“As indústrias brasileiras e catarinenses de carnes, notadamente as de aves e suínos, adotam o que há de mais avançado em máquinas, equipamentos, processos e recursos tecnológicos, assegurando alimentos cárneos confiáveis e de alta qualidade”, destaca a nota.
ACAV: decisão da UE deve reduzir drasticamente produção avícola
ACAV e SINDICARNE estão de acordo com a avaliação da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), de que a decisão da UE é balizada por interesses econômicos
Em nota divulgada à imprensa na última sexta-feira (20/4), a Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e o Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (SINDICARNE), alertam que a decisão da União Europeia (UE) poderá afetar drasticamente a avicultura catarinense.
A manifestação das entidades se deu um dia depois de os Estados-membros da UE decidirem, por unanimidade, proibir as importações de produtos cárneos, principalmente aves, de 20 estabelecimentos brasileiros autorizados a exportar para o bloco europeu.
A ACAV e o SINDICARNE alertam que, se a UE não revogar a “equivocada decisão”, “será inevitável a redução do tamanho da cadeia produtiva, com demissões massivas, desativação de plantas e granjas e drástica redução da produção, prejudicando produtores integrados, transportadores e milhares de agentes econômicos vinculados à avicultura catarinense”.
A nota destaca que a indústria brasileira de carne, em especial a indústria catarinense, atingiu elevado nível de segurança e qualidade nas últimas décadas. Segundo as entidades, os padrões de biosseguridade, os avanços genéticos e a atenção à sanidade e ao manejo fizeram da produção agropecuária brasileira uma das mais seguras de todas as cadeias produtivas.
A ACAV e o SINDICARNE avaliam que foram exatamente essas características que permitiram à agroindústria brasileira e catarinense exportar carne para mais de 160 países, entre os quais, os mais exigentes do planeta em termos de qualidade e sanidade.
Santa Catarina é o maior exportador de carne de aves do Brasil, mantendo uma cadeia produtiva que envolve mais de 60 mil trabalhadores nas agroindústrias e 10 mil produtores rurais no campo, representando um VBP (valor bruto de produção) de R$ 6,2 bilhões por ano.
“Afiguram-se, portanto, infundadas e inaceitáveis as alegações da Comunidade Europeia segundo as quais as motivações do embargo das indústrias brasileiras seriam de ordem sanitária, especialmente porque o Brasil cumpre rigorosamente as regras estabelecidas pelo Acordo de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da Organização Mundial do Comércio (OMC)”, destaca a nota.
As entidades estão de acordo com a avaliação da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), de que a decisão da UE é balizada por interesses econômicos. “A própria autoridade sanitária europeia se contradiz ao posicionar que, se o Brasil pagar sobretaxa de 1.024 euros por tonelada e embarcar o produto como carne in natura, as importações seriam retomadas sem problemas“, salienta o documento.
A ACAV e o SINDICARNE aprovam a iniciativa da ABPA e do Ministério da Agricultura em pedir a abertura de painel contra a UE na OMC. “Esse será o foro adequado para se questionar os critérios determinados para os embarques de produtos salgados (com apenas 1,2% de sal adicionado), que são obrigados a cumprir critérios de análises para mais de 2,6 mil tipos de Salmonella – as quais não são nocivas à saúde humana – enquanto para o produto estritamente in natura (sem sal adicionado) são exigidos apenas análises para dois tipos de Salmonella“, conclui a nota.
Com informações da Assessoria de Imprensa da ACAV e SINDICARNE