“Prevaleceu o bom senso na decisão da Camex, especialmente pelo fato do setor de aço estar, atualmente, em um momento diferente daquele em que foi solicitada a investigação”, analisa Turra. O presidente-executivo da ABPA afirma que fontes do setor na Ásia garantem que a possibilidade da sobretaxa aos laminados de aço foi determinante para o início da investigação.
ABPA comemora decisão da Camex de não sobretaxar aço chinês
Para ABPA decisão deve influenciar positivamente as negociações entre brasileiros e chineses nas investigações em curso pelo Governo do país asiático contra as exportações de carne de frango do Brasil.
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A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) recebeu com otimismo a informação sobre a decisão da Câmara de Comércio de Exterior (Camex) de não sobretaxar os laminados de aço “prensados a quente” importados da China e da Rússia, como medida antidumping.
De acordo com o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, a decisão deve influenciar positivamente as negociações entre brasileiros e chineses nas investigações em curso pelo Governo do país asiático contra as exportações de carne de frango do Brasil.
Iniciada em agosto de 2017, a investigação contra os exportadores de carne de frango partiu da acusação apresentada por produtores de aves chineses, de que o Brasil estaria praticando preços abaixo do mercado. Desde o início a ABPA rechaça a denúncia e afirma que o Brasil respeita os regulamentos da Organização Mundial do Comércio.
“Não há nexo causal entre as exportações brasileiras e qualquer eventual situação mercadológica local”, ressalta Turra. “Vamos explicitar todos os pontos e reiterar às autoridades que o Brasil deseja seguir como um parceiro sólido e altamente confiável pela segurança alimentar da China, mantendo os atuais níveis de exportação”, completa.
Em 2017, a China foi responsável pelas importações de 9,2% do total de carne de frango embarcadas pelo Brasil, e de 7,1% das exportações de carne suína. O país foi destino de 391 mil toneladas de aves e de 48,9 mil toneladas de carne suína que, juntas, geraram US$ 861 milhões em divisas para a balança comercial brasileira.
Decisão da CAMEX
A Camex confirmou que barrou, na última quinta-feira (18/1), a aplicação de medidas antidumping na compra de laminados de aço a quente de empresas chinesas e russas. Em nota, a Câmara ressaltou que a suspensão do direito é uma “medida de exceção” definida após análise de seu impacto na economia nacional e que poderá ser revertida no futuro, com base no monitoramento das importações.
O site Broadcast divulgou que apenas o Ministério da indústria, Comércio Exterior Exterior e Serviços (MDIC) defendeu a aplicação imediata da medida, sendo que os outros sete ministérios que compõe a Camex foram contrários, seguindo posição defendida em público pelos Ministérios da Fazenda e Agricultura.
“Fica suspensa a aplicação do direito antidumping e o mercado será observado. Havendo a volta das práticas desleais, o governo brasileiro poderá aplicar a medida”, declarou o Ministro à imprensa após a reunião da Camex. “A mensagem é que não haverá tolerância com o dumping”.
Com informações da Assessoria de Imprensa da ABPA e do site Broadcast