"Queremos uma política de redução de impostos e controle dos aumentos dos combustíveis", afirmou em vídeo divulgado na terça-feira (22/5), o presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes.
Caminhoneiros estão reunidos com o governo nesse momento
Os líderes da paralisação, que já mobiliza mais de 200 mil caminhoneiros em mais de 20 estados brasileiros, querem que sua pauta de reivindicações seja atendida: redução dos impostos sobre o óleo diesel.
Desde as 14h representantes da Abcam (Associação Brasileira de Caminhoneiros) estão reunidos em Brasília com representantes do Governo Federal. Os líderes da paralisação, que já mobiliza mais de 200 mil caminhoneiros em mais de 20 estados brasileiros, querem que sua pauta de reivindicações seja atendida: redução dos impostos sobre o óleo diesel.
No mesmo dia, a Petrobrás anunciou, que a partir desta quarta-feira (23/5) o diesel ficaria 1,54% mais barato nas refinarias de todo o país, enquanto a redução anunciada para a gasolina foi de 2,08%.
"A Petrobrás resolveu diminuir o preço do combustível, entretanto, isso não resolve o nosso problema", afirmou Lopes.
Também na tarde de terça-feira (22/5), em sua conta no Twitter, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que o governo federal decidiu zerar a cobrança da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre os combustíveis.
"Infelizmente, eles não nos ouviram e, por isso, os nossos protestos precisam continuar, sem prejudicar o direito de ir e vir dos outros condutores e sem impedir a passagem de cargas de alimentos perecíveis ou de carga viva", destacou Lopes.
Para o encontro que acontece em Brasília nesse momento, deveriam estar presentes o Ministro dos Trasnportes, Valter Casemiro, o Ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, e o diretor geral da ANTT (Agência Nacional dos Transportes Terrestres), Mário Rodrigues.
A Abcam já convocou uma entrevista coletiva para passar os resultados do encontro para as 17h, em Brasília. Enquanto isso, o Brasil segue parado.
Avicultura
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estabeleceu um comitê de crise para o levantamento de informações sobre os problemas causados pelo movimento nas estradas. O levantamento da entidade até a noite de terça-feira (22/5) apontava a interrupção das atividades em oito plantas de abate, podendo chegar a 40 nos próximos dias.
À revista Globo Rural, o vice-presidente da ABPA declarou que 42 milhões de aves deixaram de ser abatidas nos últimos dias.
Uma das empresas que anunciou a suspensão das atividades nos próximos dias 24 e 25/5 foi a Cooperativa Central Aurora Alimentos. São 7 plantas de processamento de carne de aves e 8 de suínos da Aurora Alimentos, em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
Outras processadoras que anunciaram paralisação das atividades são a Cooperativa Agroindustrial Copagril, a C. Vale e a Lar Cooperativa Agroindustrial. A Lar anunciou a suspensão do abate de 615 mil aves e a industrialização de outras 80 mil toneladas de produtos somente nessa quarta-feira (23/5).
Outro ponto da cadeia produtiva de carne de aves afetado é a produção de frangos em si. Os responsáveis por aviários já estão recebendo orientações como manter os animais no escuro durante o período noturno inteiro, com o objetivo de reduzir o consumo de ração, que também não está chegando aos produtores.