22 ago 2024

Paraná se destaca em biosseguridade avícola

Órgãos governamentais e o setor privado possuem protocolos sanitários rigorosos nas granjas do estado

Available in other languages:

Paraná se destaca em biosseguridade avícola

 O estado do Paraná, maior produtor e exportador de aves do Brasil, consolida-se como referência em biosseguridade avícola e pauta sua atuação na responsabilidade compartilhada entre o setor público e a iniciativa privada porque tem ciência da importância de manter um sistema de defesa animal robusto para proteger a avicultura comercial do estado.

  • Responsável por 36% da produção nacional, além de 42% do volume de exportações do segmento, em 2023 o Paraná embarcou cerca de 2 milhões de toneladas de carne de frango para o exterior, gerando uma receita de mais de US$ 4 bilhões. Os principais destinos das exportações paranaenses são a China, Arábia Saudita e Japão, mercados exigentes em termos de qualidade e segurança sanitária.

O empresário, Roberto Kaefer, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), afirma que esse destaque no cenário mundial é sustentado por uma infraestrutura altamente desenvolvida e políticas rigorosas de biosseguridade.

Segundo ele, isso é reflexo da parceria entre as esferas pública e privada para enfrentar os desafios sanitários.

“O setor avícola paranaense sempre esteve à frente quando o assunto é biosseguridade”, ressalta, destacando o trabalho conjunto com órgãos como a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), Ministério da Agricultura (MAPA), entre outras instituições. “Essa sintonia existente entre todos os segmentos envolvidos é fundamental para que o Paraná mantenha seu status de excelência. Continuaremos investindo em inovação e em capacitação para garantir que nossa avicultura permaneça segura e competitiva no cenário global”, afirma o empresário.

O médico veterinário sanitarista Jurandir de Moura Júnior, coordenador do Comitê Estadual de Sanidade Avícola (COESA) e integrante da Câmara de Sanidade do Sindiavipar, explica que o Paraná possui um serviço de defesa animal que faz jus à importância de sua avicultura. O profissional, que atua na Seara Alimentos Regional Centro PR/MS, pontua questões como o material humano altamente capacitado, presente em todo o estado, e a parceria com o setor privado são fundamentais para a vigilância e melhoria contínua dos procedimentos de biosseguridade. “A atuação conjunta do serviço de defesa animal com o setor privado tem sido essencial para a manutenção dos altos padrões sanitários exigidos pelos mercados internacionais”, afirma.

Continue após a publicidade.

Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar, diz que, para garantir a biosseguridade avícola, todas as granjas no Paraná são obrigadas a manter um registro atualizado junto ao órgão. “Desde a entrada da influenza aviária na América do Sul, a Adapar intensificou as fiscalizações nas granjas comerciais, matrizeiros e incubatórios para garantir que as estruturas de biosseguridade estejam em conformidade”, comenta.

Essas fiscalizações incluem a verificação de cercas, procedimentos de desinfecção e controle de roedores, além do monitoramento contínuo das propriedades para garantir a ausência de circulação viral de doenças como a influenza aviária e a Doença de Newcastle (DNC).

A parceria entre o setor público e privado é um dos pilares desse sucesso. As empresas avícolas paranaenses têm investido fortemente em tecnologias e inovações para melhorar a biosseguridade. O médico veterinário Marcos Adriano Scalco, gerente de qualidade da Globoaves, ressalta que, nos últimos anos, as empresas ampliaram suas equipes técnicas, com um número maior de veterinários focados na saúde das aves e na prevenção de doenças. "Investimentos contínuos são realizados em sistemas produtivos e novas tecnologias, como estruturas à prova de roedores e sistemas de desinfecção mais eficientes para garantir a segurança sanitária das aves.”

 

Mesmo com o sucesso das medidas adotadas, o setor enfrenta desafios pontuais no que diz respeito ao mapeamento das aves de subsistência, o trabalho de conscientização da população urbana – com foco de orientar sobre a importância de evitar o contato com aves silvestres – e, ainda, as campanhas de esclarecimento junto às propriedades rurais sobre os riscos associados à proximidade com as criações comerciais.

Moura Júnior observa que o evento de Doença de Newcastle, no Rio Grande do Sul, reforçou a necessidade de rigor na aplicação das medidas de biosseguridade já estabelecidas. “Não há nada de muito novo, mas sim garantir que se cumpra o que já se está estabelecido. Fazer o certo todo dia exige disciplina", comenta.

Por outro lado, esses desafios também abrem portas para inovações. Scalco enfatiza que a indústria tem buscado incessantemente novas tecnologias para melhorar a biosseguridade, incluindo o desenvolvimento de vacinas mais eficazes e sistemas de nutrição que elevam o status sanitário das aves. Essas inovações não apenas garantem a continuidade das exportações para mercados exigentes, mas também aumentam a resiliência da produção avícola paranaense contra surtos de doenças. “Todas estas tecnologias, aliadas a rigorosos protocolos de quem pode acessar os processos produtivos garantem a biossegurança das granjas”, salienta Scalco.

Os esforços conjuntos entre o setor público e privado têm garantido ao Paraná um status sanitário elevado, permitindo que o estado se mantenha livre da influenza aviária em áreas de produção comercial, ao contrário de outros grandes produtores ao redor do mundo. Essa conquista reforça a posição do Paraná como líder na produção avícola, garantindo não apenas a qualidade de seus produtos, mas também a segurança sanitária, essencial para a manutenção das exportações e da confiança do mercado internacional.

