O acionista e diretor da empresa, Fernando Ikeda, conversou com a aviNews, e destacou que esta é parte da estratégia da San Fernando para se tornar uma empresa global, oferecendo produtos com valor agregado.
aviNews – De maneira breve, poderia nos contar um pouco desta história?
Fernando Ikeda – Meu pai iniciou este negócio em 1948, quando nos mudamos de uma casa para una granja. Eu tinha cuatro meses. Posteriormente, em 1961, meu irmão Julio iniciou o negócio de frangos. Com esta incursão, a empresa começou a crescer, foram adquiridos reprodutores e mais granjas, o que foi chave para nos tornarmos quem somos hoje. Somos quatro irmãos e, junto com os colaboradores da San Fernando, temos nos dedicado para que este negócio se tornasse realidade. Hoje temos 71 anos neste caminho e nos consolidamos como uma grande família.
AN – Em termos de produção e exportação, qual foi o desempenho da San Fernando no ano passado?
FI – Nossa fatia mais importante é representada pela produção de frango, que passa de 280 milhões ao ano. Ainda assim, também criamos perus, suínos e temos produtos elaborados como hambúrgueres, presuntos, salsichas, nuggets, entre outros. Especificamente em exportação, enviamos apenas carne de peru.
AN – Quais os resultados do ano passado e as expectativas para 2019?
FI – O ano passado foi um bom ano para a empresa. Desde 2009 vimos profissionalizando a organização e nós, a família, estamos deixando de integrar a equipe executiva para fazer parte da Direção. A terceira geração está liderando estas mudanças.
AN – Na sua opinião, a que se devem os bons resultados do ano passado?
FI – Em geral, o Peru e a indústria tiveram um bom ano. Isto não pelo fato de o país ter se desenvolvido, como também pela gestão que implementamos na San Fernando. Atualmente temos novos gerentes e profissionais que possibilitaram reativar o crescimento da organização.
AN – Há algum número do crescimento? Dados da produção?
FI – Em termos de produção, o Peru se aproxima de 8%.
AN – Quais os planos da San Fernando a médio e longo prazo?
FI – Um dos objetivos da San Fernando é exportar a médio prazo, conquistar as condições para que o país seja competitivo em termos sanitários, o que permitirá que as empresas contem com tecnologia para a exportação.
AN – Quais os principais desafios para a avicultura peruana hoje e a longo prazo?
FI – Entre os principais desafios estão: ser una indústria exportadora e avançar em tecnificação.
AN – Existem debates muito importantes para la avicultura em nível mundial como a retirada de antimicrobianos e bem-estar animal. Como estes temas são tratados na San Fernando e pela indústria avícola peruana?
FI – Estamos fazendo um trabalho setorial transcendente, considerando que a Associação Latino-americana o considera como ponto fundamental no futuro. Tudo o que diz respeito a bem-estar animal e inocuidade, também está sendo abordado pelo setor. Desejamos que o Peru tenha esse desafio para nos aproximarmos das novas necessidades do consumidor. Por isso, estes temas estão incluídos na OVUM.
FI – No que diz respeito ao consumo de frango, estamos em aproximadamente 46 quilos por habitante ao ano. No entanto, especificamente em Lima, capital do país, devemos estar próximos a 70 quilos. Isto nos indica que ainda temos muito a percorrer e esperamos que o produto alcance essa quantidade em todo o país. Por sua vez, o consumo de carne bovina é baixo, de carne suína está crescendo, enquanto o pescado ainda não alcançou uma produção industrial. Estes indicadores demonstram que o frango e o ovo são as duas melhores alternativas como fonte de proteína.
AN – Como está posicionado o Peru, na América Latina, em termos de quantidade consumida por habitante de produtos como a carne de frango e ovos?
FI – Em consumo de frango devemos ser uns dos primeiros na região, porém em ovos ainda estamos em níveis de 200 unidades por habitante ao ano. Nossa meta é chegar a 300 nos próximos anos, já que entre 1999 e 2000, quando entramos nesse setor, consumíamos não mais de 80 ovos por habitante ao ano. Atualmente consumimos entre 200 e 210 unidades de ovo por habitante e para isso foi feito um grande trabalho. Continuaremos focados fazer com que o consumo cresça e alcance os 300, já que o país precisa disso, sendo a melhor alternativa para o Peru.
AN – Que papel cumpre a OVUM na tarefa de contribuir para que a avicultura latino-americana enfrente seus desafios?
FI – Mudamos o nome do Congresso Latino-americano de Avicultura para OVUM. Isto contribuiu para que toda a indústria latino-americana se unisse e trabalhasse para um objetivo. O desafio é tratar os temas de inocuidade, problemas sanitários, meio-ambientais e bem-estar, assim como os desafios que as novas tenologias representam para o futuro (disruptivas e inovadoras). Sem dúvida, buscamos formar um único grupo na América Latina para trabalhar com um objetivo comum.
“Eu também gostaria de destacar que esperamos a todos na OVUM 2019, de 9 a 11 de outubro. Acreditamos que vai ser um grande Congresso com a participação de toda a região”
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