"A China necessitará cobrir esse vácuo e não há carne suína suficiente no mundo para isso", explica o diretor-executivo da ABPA, Ricardo, Santin. "Então, esse é um espaço que deverá ser ocupado pelas carnes bovina e de aves", completa.
Brasil 500k: país quer exportar 25% mais carnes de frango e suíno até 2020
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Através do projeto 500K, o Brasil pretende aumentar em 25% o volume exportado de carnes de frango e suína até 2020. Trata-se de um Plano Estratégico coordenado pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), em conjunto com as empresas exportadoras e consultoria Ernst & Young, para alcançar um volume médio mensal de exportações de 500 mil toneladas dessas duas proteínas.
Até novembro de 2018, a média mensal das exportações brasileiras dessas proteínas foi de 394,2 mil toneladas, das quais 84% são de carne de frango. Até o último mês de novembro, o Brasil exportou 3,75 milhões de toneladas de carne frango, com a expectativa de chegar a 4,1 milhões com os resultados do mês de dezembro.
As condições de mercado apontam para uma melhora visível nas exportações da carne suína, porém o setor produtor da carne de aves volta suas atenções para a crise da Peste Suína Africana na China. A enfermidade levou ao abate oficial de 600 mil cabeças de suínos, o que representam cerca de 4 milhões de toneladas, segundo informações da Consultoria Asia Brasil Agro Alliance.
Ainda sobre China, segundo a ABPA, está em fase final uma negociação para a construção de um acordo de Price Undertaking (PU) para as exportações brasileiras de carne de frango. A expectativa é de que sejam suspensas as sobretaxas provisórias de direito antidumping aplicados pela China.
As propostas de PU foram entregues pelas empresas ao Ministério do Comércio chinês na primeira quinzena do mês de dezembro. De qualquer forma, mesmo com a aplicação de tarifas, as exportações de carne de frango para a China devem encerrar 2018 com 10% de aumento comparadas às exportações de 2017. Além da China, o setor exportador também volta suas atenções à África.
"Eu nem tenho condições de explicar o quanto foi duro o ano porque estávamos vendo as oportunidades e, ás vezes, sendo cerceados de avançar e ocupar espaços como país, eu vivi momentos duríssimos porque não tem como aguentar uma coisa dessas", salienta Francisco Turra sobre as dificuldades enfrentadas pelo setor em 2018.
Genética Avícola
Outra área que vem mexendo com os ânimos do setor é a de genética avícola. Enquanto em 2017 a receita com exportação de ovos férteis foi de US$ 49,95 milhões, entre janeiro e novembro de 2018 a receita com as exportações desse produto já alcançava a casa dos US$ 56,51 milhões.
Ou seja, a média mensal das receitas brasileiras com a exportações de ovos férteis em 2018 foi quase 24% superior às médias mensais de 2017. A expectativa do setor é chegar próximo aos US$ 60 milhões arrecadados com a exportação de cerca de 15 mil toneladas de ovos férteis até o final de dezembro de 2018.
As exportações de pintos de um dia deverão chegar à casa das 842 toneladas e US$69,98 milhões até o final de dezembro. Os resultados de janeiro a novembro demonstram um crescimento de 28,3% em volumes de exportações e 7,2% em receitas.
"O Brasil tem condições de ser um hub de mercado para o mundo por conta da ausência de Influenza Aviária e presença dos compartimentos, que garantem o fornecimento de material genético mesmo diante da Influenza Aviária", observa Ricardo Santin. "Isso demonstra o papel de protagonismo do Brasil na avicultura, que pode fornecer material genético para o mundo todo", completa.
Ovos
Em 2018, o Brasil produziu 44,49 bilhões de unidades de ovos de mesa, representando um crescimento de 11,4% em relação ao ano anterior, puxado pelo aumento do consumo no mercado interno. Os brasileiros saltaram do consumo de 192 ovos per capita em 2017, para 212 ovos per capita em 2018.
As exportações também apresentaram resultados muito importantes em 2018, passando das 6,04 mil toneladas exportadas em 2017, para 10,89 mil toneladas exportadas em 2018, ou seja um crescimento de 80%. Em receitas, o crescimento da arrecadação com a exportação de ovos foi de 101%, passando dos US$7,49 milhões (2017) para US$15,12 milhões (2018).
O Japão, que é um dos mercados mais exigentes do mundo, foi o segundo maior destino de ovos processados e em casa do Brasil em 2018 (17,5%). Já para os Emirados Árabes foram enviados 54,64% das exportações brasileiras de ovos.
Em termos de volumes de ovos exportados, Minas Gerais continua sendo o maior exportador brasileiros do produto, apresentando um crescimento de 161% comparado a 2017. O estado que exportou 2,28 mil toneladas de ovos em 2017, passou para 5,97 mil toneladas em 2018.
Já em termos de receitas com a exportação, o Rio Grande do Sul ocupa a primeira posição por exportar maior volume de ovos processados, que apresentam maior valor agregado. A receita gaúcha com a exportação de ovos saltou de US$3,18 mil em 2017, para US$7,43 mil em 2018 (+134%).
Até novembro de 2018, 66% do volume de ovos exportados pelo Brasil foram de ovos em casa e 34% de ovos processados.