Conteúdo disponível em: Español (Espanhol)
Existem diferentes classificações de causas de perdas em plantas de processamento de frangos de corte. Nos Estados Unidos, as perdas são classificadas em:
- Perdas por causas do processo
- Perdas por causas do campo
Entre as causas de perdas atribuíveis às plantas de processamento estão
- Ausência de vísceras
- Cadáver (quando as aves chegam mortas ao abatedouro e, por acidente, são colocadas na linha de processamento; estas aves são facilmente identificáveis por sua coloração escura e porque fica obvio que não foram sangradas como o restante das aves)
- Contaminação (se refere a contaminação fecal por ruptura de órgãos do trato intestinal, ainda que na realidade isto tende a ocorrer com maior frequência quando as aves não são submetidas a um período de jejum suficiente antes de serem processadas)
- Super escaldagem (carcaças que foram submetidos a uma temperatura excessiva no tanque escaldador pré-depenação e/ou a um escaldamento muito prolongado
- “Outros”, abrange qualquer outra causa atribuível à planta de processamento, porém não às 4 classificações prévias.
PERDAS POR PROBLEMAS DO CAMPO
As causas de perdas atribuíveis a problemas do campo são classificadas como:
- Carcaça completa (as razões são muito diversas)
- Septicemia/toxemia (geralmente inclui carcaças muito pequenas, com evidência de septicemia, ou muito congestionadas)
- Aerosaculite (mais comumente associada a bronquite infecciosa e/ou Micoplasma e/ou desafios ambientais causados por má ventilação, pó amoníaco etc.)
- “Processo infeccioso” ou celulite (que consiste em lesões inflamatórias da pele e ou espaço subcutâneo, também conhecidas como “celulite”)
- “Leucose” (“leucose” pode ser um termo que causa confusão, porém não é incorreto, pois as leucoses são problemas neoplásicos causados por leucócitos de diversos tipos e no caso das leucoses em carcaças condenadas, a causa mais comum é a doença de Marek, que causa linfomas ou linfossarcomas de células T, de maneira que as perdas por “leucose” não necessariamente refletem “leucose linfoide”, causada por outros vírus)
- Hematomas (resultado de golpes ou traumatismos que induzem mudanças de cor na pele)
- “Outros” (que inclui qualquer outra causa de perdas atribuíveis a problemas gerados no campo, porém não necessariamente relacionados às outras causas do campo aqui descritas
- Miopatias ou alterações na qualidade da carne (peito amadeirado, estrias brancas, miopatia dorsal superficial, necrose do músculo peitoral profundo etc.)
- Sinovite (qualquer evidência de engrossamento, deformação ou infecção das articulações, incluindo a inflamação e ruptura de tendões, manifestada em forma de mudanças de cor de avermelhada para verde, dependendo da idade da lesão).
As perdas de pernas com coloração esverdeada são infelizmente um problema frequente nos abatedouros. Quando se produz uma ruptura parcial ou total do tendão do músculo gastrocnêmio se gera uma descoloração da região afetada de maneira que se observam as pernas de cor verde (Figura 1).
A ruptura do tendão do músculo gastrocnêmio é o resultado do estresse físico imposto sobre tendões debilitados
Existem causas infecciosas e não infecciosas responsáveis pelo debilitamento e ruptura dos tendões.
CAUSAS INFECCIOSAS
Os tendões podem debilitar-se durante o crescimento dos frangos de corte, ou serem danificados por infecções virais como reovírus.
Algumas infecções bacterianas como as induzidas por Staphylococcus aureus também são causadoras de sinovite ou tenossinovite infecciosa.
CAUSAS NÃO INFECCIOSAS
Os tendões também podem debilitar-se como resultado da inatividade em general, como ocorre com a falta de exercício nos rebanhos letárgicos. Podem apresentar-se rupturas parciais ou totais dos tendões quando se aplica maior peso sobre eles, especialmente se estão debilitados ou danificados.
A combinação da falta de atividade com um aumento significativo do peso corporal em frangos de corte de grande peso, pode resultar num aumento da frequência de perdas por este tipo de lesões, conhecido normalmente como “pernas verdes” associadas a ruptura parcial ou total dos tendões.
Uma vez que os tendões do músculo gastrocnêmio se rompem a ave apresentará claudicações e inatividade em geral
Uma vez que se rompe o tendão em uma perna, o tendão equivalente da outra perna sofre um estresse adicional com a tentativa da ave de compensar a ruptura do tendão na perna afetada. O resultado, frequentemente, é que ambas as pernas na mesma carcaça se observem com lesões visíveis que geram as perdas por pernas verdes.
Durante o processo, as lesões de cor verde são facilmente visíveis depois de a carcaça ter passado pela máquina depenadeira. Ainda que a ruptura do tendão do músculo gastrocnêmio tipicamente seja descrita em reprodutores pesados, em forma de lesões agudas ou crônicas, esta ruptura é agora relativamente comum em frangos de corte extremamente pesados e os problemas são facilmente detectados no abatedouro.
foto: Ruptura do tendão gastrocnêmio: CRESA
Este artigo é publicado na aviNews com autorização da Dra. Dianna Bourassa, professora assistente do Departamento de Ciências Avícolas da Universidade de Auburn, no Alabama, EUA. Dianna conta com licenciatura e mestrado em Zootecnia Avícola; doutorado em Bioquímica e Biologia Molecular pela Universidade da Geórgia. Sua área de especialidade é a inocuidade microbiológica em abatedouros e em processamento de aves. A Dra. Bourassa é a partir de agora uma importante colaboradora da aviNews.