Brasil: Avanços na compartimentação do setor avícola
Brasil concluirá a etapa de adequação de documentos para a compartimentação do setor avícola em novembro de 2017, tanto para a influenza aviária como para a enfermidade de Newcastle.
Com este projeto de compartimentação desenhado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) , o setor avícola de São Paulo deverá ser mais eficaz na detecção e combate a eventuais problemas de sanidade e, no caso de surgimento ou surto destas doenças, os estabelecimentos avícolas que estão seguindo as medidas de controle e biossegurança serão considerados livres para produzir e comercializar seus produtos. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) se encarregará de auditar, inspecionar e certificar os estabelecimentos depois da adoção das medidas preventivas. O reconhecimento será realizado em toda a cadeia de produção, desde a granja de reprodução, centro de incubação, granjas de corte e de postura, matadouros, fábricas de alimentos balanceados e de materiais para cama avícola.
O secretário Arnaldo Jardim diz: "Buscando um acordo entre o Ministério, a Secretaria e as empresas, o establecimento desta meta é muito importante para trazer mais qualidade ao processo de obtenção da compartimentação. Assegurar a biossegurança no setor é uma das diretrizes do governador".
Integração setorial É necessário aproveitar a integração do setor de São Paulo para reduzir os processos burocráticos, segundo Francisco Jardim. Além disso, o superintendente do MAPA precisou: "Queremos fomentar a participação do setor produtivo em algumas decisões para efetuar uma mudança de paradigmas da atividade. Este Estado foi pioneiro na compartimentação e temos que incentivar o diálogo, verificar os gargalos, de forma que São Paulo continue sendo o grande líder da agroindústria".
Experiência em certificação Durante a reunião, o gerente de Qualidade, Serviços Veterinários e Laboratório da Cobb-Vantres, Leonardo Sestak, apresentou a experiência da empresa para obter a primeira certificação, em novembro de 2016, aos representantes das empresas de genética. O representante da companhia explicou que "este projeto nasceu da associação da indústria com o MAPA e a ABPA e queremos mostrar quais foram as dificuldades que superamos no desenvolvimento de documentos do Procedimento Operacional Padrão (POP) de biossegurança, item de controle, equipamentos de gestão e veículos exclusivos".
Para o coordenador da Defesa Agropecuária do estado, Fernando Gomes Buchala, é necessário ter um compromisso protocolar para iniciar o processo, já que no caso de um suto no país, o primeiro requisito para a exportação estará relacionado com o cumprimento da Instrução Normativa. Ele ressaltou que "se trata de uma ilha de excelência dentro de uma área territorial onde já existe um estado sanitário conhecido, um aspecto positivo para o avanço da agricultura brasileira".
Manter a certificação A manutenção da certificação implica um trabalho conjunto entre o Serviço Veterinário Oficial (SVO) e as empresas que realizam as auditorias anuais, segundo explicou o coordenador do Programa Estatal para a Sanidade Avícola da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), Luciano Lagatta. "A própria empresa deve efetuar as auditorias internas, porém, em conjunto com a CDA, se faz um cadastro dos estabelecimentos que têm aves e porcos de subsistência no entorno de um quilômetro das unidades a serem compartimentadas. Cada seis meses, é necessário coletar materiais para submeter a exames as aves que vivem nestes lugares, e logo são remetidos ao Laboratório Nacional de Agropecuária (LANAGRO). Estes documentos são necessários para a renovação do certificado emitido pelo MAPA, que tem validade de dois anos”.
O presidente da APA, Erico Pozzer afirmou que o processo requer muito trabalho por parte do governo e do setor produtivo, por isso ele salientou a necessidade de reforçar os controles fronteiriços no país. "A grande preocupação é o eixo que São Paulo tem o maior plantel de aves poedeiras do país. Devemos ter cuidado não só com as aves migratórias, mas também com as "pessoas migratórias", não permitindo as visitas às granjas e promovendo rígidos controles nos portos e aeroportos, para evitar a contaminação".
Também assistiram à reunião, a analista técnica da ABPA, Maia Burmeister; o presidente da Aviagen América Latina, Ivan Lauandos e o gerente de Serviços Veterinários, Eduardo Lima; o diretor técnico da APA, José Roberto Bottura; o diretor de Agricultura, porcos e aves da JBS, Mario Sergio Assayag; o diretor da Hy-Line Brasil, Tiago Lourenço; o diretor de área da ISA Hendrix Sudamérica, Marco Aurélio Almeida; o gerente de Reprodutoras da BRF, Ivan Antonio Peruzzo; e Andrea Moura, fiscal federal agropecuária da SFA/ SP.