22 ago 2017

Bolívia: Governo e avicultores pactuam ajuste na produção de frangos

Finalmente, o governo e os avicultores chegam a um acordo sobre um planejamento da produção de carne de frango, após crise setorial.

Diante das grandes perdas do setor avícola boliviano, os produtores solicitaram uma reunião com o governo para melhorar o preço da carne de frango. Finalmente, o encontro aconteceu em 21 de julho, em Santa Cruz de la Sierra, com a participação de autoridades do Ministério de Desenvolvimento Produtivo e Economia Plural e do Ministério do Desenvolvimento Rural e Terras com as associações de avicultores do país.

Nesta reunião foi acordado o planejamento da produção com um máximo de 16,5 milhões de frangos mensais e o registro das granjas avícolas, para que os pintos de um dia sigam apenas para os estabelecimentos registrados pelo SENASAG.

O presidente da Associação Nacional de Avicultores (ANA), Ricardo Alandia, informou que foi acordado reduzir em 20% a produção de frangos para diminuir a sobreoferta e nivelar o preço, o que significa que a produção cairá de 20 milhões de frangos mensais para 16,5 milhões.

O representante dos avicultores explicou à imprensa que à produção de 16 milhões de frangos ao mês, se adicionará uma margem de 3%. Ainda que seja uma diminuição considerável, alertou que não afetará o abastecimento, já que o país consome apenas 14 milhões de frangos mensalmente.

A partir de agora, o setor avícola e os Ministérios de Desenvolvimento Produtivo e Desenvolvimento Rural realizarão um monitoramento mensal, através de reuniões técnicas, para estabilizar o preço do frango ao produtor, com um pico de 16,5 milhões de frango ao mês.

Além disso, o setor acordou adotar o uso das guias de transporte de aves, porém, somente das incubadoras até as granjas e, posteriormente, se complementará este sistema de controle das granjas até os abatedouros.

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O líder do setor afirmou que 80% das granjas do país contam com sua respectiva autorização e que as outras 20% são as que deverão adequar-se à norma para retomar a atividade, o que implicará um tempo aproximado de três meses. Também destacou que estas granjas não abandonarão a atividade porque contam com investimentos em infraestrutura.

Sobre o segundo ponto do registro de granjas, os avicultores vêem um avanço importante, porque o SENASAG já tem registrado 80% das prorpriedades avícolas em nível nacional e os 20% restantes devem fazê-lo para poder continuar trabalhando.

“Acreditamos que o controle das granjas registradas será possível com a guia de transporte de aves, que deve ser aprovada pelo SENASAG com as observações do setor avícola”, afirmou o presidente da ANA, acrescentando que as granjas sem registro do ente sanitário não receberão pintos de um dia.

Expôs também que o plano foi consensuado com as incubadoras que fornecem pintos de um dia, quem também têm registrado perdas econômicas pela crise que atinge todo o setor. E acrescentou que as incubadoras registram uma redução em seus pedidos de cerca de 5% como consequência da descapitalização de seus clientes.

Por outro lado, o presidente da Associação de Avicultores Parrilleros (Avipar), comentou que também foi fixado um preço base para os produtores, para a comercialização do quilo de frango, segundo o impresso boliviano LEO. “Nós produtores teremos que receber Bs 8,65 (US$1,25) pelo quilo de frango comercializado e o consumidor final terá que pagar um máximo de Bs 12 (US$1,73) pelo quilo”, ressaltou o representante da Avipar.

Outro dos temas pendentes do setor é trabalhar em conjunto com o governo para baixar os custos de produção na compra de insumos de milho. O presidente de ANA considera lamentável que a Empresa de Apoio à Produção de Alimentos (EMAPA) lhes venda 50kg de milho a Bs 70(US$10,12), quando no mercado se cotiza em Bs 68(US$9,83), embora na última sexta-feira o milho tenha registrado uma queda para Bs 50 (US$7,23).

Os avicultores estimam que, com este mecanismo de redução de produção de frango, o setor avícola poderá sair da crise na qual se encontra desde o final de 2016, com receita menor que o custo de produção da carne de frango, o que representou perdas de US$20 milhões mensais.

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