Nutrição Animal
Para ler mais conteúdo de aviNews Brasil Abril 2021
A alimentação das aves representa entre 65% e 70% do custo total de produção. No atual contexto de pandemia, a estratégia de usar enzimas para aumentar o nível máximo de liberação de nutrientes pelas matérias-primas torna-se ainda mais importante. Confira!
A pandemia de Covid-19 tem gerado uma ampla gama de desafios para a indústria agroalimentar.
As relações entre oferta e demanda de proteína animal têm sido claramente afetadas devido ao encerramento de perímetros de regiões e países, isolamento social, perda de turismo e canal HORECA (hotéis, restaurantes e catering).
E o que pudemos constatar nos últimos meses foi o poder de adaptação que a indústria agroalimentar vem demonstrando.
ESSENCIAL
Em muitos outros setores as empresas tiveram que fechar temporariamente, ou permanentemente. No entanto, a produção agroalimentar continuou, com todos os esforços que isso implicou, devido à natureza essencial e de primeira necessidade deste setor.
Não só se tem aprendido a viver. Mais que isso, nos adaptamos ao chamado “novo normal”. Neste contexto, as empresas também tiveram que se adaptar à nova realidade pois, em maior ou menor grau, a pandemia afetou os resultados econômicos da maioria do setor.
Ser capaz de fornecer estratégias, serviços e produtos que possibilitem produzir proteína animal da forma mais eficiente possível. Esta sempre foi a finalidade, que se acentua mais em momentos difíceis como o atual.
A alimentação das aves representa entre 65% e 70% do custo total de produção. Portanto, é um parâmetro a ser avaliado exaustivamente pelos produtores. No atual contexto de pandemia, a estratégia de usar enzimas para aumentar o nível máximo de liberação de nutrientes pelas matérias-primas torna-se ainda mais importante.
O uso de fitases para quebrar as moléculas de fitato, bem como a utilização de carboidrases, especificamente xilanases para quebrar cadeias de arabinoxilano (AX), é de especial interesse, quando se trata de buscar redução nos custos de fabricação de alimentos compostos .
MATRIZ NUTRICIONAL MÁXIMA
Essa estratégia consiste na:
Utilização conjunta de fitase e xilanase, com o objetivo de extrair a maior quantidade possível de nutrientes das matérias-primas,
Utilizando uma matriz mineral, energética e de aminoácidos para formular,
Reduzindo o custo da dieta, sem penalizar os resultados produtivos.
Graças à ação entre a fitase e a xilanase, assim como o maior conhecimento que se tem hoje de substratos, é possível alcançar:
a redução da viscosidade intestinal e
uma melhora da fermentação de fibra.
Tudo isso implica na eliminação de fatores antinutricionais e, consequentemente, na melhora da digestibilidade dos nutrientes, o que reduzirá significativamente o preço por tonelada de ração, sem afetar o desempenho produtivo dos animais.
Desta forma, finalmente conseguimos a diminuição do preço final do quilogramo de proteína animal.
Além disso, também permite uma maior sustentabilidade ambiental, ao reduzir as emissões de CO2, nitrogênio e fósforo, devido a uma maior eficiência de utilização das matérias-primas, graças ao uso de enzimas.
Porém, a maioria dos nutricionistas reluta em usar os valores da matriz completa, informados pelos fornecedores de aditivos, aplicando frequentemente margens significativas de “segurança”.
Além disso, é claro que, embora um valor de matriz para um aditivo possa ser 100% correto, não significa que a referida matriz possa ser aplicada em dietas nas quais mais de um aditivo é usado.
Os valores da matriz aditiva não são aditivos!
Isso ocorre porque o primeiro aditivo em uso melhora o aproveitamento dos nutrientes, deixando menos espaço para melhoria por um segundo aditivo e, assim por diante.
Uma abordagem típica é usar 80% dos valores da matriz de uma combinação de aditivos. Por exemplo, quando é calculado com fitase e xilanase em uma dieta.
EXEMPLO PRÁTICO DE ESTRATÉGIA MMN
Ensaios de validação extensivos foram realizados globalmente com frangos de corte e os resultados mostram que:
Entre uma estratégia conservadora e uma estratégia MMN, podem ser poupados, em média, 8 euros por tonelada de ração, dependendo do preço da matéria-prima naquele momento.
TESTES NA AVICULTURA DE CORTE
Neste teste o efeito do conceito de MMN em aves de corte é estudado avaliando quatro tratamentos:
Controle industrial: com uma estratégia conservadora no uso de doses de enzimas e matriz de formulação, onde apenas uma matriz mineral de fósforo, cálcio e sódio foi usada para fitase e energia para xilanase;
Controle negativo: usando a estratégia MMN, com matriz de fitase e xilanase: mineral, energia, proteína e aminoácidos, mas sem a incorporação de enzimas; e
Estratégia MMN: com adição de enzimas (uso da matriz de fitase e xilanase: mineral, energia, proteína e aminoácidos).
No teste pode ser verificado, como o uso conjunto de xilanase e fitase, aplicando uma matriz de fórmula mineral, de aminoácidos e energia, permite obter os mesmos resultados produtivos que os do controle positivo, ou estratégias mais conservadoras (Imagem 1), mas, com grande impacto no custo da alimentação e, portanto, no custo do quilo de carne produzida.
Observa-se claramente a queda no preço do frango com a estratégia MMN. Graças ao uso conjunto de fitase e xilanase e aplicação de matrizes em minerais, aminoácidos e energia.
ESTRATÉGIA CONSERVADORA
Melhorou em 2.4% o custo da ave, comparado ao controle positivo.
ESTRATÉGIA MMN
Melhorou em 5,7% o custo do frango, comparado ao controle positivo.
ESTRATÉGIA CONSERVADORA x MMN
A diferença percentual entre a estratégia conservadora e a de MMN é de 3.3% de melhoria em favor da estratégia MMN.
Uma integração avícola que está produzindo 500.000 aves por semana, a economia de custos devido à redução do custo da ração seria de cerca de 18.000 euros na estratégia conservadora e 42.750 euros na estratégia MMN por semana, sendo a diferença entre a estratégia MMN e a estratégia conservadora de cerca de 24.750 euros por semana.
Enfim, nós das empresas de nutrição animal trabalhamos para oferecer estratégias flexíveis que ajudem o produtor a obter melhores resultados econômicos, aprofundando os conhecimentos sobre o tipo de produção que estamos realizando, extraindo o máximo possível de nutrientes e proporcionando maior lucratividade à produção animal.
Isso se deve, principalmente, aos avanços na compreensão dos modos de ação das enzimas e do conteúdo dos substratos alimentares, resultado de melhorias nos métodos analíticos.
Hoje, os produtores podem medir o nível de fitato em suas dietas, bem como o perfil de fibra de suas matérias-primas, usando a tecnologia NIR.
Além disso, podem determinar a atividade das enzimas nos alimentos de forma rotineira, garantindo que haja procedimentos de garantia vigorosa para extrair, com segurança, o valor máximo das estratégias avançadas de aplicação das enzimas.