06 jun 2018

Alta de preço dos grãos e frete mínimo preocupam ABPA

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A forte alta dos preços do milho e da soja e o estabelecimento da tabela de frete mínimo podem dificultar a recuperação do setor avícola e suinícola após impacto da paralisação dos caminhoneiros, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).

Conforme os últimos números consolidados pela entidade junto aos seus associados, a paralisação gerou impactos totais de R$ 3,150 bilhões ao setor produtor e exportador de aves, suínos, ovos e material genético.

"A elevação dos custos produtivos devido à forte alta dos preços do milho e da soja, oneravam a produção de proteínas antes da greve dos caminhoneiros", cita a nota enviada pela ABPA. Segundo o indicador ESALQ/BM&FBovespa, entre 25/5 e 1º de junho, o milho subiu 3,75%, indo a R$ 45,89/saca de 60 kg, sendo que entre 30/4 e 30/5, o aumento foi de 15,46%.

Quanto ao estabelecimento da tabela de frete mínimo, a entidade observa que a avicultura e a suinocultura serão fortemente impactadas pelos novos custos logísticos, considerando que fazem uso rodoviário intensivo, com transporte de animais vivos, ração, insumos e outros. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) divulgou uma tabela com preços mínimos referentes ao quilômetro rodado na realização de fretes por eixo carregado no último dia 30/5.

A fixação de uma tabela de frete foi uma das exigências dos caminhoneiros na paralisação deflagrada no dia 20/5. As tabelas têm caráter obrigatório para o mercado de fretes do país e foram elaboradas em conformidade com as especificidades das cargas e estão divididas em: carga geral, a granel, frigorificada, perigosa e neogranel.

Retomada das atividades

 

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Segundo a ABPA, todas as 167 unidades frigoríficas que haviam suspendido a produção durante a paralisação dos caminhoneiros, retomaram as atividades nesta semana. Apesar das perdas de animais registradas, o reinício do fluxo de ração no campo evitou que um plantel de cerca de 1 bilhão de cabeças continuasse em risco.

A entidade voltou a ressaltar que a reorganização da cadeia produtiva e da distribuição de produtos após a suspensão das atividades durante a greve gerará custos extras ao setor. "Em outras palavras, até que se restabeleça toda a sistemática setorial, ficará mais caro às indústrias produzir cada quilo de carnes e cada unidade de ovo", informa a nota.

No último dia 29/5, a ABPA divulgou que a previsão é de que a produção de carne de aves e suínos no Brasil deverá ficar 30% mais cara após os impactos da paralisação dos caminhoneiros. A previsão da ABPA se baseia na menor oferta de produtos, possível alta nos insumos para a produção industrial, manutenção da mesma carga tributária e do mesmo custo operacional.

Segundo a Associação, haverá a necessidade de aumento da oferta de linhas de crédito para a manutenção da retomada da cadeia agroindustrial.  Em entrevista no dia 29/5, o ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) admitiu que o Ministério poderá atender necessidade de crédito dos produtores de aves que tiveram prejuízo com a greve dos caminhoneiros através do Plano Agrícola e Pecuário (PAP).

"Mesmo com todos os desafios que estão em pauta e com a natural queda da oferta de produtos decorrentes da greve, a avicultura e a suinocultura continuam comprometidas com o restabelecimento do fluxo de alimentos e com a segurança alimentar da população brasileira", conclui a ABPA.

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