Alternativas de cereais para substituição parcial do milho na ração de aves
Os dois maiores produtores mundiais de alimentos são a China e os EUA. O Brasil é o terceiro maior produtor e o segundo maior exportador mundial de alimentos. Conforme relatório da Food and Agriculture Organization – FAO (2009), embora o país seja o quarto maior produtor de grãos do mundo, é o segundo maior exportador, participando com 19% do mercado global.
Segundo o documento, para atender a demanda mundial de alimento nas próximas décadas, os países produtores necessitam aumentar em 20% a sua produção e o Brasil necessita um incremento de 40%.
Consoante ao desafio, o ex-ministro da agricultura e então presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra afirmou que “Em proteína animal, o Brasil é o país do futuro”. Embora a afirmação seja verdadeira, acendeu uma preocupação do setor o fato de “depositar os ovos em uma só cesta”, ou seja, dependência excessiva do milho sem buscar outras alternativas, como recomenda o planejamento estratégico.
Afinal, a crise de abastecimento do milho mostra-se cíclica, sendo as mais impactantes aquelas ocorridas em 2002, 2008 e a atual. Nos últimos dois anos o preço médio do milho chegou a quase R$ 100,00 e a situação grave pode piorar com:
redução da oferta de milho pela Ucrânia,
conflitos internacionais,
preço do petróleo e exportação do produto.
Há ainda o risco local, uma vez que a maior parte do milho produzido é baseada no “milho safrinha” e este ano foi plantado fora da janela ideal, ou seja, está sob-risco de geadas e déficit hídrico, conforme a região.
De modo geral, o quesito alimentação abrange mais da metade do custo de produção que move a indústria de proteína animal. Ou seja, os núcleos e concentrados representam mais da metade do custo da alimentação de aves, suínos e bovinos.
O milho, como fonte de energia, é a principal base dos ingredientes das rações. Em razão disso, a vulnerabilidade da cadeia de proteína animal pode ser agravada uma vez que depende excessivamente da produção do “milho safrinha”, cuja atividade agronômica é passível a riscos climáticos como estiagens, geadas e chuvas na colheita.
Por outro lado, o crescente mercado de exportação do milho e o virtuoso crescimento da indústria de etanol também competem com a demanda do cereal. Embora uma tonelada de milho gere cerca de 300 kg de DDG (grãos secos de destilaria) de excelente teor proteico, a indústria avícola não seria beneficiad...