“O momento é bom para o produtor brasileiro”, frisou o especialista. A expectativa dele é que a exportação vai ser acelerada o ano todo – primeiro por causa da quebra de 20 milhões de toneladas na Argentina e, agora, em razão da guerra comercial entre EUA e China. “O produtor vendeu mais acelerado que no ano passado e deve começar a reduzir a fixação, aguardando preços melhores. Com prêmios e preços altos, pode acelerar a comercialização da safra 2018/19”.
Brasil deve assumir dianteira na produção mundial de soja
Se o tempo for favorável, o Brasil deve assumir a dianteira na produção mundial de soja, ultrapassando os Estados Unidos, já […]
Se o tempo for favorável, o Brasil deve assumir a dianteira na produção mundial de soja, ultrapassando os Estados Unidos, já na safra 2018/19, que será semeada a partir do próximo mês. A informação é do especialista Étore Baroni, da INTL FCStone, que no último dia 26/7 abordou as tendências do mercado de commodities agrícolas durante o IX Encontro Técnico Avícola, em Maringá (PR).
Segundo ele, em condições normais de clima, o Brasil deverá colher 120 milhões de toneladas, contra 117 dos EUA e 57 milhões da Argentina, terceiro maior produtor do grão. Estudos meteorológicos apontam, de acordo com Baroni, para um fenômeno climático El Niño de baixa intensidade, o que sinaliza para a ocorrência de chuvas em volumes praticamente normais nas regiões produtoras.
De toda a soja produzida no Brasil, 55% vão para exportação e 41% ficam no mercado interno para abastecer as indústrias e, desse último montante, metade é para alimentação animal.
Segundo Baroni, as divergências comerciais entre os Estados Unidos e a China podem beneficiar os produtores brasileiros. Com a taxação imposta pelo governo Trump à importação dos produtos da China e a retaliação do país asiático na mesma proporção, fica mais em conta para os chineses importar soja do Brasil, considerando que uma tonelada de soja americana custa 444 dólares e a brasileira sai por 400 dólares.
A China é, disparado, o maior consumidor de soja do planeta, com previsão de demandar 114 milhões de toneladas no ciclo 2018/19. O gigante asiático é também o maior esmagador (previsão de 96,5 milhões de toneladas) e o Brasil já supera de longe os Estados Unidos como maior exportador – foram 74,7 milhões de toneladas, contra 55,7 milhões dos norte-americanos.
Milho
Em relação ao cereal, Baroni comentou que a projeção para 2019 é de uma produção de 26 milhões de toneladas no verão e 65 milhões de toneladas no inverno, com consumo de 57 milhões de toneladas, exportação de 30 milhões de toneladas e um estoque inicial de 14 milhões. Segundo ele, o produtor está capitalizado e passou a segurar a venda quando o preço cai. “Ele percebeu que ganha a luta contra a indústria”, afirmou.
Na opinião de Baroni, os estoques ficarão longe e, em março de 2019, os preços podem voltar a subir se o cultivo de verão não recuperar ao menos um milhão de hectares. Ele disse também que deve faltar milho até a entrada da safrinha de 2019, em razão da quebra de produção brasileira deste ano, fato esse que vai levar os compradores ao mercado.
Com 650 participantes, o IX Encontro Técnico Avícola apresentou uma extensa grade de palestras e debates de alto nível e uma feira com exposição de produtos e serviços.
Com informações da Assessoria de Imprensa do Evento