07 jul 2020

Desaceleração econômica deve impulsionar avicultura mundial, segundo Rabobank

O maior impulsionador do mercado avícola mundial no segundo semestre de 2020 será a desaceleração econômica, segundo análise do Rabobank […]

O maior impulsionador do mercado avícola mundial no segundo semestre de 2020 será a desaceleração econômica, segundo análise do Rabobank divulgada no último dia 6/7. Segundo o banco holandês, que prevê uma queda de 3,9% do PIB mundial em 2020, a desaceleração tornará os mercados globais mais voláteis e direcionados pelos preços.

"Tais condições são geralmente positivas para aves, como a proteína animal mais barata, com um ciclo de produção curto e flexível", destaca o relatório. Segundo o documento, outro ponto que conta a favor do aumento da demanda por carne de aves no segundo semestre é a redução das medidas de isolamento social, aliada ao retorno da atividade do foodservice, que segundo o documento absorve de 15% a 60% do total de vendas de aves no mercado global.

Brasil demanda carne de pollo 2020

No entanto, o documento aponta que a volatilidade pode ser acentuada nesse período devido ao que classifica como "caminho acidentado" para a recuperação. Os analistas do Rabobank consideram como fatores para isso:

"A demanda se recuperará à medida que as restrições nos mercados forem levantadas, mas os desequilíbrios entre demanda e oferta, volatilidade cambial e questões de acesso podem distorcer os fluxos comerciais", destaca o relatório. "Uma tendência de compra local também pode desafiar os fluxos comerciais", completa o documento.

Comércio Global

Os fatores destacados pelos analistas do Rabobank como possíveis obstáculos ao comércio global avícola são a relação comercial EUA-China, Brexit, e um movimento no Oriente Médio para melhorar ainda mais a segurança alimentar. Segundo o relatório, enquanto os EUA precisam recuperar seu entendimento das necessidades específicas do mercado chinês, a Rússia tem sido ativa e bem-sucedida na abertura de mercados para exportação de carne de aves.

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Desde a abertura em 2019, a China assumiu o posto de mercado número um para as exportações russas de carne de frango, representando hoje 50% do comércio do país. A previsão do Rabobank é de que no próximo ano as exportações russas para a China devem aumentar ainda mais, principalmente porque a Rússia está tentando abrir uma rota ferroviária interior para a China central, o que deverá reduzir significativamente o tempo de viagem, em comparação com as rotas de navegação.

No primeiro trimestre de 2020, a carne de frango da Rússia também obteve acesso aos Emirados Árabes Unidos e ao Japão, abrindo ainda, mais recentemente, os mercados das Filipinas, Cingapura e Cuba. "Esse aumento do acesso ao mercado fez da Rússia um grande exportador mundial de aves em um curto período", aponta o relatório.

Rabobank perspectivas mercado avícola segundo semestre 2020

Estados Unidos

As perspectivas dos analistas do banco holandês para o mercado avícola dos Estados Unidos são de:

Europa

O cenário desenhado pelos especialistas para o mercado de aves da Europa é de recuperação frágil, com:

China

Já para o gigante asiático, o cenário apontado no relatório do banco holandês é de:

Brasil

Para o mercado avícola do Brasil, a visão dos analistas do Rabobank é mais otimista. A perspectiva é de "recuperação precoce" do setor, com a melhora da demanda interna, redução nos alojamentos, tendência de queda nos custos de alimentação e valorização do produto brasileiro no mercado externo (especialmente China), ante a desvalorização do real.

frigoríficos pandemia covid-19 rabobank

A análise do banco holandês aponta que o setor brasileiro de foodservice registrou uma leve recuperação (1,5%) nas últimas duas semanas, à medida que as medidas de isolamento foram sendo afrouxadas em algumas regiões. Porém, o caminho ainda é longo ante o cenário de queda de 61% no consumo acumulado do ano no foodservice e a elevação de 16% no setor de varejo, entre 1º de março e 6 de junho.

O equilíbrio entre a oferta e a demanda ajudaram a subir, no final do mês de maio, os preços do frango congelado, que em abril haviam apresentada uma queda acentuada de 13%. Em 9 de junho, os preços foram 2% superiores ao mês anterior. Quanto aos preços do frango vivo, que também registraram forte queda mensal de 10% em abril, os preços foram recuperados em 3% em maio e a média parcial do mês de junho foi 15% superior à do mês anterior.

A produção brasileira, que no primeiro trimestre de 2020 aumentou 3% em relação ao ano anterior, segundo dados parciais, teve ritmo reduzido nos meses seguintes, devido à queda no consumo doméstico. A expectativa, segundo os especialistas do Rabobakn, é de aumento da produção no meio do terceiro trimestre.

Os preços futuros do milho indicam quedas no curto prazo, com a colheita da segunda safra se aproximando, o que representa 70% a 75% da produção. Esse aumento na oferta pressionará os preços dos alimentos, que foram, em média, 31% mais caros em maio do ano anterior.

Fonte: Rabobank

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