Novo clado de Influenza Aviária pode ameaçar a avicultura nacional, alerta MAPA
Novo clado de Influenza Aviária pode ameaçar a avicultura nacional, alerta MAPA
Daniela de Queiroz Baptista, Coordenadora de Sanidade Avícola do MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), fez um alerta crucial sobre a Influenza Aviária e seus riscos para a avicultura brasileira.
Durante o segundo dia do XXII Congresso de Produção e Comercialização de Ovos da APA, Daniela de Queiroz Baptista, Coordenadora de Sanidade Avícola do MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), fez um alerta crucial sobre a Influenza Aviária e seus riscos para a avicultura brasileira. Ela abordou o impacto do novo clado do vírus, o 2.3.3.4, que tem alterado a dinâmica da doença, tornando-a mais difícil de controlar e potencialmente mais perigosa para a produção nacional.
- A principal preocupação destacada pela coordenadora do MAPA foi a mudança na epidemiologia da Influenza Aviária, que, nos últimos anos, tem se espalhado mais agressivamente. O novo clado, o 2.3.3.4, tem mostrado uma capacidade aumentada de infecção, afetando não apenas aves comerciais, mas também mamíferos.

“Esse novo clado representa uma pressão maior sobre as aves comerciais e tem mostrado maior capacidade de transmissão, o que torna a vigilância constante ainda mais crucial”, explicou Daniela. Ela ressaltou que, enquanto o Brasil continua livre de focos comerciais de Influenza Aviária desde 2016, a ameaça desse novo clado exige uma preparação contínua.
A chave para a prevenção
A coordenadora enfatizou a importância de uma vigilância ativa e passiva, destacando que a notificação precoce é um dos pilares para a contenção do vírus.
“A vigilância depende de todos vocês”, apelou Daniela aos profissionais e produtores presentes no evento. “Quanto mais rápido identificarmos os focos, mais eficazes seremos em controlar a propagação e minimizar os impactos econômicos e sociais”, completou.
Segundo ela, o Brasil possui um sistema robusto de vigilância, com a obrigatoriedade de notificação de qualquer suspeita, o que permite à autoridade sanitária agir rapidamente. A detecção precoce e a contenção rápida de qualquer surto é fundamental para evitar que o vírus se espalhe para áreas comerciais.
Outro ponto abordado por Daniela é o impacto socioeconômico que a Influenza Aviária pode causar à indústria avícola. Ela alertou que a disseminação do novo clado de Influenza Aviária pode afetar não apenas a produção interna, mas também as exportações do Brasil, caso outros países detectem a presença do vírus em território nacional.
“Além de afetar a produção de ovos e carne de frango, a doença pode levar a restrições comerciais, o que seria devastador para o setor”, afirmou. Ela exemplificou a situação nos Estados Unidos, onde a Influenza Aviária tem gerado surtos contínuos e forte impacto no mercado.
Setor Público e Privado
Daniela também ressaltou que, para combater eficazmente a Influenza Aviária, é necessário um trabalho conjunto entre o setor público e o privado. Segundo ela, a colaboração é essencial para aumentar a conscientização sobre a biosseguridade, reforçar a vigilância e garantir que as estratégias de controle sejam eficazes.
“Todos precisam se unir”, salientou. “Quando os setores público e privado trabalham juntos, conseguimos reduzir os riscos de um surto de Influenza Aviária afetar gravemente a avicultura”, completou.

- Ela sugeriu que o setor privado intensifique as ações de biosseguridade, com foco na prevenção em nível de granja, como a restrição de acesso, monitoramento constante e limpeza rigorosa. No contexto das medidas preventivas, Daniela destacou a importância de reforçar a biosseguridade dentro das granjas.
“O controle de movimento, a restrição de acesso e o monitoramento constante dentro das granjas são as primeiras linhas de defesa contra o vírus”, explicou. Ela também frisou que a biosseguridade deve ser mantida tanto em nível de núcleo quanto em nível de galpão, pois a contaminação pode ocorrer de diversas formas.
A coordenadora lembrou ainda que, apesar do Brasil estar livre de Influenza Aviária comercial desde 2016, o risco de entrada do vírus permanece devido à migração das aves silvestres. Portanto, é necessário manter uma vigilância ativa e uma resposta rápida a qualquer sinal de suspeita de infecção.
Preparação Contínua
Concluindo sua palestra, Daniela reforçou a importância da preparação contínua para lidar com possíveis surtos de Influenza Aviária e outras doenças avícolas. Ela alertou que o trabalho de vigilância e prevenção deve ser constante, sem nunca baixar a guarda, especialmente em um cenário de migração de aves e circulação de vírus ao redor do mundo.
“Prevenção é sempre mais barata do que o controle de um surto. Devemos estar sempre prontos para agir rapidamente caso um foco seja identificado”, concluiu Daniela, destacando que o Brasil deve permanecer vigilante para proteger tanto a saúde pública quanto a saúde animal.