“Realizamos levantamento em outros estados e o Rio Grande do Sul é a única unidade da federação que permanece com bloqueios neste nível”, afirma o presidente do Fundesa, Rogério Kerber. Conforme o dirigente, este tipo de situação, além dos prejuízos econômicos imediatos, com a suspensão dos abates e não-cumprimento de contratos, faz com que as empresas acabem desistindo de investir do Rio Grande do Sul.
Abate avícola pode ser interrompido no RS
Caminhoneiros protestam contra o aumento no preço dos combustíveis
O abate avícola pode ser interrompido essa semana no Rio Grande do Sul caso o bloqueio de rodovias não seja cessado em 24 horas. A informação foi passada hoje ao aviNews Brasil, pela assessoria de imprensa do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa).
O estado exporta diariamente 2 mil toneladas de carnes de aves. Segundo o diretor executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, existem empresas com estoques no limite. De qualquer forma há a intenção de direcionar entre 50% e 70% deste volume diário para os portos catarinenses de Itajaí e imbituba, o que implica em aumento do custo.
Os caminhoneiros protestam contra o aumento no preço dos combustíveis, por um regime de aposentadoria especial, mais segurança nas rodovias e pedem a criação de um piso para o valor do frete. Segundo informações, para alguns caminhoneiros, o aumento do combustível chega a se refletir num acréscimo de R$ 3 mil a R$ 3,5 mil para dois caminhões.
O presidente Michel Temer assinou um decreto no último dia 20/7, aumentando as alíquotas de PIS/Cofins até o teto permitido. Em alguns casos, a medida se reflete num aumento de 11,78% no preço da gasolina, 7,25%, do diesel e 0,45% no etanol.
Rogério Kerber afirma que ainda não é possível estimar os prejuízos aos setores, mas afirma que são crescentes. Ele questiona o motivo do não cumprimento da decisão judicial, que obrigou a desocupação de uma das vias bloqueadas.
“O princípio ‘decisão judicial não se discute, se cumpre’, não é mais considerado”, lamenta. “Isso é seríssimo, pois vai prejudicar o estado a longo prazo”, completa. Kerber afirma ainda que o ponto mais crítico no estado fica em Pelotas, onde existe, inclusive, o apedrejamento de caminhões e outros veículos. As indústrias mais afetadas são as exportadoras de carne de aves e suínos.
O diretor da Asgav lembra que o impacto para o estado gaúcho é mais danoso e de maior evidência, pois existe um único Porto (Rio Grande) que escoa a produção do agro. “No RS já temos limitação de portos, estradas precárias e agora alto custo de combustíveis. E ainda recai sobre o agronegócio o impacto negativo deste protesto/greve”, afirma José Eduardo dos Santos.
Com informações da Assessoria de Imprensa do Fundesa