Com um sistema de defesa animal que integra o conhecimento técnico de ponta com uma estratégia de vigilância rigorosa e colaboração estreita entre o setor público e privado, o Paraná se estabelece como um modelo de excelência em biosseguridade avícola no Brasil.

 

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) representa as indústrias de produtos avícolas. A carne de frango produzida no Paraná é exportada para 150 países.

O processamento de aves no Paraná se concentra em 29 municípios e 35 indústrias. Além disso, a avicultura gera 95,3 mil empregos diretos e cerca de 1,5 milhão de empregos indiretos no Estado. São mais de 19 mil aviários, aproximadamente e 8,4 mil propriedades rurais distribuídas em 312 municípios paranaenses. As indústrias associadas ao Sindiavipar são responsáveis por 97% da produção estadual.

Segundo o Relatório da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil ocupa o primeiro lugar no mercado global de carne de frango, sendo o principal exportador do produto.

Fonte: Assessoria Sindiavipar

 

 

Relacionado com Biosseguridade

REVISTA AVINEWS BRASIL
ISSN 2965-341X

Assine agora a melhor revista técnica sobre avicultura

EDIÇÃO aviNews Brasil 4TRI 2024
Imagen Revista Nivalenol, uma micotoxina emergente que aumenta a complexidade do controle do desoxinivalenol (DON)

Nivalenol, uma micotoxina emergente que aumenta a complexidade do controle do desoxinivalenol (DON)

Augusto Heck
Imagen Revista Estratégias nutricionais para fertilidade de machos reprodutores

Estratégias nutricionais para fertilidade de machos reprodutores

Brunna Garcia
Imagen Revista Saúde intestinal – parasitoses internas e seu desafio na produção em sistemas alternativos 

Saúde intestinal – parasitoses internas e seu desafio na produção em sistemas alternativos 

Equipe Técnica H&N
Imagen Revista Manter o atual status sanitário, equilíbrio nos custos de produção e sustentabilidade serão decisivos para a avicultura brasileira em 2025

Manter o atual status sanitário, equilíbrio nos custos de produção e sustentabilidade serão decisivos para a avicultura brasileira em 2025

Paulo Teixeira
Imagen Revista Vacinação contra Salmonella em aves de postura comercial e a relação com índices zootécnicos

Vacinação contra Salmonella em aves de postura comercial e a relação com índices zootécnicos

Daniela Duarte de Oliveira
Imagen Revista A influência da dieta maternal sobre o desempenho de frangos de corte

A influência da dieta maternal sobre o desempenho de frangos de corte

Vinicius Santos Moura
Imagen Revista Ácidos orgânicos no período de jejum pré-abate de frangos. Uma estratégia de suporte para diminuir as contaminações por enteropatógenos

Ácidos orgânicos no período de jejum pré-abate de frangos. Uma estratégia de suporte para diminuir as contaminações por enteropatógenos

Fabrizio Matté Luiz Eduardo Takano Patrick Iury Roieski
Imagen Revista Estratégia nutricional para melhor qualidade de casca de ovos: uso de minerais orgânicos

Estratégia nutricional para melhor qualidade de casca de ovos: uso de minerais orgânicos

Equipe Técnica Biochem
Imagen Revista Importância dos pesos iniciais para o desempenho dos frangos de corte

Importância dos pesos iniciais para o desempenho dos frangos de corte

José Luis Januário Lucas Volnei Schneider
Imagen Revista Recomendações técnicas para sanitizar ovos incubáveis de galinha

Recomendações técnicas para sanitizar ovos incubáveis de galinha

Dr. Vinícius Machado dos Santos Gabriel da Silva Oliveira
Imagen Revista Qual o melhor plano nutricional para codornas europeias?

Qual o melhor plano nutricional para codornas europeias?

Adiel Vieira de Lima Aline Beatriz Rodrigues Dr. Fernando Perazzo Matheus Ramalho de Lima Paloma Eduarda Lopes de Souza
Imagen Revista Perspectivas de recordes para a avicultura brasileira

Perspectivas de recordes para a avicultura brasileira

Ricardo Santin
Imagen Revista Artrite e suas causas multifatoriais em frangos de corte – Parte 2

Artrite e suas causas multifatoriais em frangos de corte – Parte 2

Cláudia Balzan Eduarda da Silva
Imagen Revista Cobre e suas funções em dieta das galinhas poedeiras: vantagens da forma quelatada

Cobre e suas funções em dieta das galinhas poedeiras: vantagens da forma quelatada

Tatiana Carlesso dos Santos Vinício dos Santos Cardoso
Imagen Revista Machos reprodutores: como obter bons indicadores de fertilidade na fase de produção

Machos reprodutores: como obter bons indicadores de fertilidade na fase de produção

Cidimar Trevisan Eduardo Kohl Marcel Pacheco
Imagen Revista Modelagem matemática com a equação de Gompertz e suas aplicações no crescimento de frangos de corte

Modelagem matemática com a equação de Gompertz e suas aplicações no crescimento de frangos de corte

Juan Gabriel Espino

JUNTE-SE À NOSSA COMUNIDADE AVÍCOLA

Acesso a artigos em PDF
Mantenha-se atualizado com nossas newsletters
Receba a revista gratuitamente em versão digital

DESCUBRA
AgriFM - Os podcasts do setor agrícola em português
agriCalendar - O calendário de eventos do mundo agrícolaagriCalendar
agrinewsCampus - Cursos de formação para o setor agrícola e da pecuária