Por que os pintinhos não podem ser chocados e nascer na mesma incubadora
Por que os pintinhos não podem ser chocados e nascer na mesma incubadora
No momento do nascimento, os pintinhos geram uma grande quantidade de penugem e resíduos que devem ser recolhidos e eliminados. Por isso, não é comercialmente viável que os pintinhos sejam incubados e nasçam na mesma máquina. Sendo assim, é necessário empregar duas máquinas distintas: uma incubadora e um nascedouro.
Retirada dos ovos da incubadora
No dia 18, os ovos devem ser transferidos das incubadoras aos nascedouros. Nesta etapa é fundamental evitar os riscos de refrigeração ou sobreaquecimento, reduzindo ao máximo o tempo fora da incubadora.
Uma vez que se para o ventilador de circulação da incubadora, os ovos deixam de receber ar de refrigeração. Os operários da planta de incubação devem retirar os carros, um a um, para garantir que obtenham o maior fluxo de ar possível para que estejam refrigerados.
Apesar de os ovos do exterior do carro começarem a refrigerar-se, aos que se encontram no meio do mesmo continuará faltando fluxo de ar para contribuir para o processo de refrigeração, correndo o risco de sobreaquecimento, que geralmente provoca o «mal posicionamento da cabeça sobre a asa».
Com essa posição, o pintinho pode perfurar o ovo, porém não consegue obter o ângulo adequado para continuar soltando-se. Isso geralmente resulta em uma única perfuração perto da parte superior que não é suficiente para que o pintinho nasça.
Resultado do «mal posicionamento da cabeça sobre a asa»: uma única perfuração perto da parte superior
Para evitar o sobreaquecimento, também deve-se garantir que existam ovos onde se encontra o sensor de temperatura. Se não se presta atenção a isto, o sensor detectará um espaço frio, o que provocará o sobreaquecimento da máquina.
Deve-se manter a sala de transferência a 26 °C com umidade mínima e um fluxo de ar baixo, porém estável. A pressão do ar deve ser de 2,5 Pa, inferior à da sala de incubadoras (3 Pa), porém superior à da sala de nascedouros (2 Pa) para garantir que o ar flua corretamente na planta de incubação.
Ovoscopia
A transferência de ovos no dia 18 é a oportunidade perfeita para retirar os ovos inférteis (inférteis e que sofreram morte prematura). Pode ser feito manualmente, com uma lanterna utilizando uma mesa de ovoscopia, com retirada manual de ovos inférteis, ou com um sistema que detecta e retira estes ovos automaticamente.
Inclusive quando se utiliza um sistema automatizado, recomenda-se recolher amostras manualmente (preferivelmente 3 bandejas de amostras por lote à semana da parte superior, central e inferior do carro). Os ovos inférteis detectados devem ser rompido para checagem do nível de infertilidade e morte prematura. Não esqueça de marcar os demais ovos da bandeja para realizar embriodiagnose durante o nascimento.
Os ovos inférteis serão utilizados para elaboração de alimentos para animais de estimação ou eliminados junto com restos podres ou ovos bomba.
Os ovos que explodem devem ser colocados em um cubo com desinfetante para evitar que o entorno se contamine.
Transferência manual
Os ovos podem ser transferidos manualmente, colocando a cesta do nascedouro de boca para baixo sobre a bandeja de ovos e virando-as juntas manualmente, ou com uma estrutura específica. No entanto, este procedimento tem algumas desvantagens: além de aumentar as fissuras, na transferência manual geralmente não se elimina os ovos inférteis.
Isso se traduz em muitos ovos invertidos, o que faz com que o líquido do ovo se transfira à câmara de ar da parte inferior e os pintinhos sofram morte tardia. Se, contudo, os pintinhos nascem, terão um aspecto descuidado e, por isso serão sacrificados.
Transferência manual
Automatização na transferência
A automatização pode ir de algo muito básico, como una máquina de transferência que retira os ovos da bandeja e os coloca na cesta por um descarregamento totalmente automático dos carros da incubadora e a ovoscopia automática.
Esta última detecta a quantidade de luz que passa através do ovo para determinar a presença ou ausência de desenvolvimento no ovo. As tecnologias avançadas podem inclusive detectar vida a partir de calor ou detecção das batidas do coração. Isso também possibilita a retirada de ovos carregados com bactérias de podridão (ovos bomba).
No entanto, não há nenhum equipamento infalível, razão pela qual deve-se supervisionar cada sistema e realizar sua manutenção adequada. Sempre deve-se checar que os ovos sejam férteis para garantir a adequação do sistema. Por exemplo, uma luz ou uma câmara suja farão com que o equipamento veja uma sombra, que será interpretada como um embrião, o que pode fazer com que todos os ovos inférteis passem pela transferência.
Qualquer ovo infértil pode se romper na retirada e contaminar os pintinhos, especialmente se utiliza-se um separador de pintinhos.
Pintinhos contaminados devido a ovos inférteis no nascedouro
Apesar de os sistemas automáticos não poderem provocar ovos invertidos, continuamos recomendando que se preste atenção para garantir que sejam incubados corretamente. Mais alinhamentos, quedas dos ovos do cabeçal de transferência e uma parada brusca das cestas do nascedouro podem fazer com que os ovos rachem.
As cascas dos ovos são especialmente frágeis nesta etapa, considerando que o embrião extraiu e utilizou grande parte do cálcio para seu desenvolvimento. Uma fissura nesta fase pode fazer com que o embrião seque e morra.
As fissuras nos ovos podem fazer com que o embrião morra
Lembre sempre que os ovos sujos / da cama passam pelos mesmos cabeçais de transferência que os ovos limpos. Por isso, estes cabeçais podem se transformar nos causadores de contaminação cruzada. Realizar uma limpeza rotineira após cada uso e uma limpeza profundo a cada 3 ou 6 meses, em função da qualidade dos ovos entrantes, é um bom método para garantir a higiene neste ponto.
Ainda assim, se possível, recomendamos utilizar tubulações transparentes em todos os equipamentos de sucção. Isso permite checar a olhos nus o verdadeiro nível de limpeza interna do equipamento.
Cabeçais de transferência contaminados
Vacinação in ovo
A vacinação do embrião também pode ser realizada na sala de transferência, porém é necessário deixar que o embrião se desenvolva um pouco mais para garantir o local ideal da vacina. Uma vacinação in ovo exitosa necessita que a vacina seja realizada no embrião ou no líquido amniótico (absorvido pelo embrião).
Se o embrião for vacinado no alantoide, que não é absorvido, a ave precisará de proteção, ou a mesma será reduzida. Por este motivo, realizamos a transferência para a vacinação in ovo entre os 19 e 19,5 dias.
Contribuições fundamentais para reduzir as perdas na transferência
Se deseja identificar se o processo de transferência provoca perdas, rompa alguns dos ovos que não tenham nascido. O saco vitelino se encontra fora do embrião? A causa da morte mais provável são os danos de transferência.
Se o saco vitelino foi absorvido, o embrião sobreviveu à transferência, porém morreu no nascedouro. Neste caso, recomendamos checar as condições do nascedouro.
Saco vitelino fora do embrião, contra o saco vitelino absorvido
Naturalmente, é melhor evitar possíveis perdas e, por isso, resumimos os principais pontos aos quais se deve prestar atenção durante a transferência:
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