O encontro teve como objetivo discutir ações de enfrentamento e, se possível, prevenção aos impactos da estiagem, entre os quais a continuidade da alta dos preços de grãos, problema que tem sido recorrente e deve se acentuar diante do atual contexto. Até o final da semana passada, mais de 325 cidades gaúchas já haviam decretado situação de emergência, volume que corresponde a 65,3% (quase dois terços) dos municípios que formam o estado.
Estiagem deve impactar em 20% a oferta da avicultura no RS
O atual cenário de estiagem no Rio Grande do Sul deve causar uma redução média de 20% na oferta da […]
O atual cenário de estiagem no Rio Grande do Sul deve causar uma redução média de 20% na oferta da avicultura de carne e ovos nos próximos meses. A informação foi apurada na última sexta-feira (21/1), durante reunião realizada entre dirigentes, empresários, especialistas de mercado e produtores de aves e ovos do estado.
Segundo o presidente da ASGAV (Associação Gaúcha de Avicultura), José Eduardo dos Santos, a estiagem está desencadeando a quebra de safra de milho gaúcho, principal subsídio para a ração das aves, e exige que o setor viabilize outras alternativas. Uma delas, segundo Santos, é buscar milho em outras regiões do país e importar de países como Argentina e Paraguai, o que se torna uma medida onerosa e que deverá causar menor oferta de produtos avícolas no mercado.
“As dificuldades que o setor avícola vai continuar enfrentando deverão atingir a produção e a disponibilidade de carne de frango e ovos devido ao aumento considerável no custo de produção”, ressaltou o presidente da ASGAV, explicando que essa perda deverá refletir no comércio destes produtos.
O calor excessivo também tem afetado o desempenho das aves e prejudicado a conversão alimentar, com uma perda de peso de cerca de 300g a 400g por ave, o que também resultará na diminuição de volumes de carne no mercado. O dirigente enfatiza ainda que, além dos problemas gerados pelos fatores climáticos, pandemia e logística, há o desequilíbrio de competitividade do RS diante dos demais estados, possivelmente devido a questões tributárias, o que coloca a avicultura gaúcha em desvantagem.
“O desequilíbrio tributário entre estados é um fator que gera entrada expressiva e excessiva de carne de aves e de ovos de outros estados para o mercado interno gaúcho”, reiterou. Santos salienta que já procurou a Sefaz (Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul) para pleitear alguma medida emergencial de isonomia, mas que ainda não houve retorno.
O presidente da ASGAV afirma que, mesmo com aumento de 4% nas exportações avícolas do RS no ano passado, o setor sofreu com os custos elevadíssimos durante todo ano de 2021. “E nem todos os frigoríficos do estado são exportadores”, conclui.
Fonte: Assessoria de Imprensa