Biosseguridade

A Biosseguridade na avicultura

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Beatriz Belloni

Beatriz Belloni

Sula Alves

Sula Alves

Tabatha Lacerda

Tabatha Lacerda

O cenário atual de surtos de Influenza Aviária (IA) em vários países demonstra cada vez mais a relevância das medidas de biosseguridade para as cadeias produtivas de aves. O Brasil é um dos poucos países do mundo que nunca registrou nenhum caso de IA, sendo essa uma doença exótica (nunca registrada) no país. Também não registramos casos confirmados da Doença de Newcastle desde 2006, quando notificou a presença em aves de subsistência.

Para manutenção desse status, faz-se necessário conhecer muito bem as enfermidades, como se disseminam e como enfrentá-las e controlá-las no caso de uma ocorrência.

A biosseguridade é pilar fundamental com relação às medidas preventivas. Prevenção é a chave do sucesso.

 

  • O QUE É BIOSSEGURIDADE?

Temos aprendido cada vez mais a importância do isolamento e do distanciamento para a prevenção de doenças. Nos procedimentos de biosseguridade das granjas não é diferente.

Quanto menor a circulação de pessoas e animais, quanto maior a higiene do ambiente e das pessoas que nele operam; quanto mais controlados os materiais que adentram a produção, menores são os riscos de introdução de doenças, sejam elas “silenciosas” ou não.

biosseguridade na avicultura

Isso porque não somente as doenças que claramente devastam os plantéis e levam a mortalidades dos animais trazem prejuízos à produção, como também doenças “invisíveis” que não levam o animal à morte, mas reduzem seu desempenho zootécnico, afetando negativamente a performance produtiva do animal ou até mesmo a saúde dos consumidores.

O Brasil é considerado um celeiro de alimentos para o mundo. Nossa responsabilidade vai além das nossas fronteiras. Elas vão de nossas granjas para a mesa de milhões de consumidores em mais de 150 países.

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Em geral, as medidas de biosseguridade em granjas requerem envolvimento de todos os elos da cadeia, e pode ser dividida didaticamente em biosseguridade interna e externa às granjas.

A biosseguridade externa evita que doenças inexistentes nos rebanhos entrem nas granjas, enquanto a interna evita que as enfermidades existentes nas granjas se disseminem pelo plantel

As medidas de biosseguridade resumidamente consistem em:

Isso quer dizer que tudo que entra e sai do sistema produtivo deve ser minuciosamente controlado, monitorado, mensurado e registrado. Os procedimentos para cada etapa de produção devem ser bem escritos, revisados com frequência e os registros estudados para melhoria contínua.

Uma parte importante a ser sempre considerada com mais atenção, é o trânsito de pessoas, e para dar suporte técnico e base aos procedimentos internos de cada empresa, a ABPA disponibiliza material com relação ao tema:

 

A ABPA possui um Manual de Biosseguridade para aves e suínos, que consiste em um documento orientativo. São diretrizes e recomendações que as empresas podem utilizar para compor, definir e implementar em seus requisitos de biosseguridade, a serem cumpridos como rotina do estabelecimento.

Os manuais são amplamente divulgados pela ABPA e seus associados para diversos fins, como em missões internacionais das quais, através do MAPA, as autoridades dos países importadores têm acesso ao documento no prelúdio das visitas in loco. Os manuais trazem informações relativas ao trânsito de pessoas, informações gerais de biosseguridade, bem como um modelo de ficha para controle de visitantes.

biosseguridade na aviculturaO trabalho de comunicação em relação às orientações contidas nos manuais disponibilizados também em espanhol, inglês e atualizados anualmente, são reforçadas constantemente, de forma a prevenir a entrada e a propagação de doenças no plantel, sobretudo aquelas que não temos e que geram grandes impactos econômicos e sociais, como a Influenza Aviária (IA) e Peste Suína Africana (PSA) que são doenças de notificação imediata à OIE.

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Está em revisão, tramitando para publicação, o Plano de Vigilância de Influenza Aviária e Doença de Newcastle sob responsabilidade da Coordenação Geral de Planejamento e Avaliação Zoosanitária (CGPZ/CGSA/MAPA) que terá como objetivos principais:

 

Essa ação de vigilância deverá abordar de forma mais representativa e viável possível às populações de aves, considerando o direcionamento de esforços e recursos na priorização daquelas categorias que apresentem maior risco de ocorrência das doenças-alvo.

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O plano deverá ser financiado pelos diversos entes interessados nas informações que subsidiarão ações mais rápidas em emergências, banco de dados importantes para o setor e robustez às certificações de comércio internacional.

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Pensando na importância da prevenção e do engajamento dos diferentes atores da cadeia, a ABPA instituiu o Grupo Especial de Prevenção da Influenza Aviária (GEPIA) que trata da gestão de prevenção e crise e segue trabalhando incessantemente nas campanhas para prevenção e na rápida resposta em caso de ocorrência.

Foram realizados:

Outro ponto importante em discussão com acompanhamento setorial é o interesse dos mercados na utilização de vacinas, uma vez que a Europa já não tem conseguido lidar com os surtos e a França optou pela vacinação, prevista para início ainda em 2022.

As campanhas de prevenção seguem sendo amplamente divulgadas, com materiais como folders e vídeos disponíveis, sempre em destaque nas redes sociais e websites da ABPA.

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Cabe ressaltar que a manutenção do status sanitário é responsabilidade de todos. A notificação de caso suspeito de Influenza Aviária e Doença de Newcastle é obrigatória e deve receber atendimento do Serviço Veterinário Oficial para descartar ou confirmar a ocorrência.

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A Instrução Normativa No 50 de 23 de setembro de 2013, lista estas e outras doenças passíveis da aplicação de medidas de defesa sanitária animal e deve ser ponto de atenção constante de todos os envolvidos nos processos produtivos.

Trabalhar incessantemente nas medidas de biosseguridade é ajudar o Brasil a manter os plantéis saudáveis, as pessoas alimentadas e os sistemas produtivos rentáveis.

 

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