Em um segmento onde os cálculos de custos são feitos até a terceira casa depois da vírgula, a questão “qualidade intestinal” dos lotes a campo é o grande desafio de nutricionistas, técnicos e veterinários.
Quando se fala sobre coccidiose é preciso lembrar que, desde 1986 até o início dos anos 2000, a única ferramenta disponível à indústria avícola para enfrentar os desafios causados pelas Eimerias spp. eram os produtos denominados químicos e ionóforos.
Depois, vieram algumas vacinas vivas desenvolvidas com cepas selvagens, que viabilizaram a alternância com o uso dos químicos, que já vinham naquela época enfrentando uma pequena resistência por parte das Eimerias no campo.
Porém, por serem desenvolvidas a partir de cepas selvagens, essas vacinas causavam lesões intestinas indesejáveis nas aves, promovendo impactos negativos no processo produtivo como:
Segundo pesquisadores e especialistas, essa experiência com as primeiras vacinas desenvolvidas para o enfrentamento à Coccidiose acabou gerando certo “trauma na indústria avícola”.
Dr. Rodrigo Paranhos, Gerente de Negócios Aves Hipra Brasil
“Atualmente essa percepção vem mudando bastante, com a chegada ao mercado de ferramentas como as vacinas de alta tecnologia, totalmente diferentes das primeiras vacinas disponíveis no Brasil no início dos anos 2000”, explica o médico veterinário Dr. Rodrigo Paranhos, que é Gerente de Negócios Aves Hipra Brasil.
Segundo ele, há alguns anos o nicho das vacinas de coccidiose para frango de corte estava mais focado em produções de aves livres de antibióticos e anticoccidianos, por determinadas empresas que atendem mercados específicos.
Segundo Paranhos, graças a essa nova tecnologia de vacinas que a pouco tempo chegou ao mercado brasileiro, a realidade vem mudando rapidamente.
Os clientes têm percebido claramente, com o uso deste tipo de vacina, ganhos zootécnicos, além de ganhos indiretos significativos, como redução da necessidade de tratamentos aos lotes, melhora no fluxo e produtividade das suas fábricas de ração, bem como ausência total de preocupação com resíduos de anticoccidianos em carcaças, principalmente no Frango Griller, explica.
“Não há dúvidas de que essas novas vacinas vieram para ficar e, com certeza, vão mudar muito os conceitos até então estabelecidos”, destaca Paranhos.
VACINAS DE ALTA TECNOLOGIA
Segundo o Gerente Técnico Avícola Hipra para as Américas, DVM, MSc. Fabiano Fabri, 100% dos oocistos presentes nas vacinas de alta tecnologia são atenuados por precocidade.
DVM, MSc. Fabiano Fabri, Gerente Técnico Avícola Hipra para as Américas
“Isso traz como vantagem a ausência de reação vacinal, com geração de imunidade mais precoce, melhorando significativamente a qualidade intestinal, a uniformidade dos lotes e, consequentemente, tendo um impacto importante nos resultados zootécnicos e refletindo na redução da necessidade de uso de antibióticos”, explica Fabri.
Outra vantagem destacada por ele é o fato de que as novas vacinas de alta tecnologia, ou seja, vacinas 100% atenuadas por precocidade, podem ser usadas tanto em alternância com os químicos e ionóforos, como full time, dependendo da realidade e estratégia de cada cliente.
“Temos verificado um crescimento significativo no interesse da indústria avícola por essa tecnologia, inclusive com clientes já aderindo ao uso full time”, explica Fabri.
Segundo ele, a utilização permanente das novas vacinas de alta tecnologia reflete na melhoria do fluxo de fábrica de ração pela ausência da necessidade de realizar limpeza nas linhas para retirada de resíduos de anticoccidianos.
“Além disso, hoje temos tecnologias para garantir a qualidade da aplicação da vacina em incubatório e a rastreabilidade do processo”, explica. “Temos certeza de que as novas vacinas de alta tecnologia já são a nova tendência da avicultura brasileira e daqui a alguns anos esse conceito vai estar muito bem estabelecido, como já acontece na Europa”, conclui Fabri.
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