Atualmente, são conhecidas mais de 300 micotoxinas e a atenção da comunidade científica está focada naquelas comprovadamente cancerígenas e/ou tóxicas
As micotoxinas são um grupo estruturalmente diverso, constituído essencialmente por compostos com baixo peso molecular, produzidos principalmente pelo metabolismo secundário de alguns fungos filamentosos ou bolores que, em condições de umidade e temperatura adequadas, podem desenvolver-se em vários alimentos e rações, causando sérios riscos à saúde humana e animal (Dinis et al., 2007).
Atualmente, são conhecidas mais de 300 micotoxinas e a atenção da comunidade científica está focada naquelas comprovadamente cancerígenas e/ou tóxicas
A exposição humana às micotoxinas pode resultar do/da:
A pesquisa da Nutriad sobre contaminação por micotoxinas em 2017 incluiu 121 amostras de milho de toda a Espanha.
Todas as amostras foram recolhidas quase imediatamente após a colheita em propriedades rurais ou fábricas de rações.
Os fornecedores das amostras foram aconselhados a seguir os princípios de boa amostragem (Richard, 2000).
A equipe de análise e/ou os profissionais de laboratório não estiveram envolvidos na amostragem e, por conseguinte, não influenciaram qualquer parte deste procedimento
Foram realizadas mais de 480 análises para testar a presença das 4 micotoxinas encontradas com maior frequência nos produtos agrícolas destinados à produção animal.
O inquérito forneceu informações sobre as incidências de:
As 4 micotoxinas foram analisadas através do ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA).
Para efeitos da análise de dados, os níveis de não detecção basearam-se nos limites de quantificação (LOQ) do método de teste de cada micotoxina:
Resultados
Os resultados demonstram que as amostras de milho estavam contaminadas com:
47% de FUM
44% de DON
AfB1
Apenas 5,8% das amostras continha AfB1, um resultado inesperado, pela baixa incidência observada. As concentrações médias de todas as micotoxinas recuperadas foram médias (>LOQ, mas abaixo dos níveis recomendados pela UE).
DON
A concentração mais alta de DON detectada em uma das amostras atingiu os 3.090 μg/kg.
Também foi observado que 53% das amostras continham ZEN, uma micotoxina que pode afetar a fertilidade de todas as espécies animais. Esta incidência é muito maior em comparação com o ano anterior, quando apenas 8% das amostras eram positivas para ZEN. Várias amostras estavam simultaneamente contaminadas com 2 a 4 micotoxinas, podendo haver interações sinérgicas entre elas.
Como resultado desta pesquisa, foi encontrada concentração média muito alta de AfB1 , que alcançou níveis médios de 30 μg/kg, com uma concentração máxima de 115 μg/kg.
Estas concentrações máximas e médias elevadas de aflatoxina B1 no milho colhido na Espanha são uma preocupação no mercado daquele país em função do alto nível do metabólito da aflatoxina M1 excretado no leite de vacas.
Tanto a concentração média, como máxima de aflatoxina B1 excederam a concentração máxima permitida pela UE de aflatoxina B1 (20 μg/kg) em matérias-primas para rações (REGULAMENTAÇÃO DA COMISSÃO (EU) N.º 574/2011).
A correlação entre DON e ZEN, que parecia ser elevada no início, não foi confirmada pela análise de correlação (R2=0.1518).
Conclusão
A pesquisa de 2017 da NUTRIAD sobre micotoxinas concluiu que as colheitas de milho do mesmo ano na Espanha são de média qualidade (>LOQ, mais abaixo dos níveis recomendados pela UE) em termos de contaminação por micotoxinas (DON, ZEN e FUM).
As exceções foram as concentrações médias e máximas muito altas de aflatoxina B1 , que excediam claramente a concentração de aflatoxina B1 permitida pela UE em matérias-primas para ração.
Portanto, as colheitas de milho de 2017 na Espanha não devem ser consideradas seguras para serem incluídas em rações de vacas leiteiras e é recomendado um certo grau de monitoramento.
O monitoramento é sempre recomendado, uma vez que os cereais em rações têm origem de várias fontes.
Foi demonstrado que alguns cereais da Europa continental e soja da América do Sul colhidos em 2017 estavam contaminados com concentrações médias a altas de micotoxinas. A última linha de defesa possível é a desintoxicação das micotoxinas in vivo.
A adição de inativadores de micotoxinas eficazes aos alimentos destinados a animais é um método muito comum para impedir a micotoxicose e é uma estratégia eficaz para manter baixo o risco de micotoxinas, em todas e quaisquer condições.
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