindo com o acordado, já que após a determinação de conciliação obrigatória por parte do Ministério do Trabalho, nenhuma das partes pode adotar medidas que agravem a situação”, explicou o advogado do STIA, Juan Manuel Pusineri.
Pusineri também não descartou a apresentação de uma denúncia, já que houve violação à conciliação obrigatória e outra no sede da Justiça “para esta situação de desmonte da empresa”.
A empresa Ovoprot é a mais importante no processamento e exportação de ovo líquido e em pó da Argentina e América do Sul.
Precedentes
Em 14 de fevereiro de 2018, as autoridades trabalhistas da província resolveram determinar a conciliação obrigatória, retroagindo a situação trabalhista a 2 de fevereiro, dia da audiência na qual a representação empresarial indicou que as dificuldades eram de caráter transitório. Mesmo assim, se dispôs a, durante os 15 dias regidos pela medida, cancelar as demissões e continuar a pagar os salários, permitindo o acesso aos locais de trabalho.
Por sua vez, a entidade sindical deveria levantar as medidas de ação direta e facilitar o diálogo. Porém, em poucas horas o panorama se modificou abruptamente. Foi quando um gerente da empresa informou oficialmente que haviam sido enviadas as notificações de dispensa a todos os trabalhadores.
Ovoprot e Cresta Roja
A Ovoprot assumiu o comando da Cresta Roja quando esta era parte do acordo com a Venezuela pelo qual era feita a troca de alimentos por combustível. Isto permitia à empresa exportar sua produção. Quando esta relação foi cortada, as avícolas se viram obrigadas a voltar seus produtos para o mercado interno e não conseguiram atender os objetivos iniciais. Segundo Pusineri, “isso arrastou a Ovoprot a uma série de inconvenientes. Um destes é que os produtores não lhe enviam ovos, seu insumo principal, porque não cobram".