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XXII Congresso APA é marcado por homenagens, debates estratégicos e alertas sanitários que definem os rumos da avicultura de postura no Brasil

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XXII Congresso APA é marcado por homenagens, debates estratégicos e alertas sanitários que definem os rumos da avicultura de postura no Brasil

 A 22ª edição do Congresso APA de Produção e Comercialização de Ovos reuniu as principais lideranças, empresas e profissionais da cadeia produtiva de ovos no país. O evento, a cada ano que passa, se consolida como um dos mais relevantes fóruns da avicultura de postura brasileira, trazendo uma programação intensa de debates técnicos, econômicos e sanitários.

A cerimônia de abertura foi marcada por homenagens emocionantes a grandes nomes do setor, como Luiz Matuguma e Edson Ishikawa, que receberam reconhecimento por suas contribuições à avicultura nacional. José Roberto Bottura, diretor técnico da APA e coordenador do evento, destacou o esforço da organização na escolha do novo espaço para o Congresso, oferecendo mais estrutura, conforto e tecnologia aos participantes. Gustavo Nagai, vice-presidente da APA, reforçou o papel estratégico do Brasil na segurança alimentar global e os desafios enfrentados pela cadeia, como a gripe aviária e a volatilidade de preços.

A programação do Congresso contou com uma análise aprofundada sobre o mercado global de grãos, conduzida por Maurício Nacif, diretor da Agroceres Multimix. O especialista abordou os efeitos da guerra na Ucrânia, o impacto da demanda por biodiesel na soja e as oscilações climáticas que desafiam a produção de milho e soja no Brasil. Nacif alertou sobre o déficit de armazenagem e as incertezas logísticas que limitam a competitividade do país, apesar de seu protagonismo nas exportações.

Outro tema de grande relevância discutido foi a Reforma Tributária e seus impactos diretos na produção de ovos. O painel trouxe perspectivas jurídicas e práticas com especialistas e produtores, apontando desafios na adaptação ao novo sistema tributário, que entrará em vigor em 2027. A tributação sobre o ovo líquido e o crédito de insumos foram temas centrais nas discussões.

A sanidade avícola também ganhou destaque no evento. O professor Oliveiro Caetano (UFMG) trouxe novas estratégias para o controle do Tifo Aviário, com ênfase em ferramentas genômicas e biosseguridade rigorosa. Daniela de Queiroz Baptista, do MAPA, alertou para o risco do novo clado da Influenza Aviária (2.3.3.4), que pode afetar seriamente a avicultura brasileira, reforçando a importância da vigilância contínua e do trabalho conjunto entre setor público e privado.

Bruno Pessamilio, consultor e ex-auditor do MAPA, foi categórico: “Sem plano de depopulação, não há como conter um surto de influenza aviária”. O especialista defendeu a criação de protocolos próprios pelas empresas para garantir agilidade no controle sanitário, com métodos eficientes e equipes treinadas.

Momento esperado da programação técnica, o painel sobre Laringotraqueíte reuniu especialistas da Ceva, Boehringer e MSD, destacando a eficácia de uma terceira dose da vacina vetorizada e os principais erros que ainda mantêm a doença ativa nas granjas. A analogia feita por Jorge Chacón resumiu bem o desafio: “Temos uma fera adormecida dentro da granja. Nosso trabalho é mantê-la quieta — e estar preparados caso ela acorde.”

Com intensa participação, o XXII Congresso APA reafirma seu papel como catalisador de debates e soluções para os grandes desafios da avicultura de postura no Brasil.

XXII Congresso APA é marcado por homenagens, debates estratégicos e alertas sanitários que definem os rumos da avicultura de postura no Brasil

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