Participaram da criação do Comitê o presidente da CNA, João Martins, o diretor da ABPA, Ariel Mendes, o presidente e o vice da Faesc, José Zeferino Pedrozo e Enori Barbieri, o diretor de agropecuária da Aurora Alimentos, Marcos Antônio Zordan, o gerente da BRF, Hugo Urso, o diretor executivo do Sindicarne/Acav, Ricardo de Gouvêa, e os superintendentes da CNA, Bruno Barcelos Lucchi (técnico) e Lígia Dutra (relações internacionais).
ABPA e CNA formam comitê de gestão de crise do mercado de carnes
A ABPA (Associação Brasileira da Proteína Animal) e a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) irão constituir um Comitê […]
A ABPA (Associação Brasileira da Proteína Animal) e a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) irão constituir um Comitê de Gestão de Crise para acompanhar os problemas enfrentados pelo mercado das carnes de frango e suína. A iniciativa é inédita no Brasil e foi decidida nesta terça-feira (8/5), em reunião realizada em Chapecó (SC).
A decisão se deve às dificuldades que vêm sendo enfrentadas pelas empresas do setor desde o ano passado, quando foi deflagrada, pela Polícia Federal, a primeira fase da Operação Carne Fraca. Desde então, o setor avícola vem enfrentando problemas como o embargo da UE à importação da carne brasileira e a discussão na Arábia Saudita sobre a eliminação do processo de insensibilização no abate halal.
No setor da carne suína, a Rússia, que representava um grande comprador de produtos do produto brasileiro, suspendeu as importações. Nesse momento não há previsão de retomada desses mercados. Simultaneamente, os altos preços do milho – principal insumo da cadeia – estão encarecendo a produção de aves e suínos, cujo rebanho somente de frangos é de cerca de 520 milhões de aves.

A preocupação do Comitê é assegurar a sustentabilidade da vasta cadeia produtiva de carnes, o emprego dos trabalhadores nas indústrias e a viabilidade dos produtores rurais integrados. Com base nisso, a pauta do grupo será permeada pelos temas: a imagem dos produtos cárneos brasileiros no exterior; a flexibilização dos financiamentos pelos bancos oficiais e privados; o suprimento de milho e a comunicação social.
“Precisamos estabelecer um pacto do tipo ganha-ganha entre produtor e indústria para que todos sejam adequadamente remunerados e para que, em situação de crise, todos suportem, de modo proporcional, as dificuldades”, disse o presidente da CNA, João Martins da Silva Júnior.
O diretor da ABPA, Ariel Mendes, observou que é necessário reagir de forma articulada para evitar a perda de mercados duramente conquistados pelo Brasil.
Europa e Ásia são os primeiros continentes que serão alvos de ações de recuperação de mercado.
O presidente da Faesc (Federação da Agricultura e Pecuária), José Zeferino Pedrozo, defende uma atuação mais agressiva da diplomacia brasileira em defesa dos produtos nos grandes mercados mundiais.
“Os prejuízos do primeiro trimestre de 2018 passam de meio bilhão de reais em face da queda das vendas de carne de frango (queda de 6% ou 59,7 mil toneladas) e de carne suína (recuo de 13% ou 23,3 mil toneladas)”, observa o presidente da Faesc. “Esperamos, no futuro, uma diplomacia competente para sustentar negociações comerciais mais eficazes e evitar situações como essas”, completa.
O diretor executivo da ACAV (Associação Catarinense de Avicultura) e do Sindicarne (Sindicato das Indústrias da Carne), Ricardo de Gouvêa, lembra que o frango vive seu pior cenário por duas causas não-mercadológicas: o consumo reduzido em face da perda de mercados e custo de produção elevado em face da baixa oferta do milho. Grande parte da produção destinada à exportação acabou permanecendo no mercado doméstico, criando expectativa de super oferta, enquanto a capacidade de armazenagem à frio, própria e de terceiros, está se esgotando.
Na próxima terça-feira (15/5) o Comitê estará reunido para colocar em andamento as primeiras medidas.
Com informações da MB Comunicação Empresarial