27 maio 2018

Agrovet apresenta: importância dos desinfetantes na avicultura

A desinfecção, como parte da biosseguridade, é uma arma eficaz na luta contra as doenças aviárias.

A prevenção e controle das doenças infecciosas na indústria avícola é de grande importância. Assim, existe uma série de protocolos de biosseguridade que ajudam a reduzir o número de patógenos que adentra as granjas e plantas de incubação. Isso envolve diversos manejos como: higiene, limpeza, ordem, disciplina, manejo ambiental, controle de pragas e outras ações preventivas como a vacinação.

A desinfecção é o processo pelo qual se destroi ou inativa, dentro de um tempo determinado, a presença de micro-organismos patógenos que possam estar presentes (Sumano et al., 2015).

No caso do manejo de ovos, os produtores devem garantir a qualidade do produto em questão, razão pela qual optam por realizar uma série de práticas sanitárias, incluindo a desinfecção, com o objetivo de diminuir a carga bacteriana que se encontre ligada à superfície da casca e reduzir a contaminação interna do ovo (Cantor, 2015).

Para realizar o processo de desinfecção são utilizadas diferentes substâncias químicas, conhecidas como desinfetantes. Eles atuam sobre os micro-organismos e seus processos celulares vitais, controlando sua multiplicação ou eliminando o agente (Kahrs, 1995; Sumano et al., 2015). Esse deve ser capaz de demonstrar sua efetividade contra patógenos determinados, sendo o mais específico possível em sua aplicação, de maneira que um produtor possa eleger a melhor opção a utilizar (Kennedy et al., 2000).

Existem vários grupos de desinfetantes, sendo classificados por suas características moleculares ou sua ação. Os principais desinfetantes usados na medicina veterinária são os seguintes: ácido clorídrico, ácido acético, ácido cítrico, álcoois, aldeídos, álcalis, biguanidas, halógenos, agentes oxidantes, compostos fenólicos e amônios quaternários (Sumano et al., 2015).

Os amônios quaternários representam uma família de compostos antimicrobianos considerados como agentes ativos catiônicos potentes quanto à sua atividade desinfetante, já que são ativos para eliminar bactérias gram positivas e gram negativas, ainda que essas últimas em menor grau, assim como fungos e vírus (Sumano et al., 2015). Age desnaturalizando as proteínas dos micro-organismos ao modificar sua estrutura química, diminuindo a tensão superficial e aumentando a permeabilidade celular, produzindo lise na célula (Sumano e Gutiérrez, 2010; Sumano et al., 2015).

Entre os amônios quaternários temos o Cloreto de Benzalconio que é de primeira geração, ativo contra bactérias Gram positivas, com ação bacteriostática em doses baixas e bactericida em doses altas (Sumano e Gutiérrez, 2010).  Também temos o Cloreto de Didecil dimetil amônio que é um amônio quaternário de quarta geração, tem atividade germicida superior, não produz espuma e apresenta alta tolerância às cargas de proteína e a água dura (Sumano et al., 2015).

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Os aldeídos são uma classe de compostos orgânicos que resultam da oxidação simples dos álcoois (Neuman, 2013). Agem a partir da alquilação dos grupos químicos das proteínas e ácidos nucleicos das bactérias, vírus e fungos (Sánchez e Sáenz, 2005). Um dos mais usados na desinfecção é o Glutaraldeído, que age sobre a parede celular, ao nível das pontes cruzadas do peptidoglicano. É utilizado para a desinfecção de superfícies, é mais potente e menos tóxico que o formaldeído, não sendo corrosivo para metais e outros materiais (Russell e Hopwood, 1976; Sánchez e Sáenz, 2005).

Os álcoois são compostos orgânicos da água que agem destruindo a membrana celular e desnaturalizando as proteínas. Possuem ação rápida e amplo espectro, agindo sobre bactérias gram positivas e gram negativas, incluindo micobactérias, fungos e vírus (Sumano et al., 2015; Diomendi et al.; 2017). Os álcoois associados a outros produtos, como amônios quaternários, têm adicionado o modo de ação característico desses compostos, potencializando-os (Arévalo et al., 2000). Os álcoois habitualmente usados são o etanol e o isopropílico. O álcool isopropílico tem poder desinfetante superior ao do etanol, além disso, é menos volátil e menos corrosivo sobre os objetos metálicos (González, 2003).

Atualmente são muitos os que reconhecem as vantagens da combinação de produtos químicos para realizar desinfecções, já que se pode produzir uma sinergia destes. As razões para sinergizar um desinfetante podem ser as seguintes: ampliação do espectro antibacteriano, redução das propriedades tóxicas ou agressivas de cada desinfetante, conseguir maior persistência na superfície tratada, potencialização do efeito próprio de cada componente, menor tempo em sua biodegradação, maior rendimento por metro quadrado de superfície tratada, evitar problemas de corrosão e odores agressivos, variando aspectos econômicos (Zaldivar, 2014).

Diferentes autores obtiveram melhores resultados combinando produtos desinfetantes, que usando-os separadamente, observando que as vantagens das combinações se deve a seu efeito sinérgico. Assim, apresentam maior ação contra os micro-organismos e o início de sua atividade antimicrobiana em menor tempo, diferentemente de quando os desinfetantes são usados separadamente (Rodríguez et al., 2010; Gutiérrez-Martín et al., 2011; Singh et al., 2012; Chinedul et al., 2014; Mor et al., 2015).

Sobre a eficácia, os controles químicos e bacteriológicos para avaliar a qualidade das desinfecções preventivas são indispensáveis, sendo necessário que sejam o mais extensos possíveis e que utilizem métodos precisos. O controle bacteriológico da desinfecção, ainda que seja um método trabalhoso e custoso, é de muita confiança; somente com essa forma de verificação é possível comprovar objetivamente a eficiência final da desinfecção (Cepero et al., 2007).

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