As medidas antidumping eram adotadas pela China desde 2010. Até então, os Estados Unidos eram responsáveis por 84% dos investimentos do país asiático em importação de produtos avícolas, representando um montante de US$800 milhões ao ano, segundo informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
China suspende medidas antidumping contra frango dos EUA
Estados Unidos continuam lutando para suspender a proibição a seus produtos avícolas por conta da Influenza Aviária
No último dia 27 de fevereiro a China retirou tarifas antidumping até então praticadas sobre o frango e produtos avícolas importados dos Estados Unidos. A medida resultou de um painel da Organização Mundial do Comércio (OMC), que considerou que as práticas violavam as regras da entidade.
Em 2010, após a aplicação das tarifas antidumping, os investimentos chineses em importação de produtos avícolas dos Estados Unidos caíram para US$ 131 milhões.
Os Estados Unidos chegaram a contestar a denúncia da China em um fórum de disputa da OMC e ganharam. Porém, em 2013, a China realizou um novo inquérito e, em julho de 2014, alegou que novas evidências justificavam a continuação da imposição de medidas antidumping. O país asiático não só manteve as medidas, como as prorrogou até 2021.
Influenza Aviária
Apesar da superação do problema das tarifas antidumping, os Estados Unidos têm ainda outro obstáculo a superar. A China continua a proibir os produtos avícolas norte-americanos desde 2015, em decorrência de casos de Influenza Aviária Altamente Patógena (IAAP) que afetaram o país.
Desde agosto de 2017 os Estados Unidos foram reconhecidos livres de IA pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O USDA continua atuando junto a órgãos reguladores chineses para suspender a proibição e retomar o comércio total de produtos avícolas entre os países.
Brasil
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) apresentou ontem (7/3) a defesa do setor exportador de carne de frango do Brasil frente à investigação sobre a suposta prática de dumping movida pelo Governo Chinês. A defesa aconteceu durante audiência no Ministério do Comércio chinês, em Pequim (China).
A investigação foi iniciada em agosto de 2017, e partiu de uma acusação apresentada por produtores de aves chineses. O processo incluiu, inclusive, empresas que não exportam para a China.
A ABPA defende que não há danos ou nexo causal entre as exportações brasileiras e qualquer eventual situação mercadológica local.