Este foi o quinto webinar da série especial realizada pela Aviagen, focando na pandemia global de saúde e as consequências na produção de aves.
O armazenamento em temperaturas mais baixas é uma das principais ferramentas para combater os malefícios gerados pelo acúmulo de ovos nos incubatórios. A informação foi passada pela especialista em Incubação da Aviagen, Aline Kuntze, durante o webinar “Impacto do coronavírus no estoque de ovos e ferramentas disponíveis para reduzir as perdas em incubatórios”, realizado em 20 de maio.
Este foi o quinto webinar da série especial realizada pela Aviagen, focando na pandemia global de saúde e as consequências na produção de aves.
Morando nos EUA, a médica-veterinária conhece bem o cenário local e explicou que a contaminação entre os trabalhadores na indústria avícola é relativamente alta quando comparada com trabalhadores de outros setores produtivos. Em 5 de maio, segundo registros do U.S. GAO (Government Accountability Office), dez mil trabalhadores foram testados positivos para o coronavírus em 29 plantas, além de 45 óbitos.
A situação ruim nos EUA gerou oportunidades de vendas para o Brasil. As exportações brasileiras de carne de frango (entre in natura e processados) foram 5,1% superiores ao registrado no mesmo período de 2019, como apontam os dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).
“Porém, a propagação acelerada do vírus no mês de abril criou limitações na produção e manutenção da cadeia avícola no País”, salientou Aline.
A Covid-19 trouxe um cenário inédito para o mundo, bem como grandes desafios para a indústria avícola, como a desaceleração da economia mundial, problemas logísticos de insumos e exportações, limitação de disponibilidade de insumos para a avicultura e a redução do número de trabalhadores disponíveis devido ao aumento de casos.
“Além disso, houve uma redução no volume de abate de frangos, já que frigoríficos precisaram ser fechados. Dessa forma, predomina um dos maiores gargalos até o momento, que é o acúmulo de aves a campo. A Apinco (Associação Brasileira dos Produtores de Pinto de Corte) estimou que o alojamento de pintos de corte deve cair até 10% em abril. Se não estamos alojando pintos é porque os frangos estão acumulando”, complementou a especialista.
Antes da pandemia, o Brasil estava em fase de sobreoferta devido à desaceleração em outros países, além de um alojamento de matrizes recorde de 51,5 milhões em 2019. A mudança na conjuntura ocorreu com o avanço da doença nas propriedades, principalmente pela difícil tomada de decisão em eliminar antecipadamente lotes de reprodutoras com recuperação lenta.
“Temos como efeito o acúmulo de ovos nos incubatórios, sendo um resultado negativo para o processo de incubação, pois o atraso no desenvolvimento causa maior mortalidade embrionária precoce, atraso nos nascimentos e afeta diretamente a qualidade dos pintos”, enfatizou Aline.
Estímulo de temperatura para redução de perdas por alta estocagem
“Esse procedimento traz melhores resultados de eclosão e menor mortalidade embrionária inicial nos ovos armazenados a 15oC ou 59oF, além de realizar a manutenção de um maior número de células viáveis”, explicou a médica-veterinária.
Outra técnica é fazer a viragem dos ovos durante a estocagem, procedimento que está associado à armazenagem em temperaturas mais baixas. “Virar os ovos quatro vezes ao dia durante o período de estoque resulta em ganhos em eclosão nos ovos com longo período de armazenamento”, completou Aline.
A especialista deu destaque em sua apresentação para o uso de ‘Curtos Períodos de Incubação Durante o Armazenamento de Ovos’, ou SPIDES (Short Periods of Incubation During Egg Storage). Se bem aplicada, essa técnica pode preservar até 60% da eclodibilidade que seria perdida em ovos com tempo prolongado de estocagem. Aline explicou que o segredo para o sucesso do método está em aquecer os ovos em um local único e de forma controlada.
Entre os efeitos benéficos do estímulo da temperatura estão: a redução da mortalidade celular e desintegração da membrana vitélica, menos apoptose das células embrionárias, além de ser um tratamento que funciona mesmo em ovos relativamente frescos.
Mas é preciso tomar alguns cuidados e evitar que os ovos cheguem ao incubatório em estágios de desenvolvimento avançado (estímulo de temperatura na granja/transporte). “Neste caso, o tratamento com SPIDES será letal para o embrião”, finalizou Aline.
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