Este seria o resultado de uma pesquisa realizada em parceria entre a organização internacional Proteção Animal Mundial e a consultoria internacional IHS Markit. O estudo, segundo a Reuters, analisou custos fixos e variáveisde diferentes sanduíches de carne de frango e outros produtos de frango como nuggets.
Sanduíche de frango criado com bem-estar custaria R$ 0,25 mais caro
Um sanduíche de uma rede de fast food no Brasil, que usa frango criado com alto nível de bem-estar custaria […]
Um sanduíche de uma rede de fast food no Brasil, que usa frango criado com alto nível de bem-estar custaria R$0,25 centavos mais caro que o preparado com carne de um animal criado no sistema tradicional. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (16/10) pela Reuters.
O levantamento, segundo a Reuters, aponta que a carne de frango representa entre 8% e 11% do custo total do produto. A entidade lançou uma campanha em que afirma que bastaria uma moeda a mais para que milhões de animais de produção tivessem mais bem-estar antes de virarem alimento em redes de fast food do Brasil.
“O Brasil não tem legislação específica sobre bem-estar de animais de produção e aí ficamos à mercê de quem compra os produtos”, afirmou à Reuters a coordenadora de bem-estar animal na Proteção Animal Mundial no Brasil, Paola Rueda. “Quem impulsionará a mudança é quem consome”, completa.
A campanha é lançada em um momento de crescimento no número de consumidores que se declaram como vegetarianos ou que têm interesse em produtos alternativos à carne animal. Empresas como Fazendo Futuro, Superbom, Seara e Marfrig lançaram este ano produtos à base de plantas alternativos a itens como hambúrgueres de carne de boi e bife de frango, de olho em um mercado que está movimentando bilhões de dólares nos Estados Unidos.
“Nenhuma rede fast food hoje no Brasil tem compromissos de aquisição de produtos que zelam pelo bem-estar dos animais”, observou Paola à Reuters. “Estamos procurando comprometimentos no Brasil das grandes redes internacionais, que lá fora têm compromissos firmados”, acrescentou ela, referindo-se a frango de corte e citando como exemplos redes como KFC, Burguer King e Subway.
A representante da entidade disse à Reuters que hoje, o tempo médio de crescimento dos frangos no Brasil até o abate é de 42 dias, ganhando 65 gramas de peso por dia. A entidade também cita um quadro de aumento na densidade das granjas.
O pedido da Proteção Animal Mundial é para uma redução na média de animais por metro quadrado de 11 para 8,5. Segundo a entidade, incluir cuidados como instalação de poleiros e fardos de feno nas granjas e garantir seis horas contínuas de escuro por dia para descanso adequado das aves, custariam R$ 0,38 a mais por quilo de ave viva.

“A ideia aqui não é defender a criação de frango solto, o que geraria um custo absurdo para os produtores… O que o estudo mostra é que se mexer em todos esses outros aspectos, o bem-estar dos animais melhora muito e o custo não é tão caro”, conclui Paola Rueda.
Com informações da Reuters