O Jornal Valor Econômico da última sexta-feira (6/4) traz a informação de que a União Europeia (UE) sinalizou ao governo brasileiro que poderá barrar definitivamente todas as importações de carne de frango da BRF. A motivação seria o descontentamento com as respostas dadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em relação à Operação Trapaça.
Segundo o jornal, a situação fez com que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, voltasse nesse fim de semana a Bruxelas para tentar evitar o embargo definitivo à empresa. “Já pedi uma audiência com os europeus e estou indo este fim de semana para Bruxelas, mas não tenho como antecipar qualquer conversa“, disse o ministro na semana passada em cerimônia para comemorar o status de país livre de febre aftosa com vacinação.
Desde o último dia 16/3, a BRF teve interrompidas, de maneira cautelar, as exportações para a União Europeia. A iniciativa atingiu dez unidades da empresa, sendo que quatro já adotaram medidas para adaptações no processo de produção: Rio Verde e Mineiros (GO), Carambeí (PR) e Capinzal (SC).
Segundo apurado pelo Valor Econômico, a medida adotada pela UE também pode atingir um abatedouro da Seara, da JBS, além de frigoríficos de cooperativas. Uma fonte teria dito ao jornal que fábricas de mel, unidades produtoras de pescados e de carne bovina também podem ser atingidas pela barreira.
Ainda que fique restrito a três unidades da BRF , o embargo definitivo tem um peso grande, afinal, para reabilitá-las à exportação, o Mapa levaria mais de um ano, levando a BRF a perder espaço em um mercado que paga preços mais elevados. O principal produto enviado pelo Brasil à Europa é o peito de frango salgado, que serve de matéria-prima para a indústria de alimentos da região.
Segundo o Valor Econômico, a ideia é que o Comitê Permanente de Controle de Plantas, Animais, Alimentos e Condições de Importação da Comissão Europeia coloque essas possíveis barreiras às carnes brasileiras em votação nas próximas reuniões, marcadas para 18 e 19 de abril.
Ainda há a possibilidade de que as unidades da BRF sejam “deslistadas” antes disso. “Nosso serviço sanitário esteve há duas semanas por lá esclarecendo que as investigações da Operação Trapaça são anteriores à Carne Fraca“, explicou Maggi. Para fontes do governo, os europeus aproveitam o momento para adotar medidas protecionistas.
Com informações do Jornal Valor Econômico