30 maio 2017

Aves caipiras: tecnologia alavanca mercado da raça Índio Gigante

Utilizando inseminação artificial, é possível cruzar machos entre 1,15 metro e 1,17 metro e fêmeas entre 95 centímetros e um metro, para obter melhores resultados econômicos.

A avicultura brasileira tem merecido grande destaque nas últimas décadas, devido ao pacote tecnológico formado por genética, nutrição, reprodução, sanidade e ambiência, o que resulta na melhoria da qualidade de um dos principais produtos da indústria do segmento: a carne.

Dentre as raças que contribuem para o desenvolvimento sustentável da avicultura, em um nicho específico, como o da linhagem das aves caipiras, o Índio Gigante chama atenção, por passar por um processo de criação orgânica, sem o uso de hormônios ou manipulações químicas. A grande novidade, no caso dessa raça, é a utilização de inseminação artificial.

“Os galos da raça Índio Gigante podem medir até 1,17 metro e pesar 8 kg com idade de sete meses”, informa Higor Brion, gerente de Marketing da Fazenda Galo Gigante, localizada em Baldim (MG). Ele ainda acrescenta que, dependendo da raça das aves utilizadas no processo de inseminação artificial, é possível obter animais mestiços ou selecionar características desejáveis da raça existente.

De acordo com ele, utilizando inseminação artificial, é possível cruzar machos entre 1,15 metro e 1,17 metro e fêmeas entre 95 centímetros e um metro, para obter melhores resultados econômicos.

MELHORAMENTO DO PLANTEL

“Os animais da raça Índio Gigante são utilizados no melhoramento do plantel de aves caipiras. Além de incrementar atividades de subsistência, favorecem os comércios locais, contribuindo para a segurança alimentar, além de permitir a manutenção de patrimônio genético nacional representado pela raça”, explica.

A propriedade comercializa reprodutores para criadores que desejam melhorar a qualidade dos ovos e da carne, e até para ornamentação.

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Segundo o gerente, a carne do Índio Gigante possui características organolépticas desejadas pelo mercado consumidor. “A carne de aves caipiras possui sabor e textura diferenciados das carnes de aves encontradas corriqueiramente nos supermercados, e o sabor da carne da raça Índio Gigante assemelha-se à carne da raça caipira”, compara.

O executivo também ressalta que o cruzamento de galinhas comuns com galo Índio Gigante permite obter progênies com carcaça avantajada, maior massa muscular e elevada estatura.

VANTAGENS DA INSEMINAÇÃO

Para melhorar apurar a qualidade dos animais, recentemente a empresa aderiu à inseminação artificial, que permite selecionar as características mais desejadas pelo mercado.

Higor Brion, gerente de Marketing da Fazenda Galo Gigante. Foto: Divulgação

“Desde que foi implantada, a inseminação artificial vem chamando atenção dos criadores de galos gigantes, e nos tornando referência nacional em inseminação artificial. Por meio de cursos e workshops, divulgamos aos criadores e produtores as vantagens do processo e mostramos, na prática, os ganhos, tanto em qualidade quanto financeiros”

O processo consiste em coletar o sêmen do reprodutor para análises microscópicas, incluindo avaliações que envolvem o vigor, mobilidade, concentração e morfologia dos espermatozoides. O material selecionado é inseminado nas matrizes, de acordo com padrões sanitários rigorosos e conceitos técnicos cientificamente aprovados.

Os ovos de cada fêmea são identificados e colocados nas chocadeiras, em compartimentos individuais, de modo que, ao nascer, o pintinho possa facilmente ser identificado como filhos de X e Y, possibilitando o rastreamento de cada ave nascida no sistema de produção.

“A inseminação artificial elevou a capacidade produtiva da raça Índio Gigante e possibilitou aprimorar os protocolos de melhoramento genético das aves do criatório. Assim, os animais se tornaram maiores e com características mais valorizadas pelos produtores”, relata Brion.

Ele lista sobre os benefícios relacionados à adoção da técnica da inseminação artificial no processo reprodutivo: eliminação de acasalamento preferencial; disseminação da genética de reprodutores de maior valor zootécnico; aumento da capacidade produtiva de instalações; maior quantidade de matrizes inseminadas por galo; menor quantidade de reprodutores, com consequente diminuição dos gastos; e padronização do plantel.

MERCADO

Brion destaca que o mercado para esse segmento está em alta e que diversos criadores de aves caipiras tradicionais estão migrando para a criação de galo Índio Gigante.

“O negócio Índio Gigante tem se mostrado cada vez mais atrativo, em razão do baixo custo de criação”, diz. Conforme explica, em geral, são gastos 30 reais por ave, desde o seu nascimento até a fase adulta, em torno de seis meses.

“Trata-se de um custo baixo, e que rapidamente é recuperado com a venda das aves, seja via mercado de criadores ou até mesmo para abate, já que a ave tem essa dupla aptidão”, ressalta e diz que outro fator que tem atraído novos criadores é o baixo valor de manutenção, já que essa raça não exige estrutura de criação complexa.

O gerente diz que, atualmente, uma dúzia de ovos de galinha Índio Gigante é comercializada por 180 reais o pintinho, por 50 reais, e um galo adulto por 500 reais.

“Um reprodutor com mais de 1,17 metro e com boas características, como crista bola e barbela de boi, pode valer até R$ 6 mil”, informa.

Conforme Brion, além do crescimento expressivo no mercado, com números importantes para o setor, os criatórios e os criadores também têm se multiplicado nos últimos anos.

“Temos a Associação Brasileira dos Criadores de Índio Gigante (Abig) e doze associações estaduais, que reúnem cerca de 500 associados. São mais de 10.000 criadores no Brasil, com presença em todos os estados”, enumera.

Matéria retirada do site http://sna.agr.br


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